Por Diogo Santarém
No mundo globalizado de hoje em dia, as redes sociais são cada vez mais presentes – e importantes – na vida das pessoas, e com os atletas não seria diferente. Para abordar melhor o tema dentro do universo das artes marciais, conversamos com Marcelle Farias, CEO da OOPA Agência de Comunicação e Marketing, que falou sobre a importância das redes sociais na autopromoção dos lutadores e alguns pontos interessantes a serem explorados.
- As redes sociais, de fato, estão há cada dia mais presentes na vida da maioria da população e fazem parte da transformação digital. Acredito que os atletas não podem ficar de fora dessa revolução e percebo urgência em uma boa gestão do digital para a maioria deles. Os que conseguem se destacar saem na frente no mercado atual, principalmente na publicidade. Com uma boa rede social conseguimos transformar a marca de uma pessoa, nesse caso, de um atleta. A proposta do marketing digital é transformar esse atleta numa fonte de conhecimento e referência para o seu público. O atleta precisa se fazer presente – diariamente – e através dela construir um relacionamento confiável com seu público. Precisa agregar valor à sua marca e ser interessante para manter seguidores em suas redes sociais, fazendo dela uma ferramenta poderosa de marketing para alavancar sua carreira - contou Marcelle, que ainda deu dicas de conteúdo, citando a importância da relação entre o atleta e seus fãs no dia a dia, demonstrando proximidade.
- Eu costumo dizer que eles podem gerar um conteúdo maior e melhor do que apenas fotos de treinos e exposição da sua luta em redes sociais. A audiência de um lutador deseja estar imersa e fazer parte do dia a dia dele. Podemos explorar rotina de alimentação, o que eles fazem no momento de descanso, compartilhar quais são as atividades que fazem com que ele tenha uma performance melhor dentro e fora dos tatames. Além de tudo ser um incentivador, e para isso fazemos um estudo da audiência desses seguidores – para entender quais conteúdos que o atleta tem que farão com que ele desperte o desejo da audiência. Cada atleta tem uma característica própria e apelo diferente, mas esse estudo é mais complexo do que pensam.
Na OOPA, Marcelle trabalha com o ex-campeão do UFC José Aldo, por exemplo, além de atuar com nomes como Ketlen Vieira – lutadora do UFC -, Michele Oliveira – faixa-preta de Jiu-Jitsu e atleta de MMA – a marca Kimonos Akira, entre outras personalidades, caso da atleta Tandara Caixeta, do Vôlei.
- O atleta ele pode e deve ser uma grande referência na vida das pessoas. É uma das maiores fontes de motivação. É possível explorar o seu comprometimento, a sua rotina de treinos, a forma com que as pessoas que lhe cercam auxiliam na evolução pessoal e profissional, e dividir informações sobre a modalidade em que atua. Além de tudo isso, eles possuem uma história de batalhas, vitórias e derrotas ao longo da estrada, e tudo isso pode se tornar importante e relevante pra audiência uma vez que através de sua própria história é possível reforçar seus valores, motivar pessoas e cativar seus fãs diariamente. Em resumo considero um atleta uma grande fonte de referência e inspiração! O desejo de vencer, de fato, vai ser o conteúdo de maior valor que vai fazer com que o fã acompanhe a sua jornada - aconselhou.
Confira outras dicas com Marcelle Farias:
– Como saber qual é o tipo de conteúdo ideal para a sua rede social
Primeiro de tudo, eu diria que conteúdos rasos estão cada dia mais ultrapassados, a postagem apenas de uma foto está ficando de fato pra trás. É preciso ter conteúdo! Isso é um fator de grande relevância para o digital. Outro fator importante é ter uma rede boa de relacionamento, consolidar bem suas parcerias e que elas tenham relação com o seu nicho. Isso fará com que ele alcance mais pessoas e tenha seguidores fieis. E por fim, uma recomendação que dou é a interação com os seus seguidores. Uma das coisas que muitos pecam é o fato de deixar os seguidores sem resposta. É importante criar uma conexão duradoura com eles pois um atleta, quando quero, é capaz de transformar diversas vidas através dos seus incentivos.
– Em termos financeiros, como ter uma boa rede social ajuda
Eu faço sempre uma análise sobre organização. O que é organização para cada um de nós? Temos olhares diferentes mas, em linhas gerais, todos se sentem bem quando encontram e chegam numa “casa organizada”, certo? Partindo desse princípio, se faz necessário começar um planejamento nas redes sociais. Interações nos stories, por exemplo, possibilita saber o que os seguidores querem assistir. Também existem diversas ferramentas gratuitas como Google, por exemplo, que pode auxiliar os atletas a saber quais conteúdos estão em evidência no seu nicho, aplicativos gratuitos de edição de vídeo, assim como para edição de imagens. É possível começar a gerenciar a rede de forma mais profissional e começar a despertar atenção de patrocinadores, agregar valor em tudo que fizer, isso se torna fundamental. A longo prazo ele vai conseguir uma relevância maior e de forma sólida captar patrocinadores e fechar parcerias, gerando imediatamente uma receita financeira, inclusive com a monetização as suas redes sociais. E da mesma forma eu falo sobre a casa abandonada. Ninguém visita, ninguém chama as pessoas para conhecer. Uma rede social precisa diariamente de interação, publicações e conteúdo relevante. Precisa ser alimentada!
– Qual a importância de se atuar em mais de uma plataforma
O Instagram quando iniciou era uma ferramenta apenas para publicação de foto e hoje se tornou um lugar onde conseguimos agregar valor nos negócios. Mas a gente brinca dizendo que se der a louca no ‘Tio Mark’ e ele deletar o Instagram, como vai ser a vida dessas pessoas? E é diante disso que eu ratifico a importância de estarmos em todas as plataformas. Facebook, blog site, Linkedin, Twitter, entre outras. Logicamente, cada uma delas comunica de um jeito diferente, mas quem não é visto não é lembrado. É importante ter em mente que se o Instagram acabar amanhã, não será o fim de um trabalho construído a longo prazo. As redes sociais fazem parte do cotidiano dos brasileiros, seja para lazer ou trabalho, e precisamos conhece-las.