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Jiu-jitsu: uma opção contra a depressão e outros transtornos

Arte marcial tem sido ferramenta para lidar com problemas do dia a dia

Fábio com a família
imagem cameraFábio com a família, todos adeptos do jiu-jitsu (Arquivo pessoal)
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Lance!
São Paulo
Dia 12/04/2020
08:55

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Faixa preta 5 Dan pela Federação Internacional de Jiu-Jitsu Brasileiro, o professor Fábio Aníbal Freire Teixeira faz da arte marcial uma ferramenta para manter o otimismo e a disciplina da mente e do corpo neste período de isolamento social e quarentena impostos pela pandemia do COVID-19.

Campeão pan-americano em 1997, no Havaí, campeão brasileiro, em 1995, no Rio de Janeiro, vice-campeão mundial, em 1996, bronze no Mundial de Master, campeão Absoluto do Open New York e professor de jiu-jitsu desde 1998, o manauara de 41 anos segue orientando seus alunos nesse período de confinamento. A preocupação não é só com o físico e com o corpo. É principalmente com a manutenção da saúde mental.

- Comecei no judô, graças a influência de minha mãe, que buscava para mim autoconfiança e disciplina. Com o crescimento do jiu-jitsu, uma arte mais completa, logo migrei e me apaixonei. Tenho uma equipe há 22 anos, já formamos mais de 90 faixas pretas. Infelizmente não são raros os casos de alunos que iniciam no esporte com traços de depressão. Pessoas que perderam a alegria de viver, o motivo de viver, a coragem, o equilíbrio emocional. É possível transformar uma pessoa que não acredita em si em um campeão confiante. Abandonar fixações negativas, muitas vezes surgidas por traumas da infância ou situações difíceis do cotidiano, cada vez mais vazio de sentimentos e alegria de viver. Acreditamos que qualquer pessoa possa sair de nossas aulas, melhor do que entrou - diz o professor, que conta com 16 academias da equipe Anibal Fight, em países como Brasil, EUA, Venezuela, Colômbia e Bolívia.

Atualmente, toda a família pratica o jiu-jitsu. Desde a esposa Ana Paula, de 39 anos, até os filhos Felipe Aníbal, de 20, e Ana Carolina, de 15.

- Hoje tenho uma família voltada ao esporte. Minha esposa se interessou pelo jiu-jitsu logo após me conhecer. Inicialmente para me acompanhar e termos um tempo a mais juntos. Com o passar dos tempos se tornou uma grande campeã, conquistando títulos como o Mundial, Europeu, Brasileiro, tornando-se hoje Faixa preta 4 Dan na modalidade. Meus dois filhos treinam também e são muito habilidosos. Felipe Aníbal é faixa roxa, já foi campeão mundial e possui diversos outros títulos. A Carolzinha mais nova, faixa verde, campeã do Internacional Kids em Long Beach. Enfrentamos muitas barreiras até mesmo entre nossos familiares, por vivermos do jiu-jitsu. Minha esposa abandonou a advocacia para viver do esporte. Tomamos uma decisão de sermos felizes em primeiro lugar e a fazermos o que gostamos, mesmo com tantas dificuldades.

Fábio fala também do impacto do jiu-jitsu em crianças e adolescentes que com problemas de comportamento ou vítimas de bullying.

- Recebemos muitos casos atualmente de crianças e jovens com transtornos causados por distúrbios educacionais e/ou vícios tenológicos, como games e redes sociais que alteram a estrutura emocional e o equilíbrio do ser humano. Já tivemos, por exemplo, casos nos EUA, que tínhamos que usar a linguagem de games, para estimular uma criança a progredir. Muitas crianças com problemas de bullying, déficit de atenção, entre outros. Acreditamos muito na força do esporte. Não são poucos os casos que tiveram o quadro amenizado em até 90%, devido a prática do esporte, associado ao trabalho familiar educacional, claro. Os pais deveriam incentivar seus filhos ao jiu-jitsu. Com certeza uma excelente "vacina" às dificuldades da vida - completa.

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