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De gerações distintas, técnicos da final do NBB lutam por taça inédita

Em evidência no cenário nacional, Gustavo De Conti, do Paulistano, e Guerrinha, do Mogi das Cruzes, já bateram no aro no passado. O primeiro tenta selar o feito neste sábado

Os técnicos Gustavo De Conti, do Paulistano, e Guerrinha, do Mogi, são os finalistas do NBB
imagem cameraDivulgação
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Lance!
Rio de Janeiro (RJ)
Dia 01/06/2018
19:08
Atualizado em 02/06/2018
16:19

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“Cérebros” da final do NBB e considerados alguns dos principais técnicos do basquete brasileiro na atualidade, Gustavo De Conti, do Paulistano, e Guerrinha, do Mogi das Cruzes, de gerações distintas, ainda lutam pelo seu primeiro título do NBB. Nesta edição, eles tentam parar de bater no aro.

O primeiro espera comemorar a conquista inédita no currículo neste sábado, às 14h, no Ginásio Hugo Ramos, em Mogi das Cruzes (SP), quando o time da capital paulista poderá fechar a série da decisão em 3 a 1. Já o segundo quer igualar o confronto e forçar a quinta partida, no próximo sábado.

Aos 38 anos, Gustavinho tem a quinta chance de erguer a taça. Em 2013/2014, ele levou o Paulistano à primeira final brasileira do clube, mas não resistiu ao Flamengo, em jogo único, no Rio. No ano passado, a equipe fez 2 a 0 na série contra o Bauru, mas perdeu os três jogos seguintes e ficou com o vice-campeonato.

Ex-atleta do Paulistano, De Conti pode se tornar o mais novo técnico campeão do torneio. Sua carreira do lado de fora da quadra começou no Ypiranga. Em 2004, já na equipe atual, virou auxiliar de José Neto, hoje o mais jovem treinador a levar a taça, com 42 anos, pelo Fla. Em 2010, virou o “número um”.

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"Esta é a temporada mais consistente da equipe, pois oscilamos menos. Isso nos dá bastante confiança para o momento de decisão" - De Conti

– Nas duas vezes que chegamos na final, não eramos os favoritos. Não sei dizer o que ficou de lição, sinceramente. Mas esta é a temporada mais consistente da equipe, pois oscilamos menos. Isso nos dá bastante confiança para o momento de decisão – disse Gustavinho, ao LANCE!.

Do outro lado, o experiente Guerrinha, de 58 anos, já cansou de colecionar conquistas nacionais, como o Brasileiro de 2002, e internacionais, como a Liga Sul-Americana de 2014 e a Liga das Américas de 2015, todas pelo Bauru. Mas, até hoje, ainda não conseguiu ser campeão do NBB.

Desde que o novo formato foi inaugurado, em 2008, o ex-armador, ouro no Pan de Indianápolis-1987, tem como melhor resultado o vice em 2014/2015, após a derrota para o Flamengo. Ele também levou o Mogi ao terceiro lugar, em 2015/2016. Sob seu comando, a equipe do interior ainda venceu a Liga Sul-Americana de 2016 e subiu de patamar.

"O legado que você deixa é mais importante. Às vezes, o momento do título não coincidiu com o do jogador" - Guerrinha

– O título te dá um carimbo, mas não penso só nisso. Não é demérito não ter sido campeão. Shamell e Larry Taylor também não são, e ajudaram muito no desenvolvimento do NBB. O legado que você deixa é mais importante. Às vezes, o momento do título não coincidiu com o do jogador – falou Guerrinha.

Os dois técnicos finalistas ainda disputam com Demétrius, do Bauru, o Troféu Ary Vidal, de melhor técnico do NBB. O vencedor será conhecido na Festa dos Melhores do Ano, no dia 13 de junho, em São Paulo. De Conti é o atual vencedor e também levou o prêmio para casa na temporada 2013/2014.

Paulistano quer quebrar ‘maldição’

Confiante e com 2 a 1 na série da final do NBB, o Paulistano tentará quebrar uma “maldição” de finais do torneio. Até hoje, nunca uma equipe fechou um confronto da decisão logo na primeira oportunidade. Ou seja, sempre que o time que abriu 2 a 0 levou a pior no Jogo 3. E quem abriu 2 a 1 sempre saiu derrotado no Jogo 4.

Outra curiosidade é que todas as “sobrevivências” foram concretizadas na casa da equipe que esteve com a corda no pescoço, como o Mogi, agora.

– O Mogi é muito forte em casa. Precisamos estar muito focados e melhorar os aspectos defensivos – disse o ala-pivô Lucas Dias.

‘Seleção não precisava de estrangeiro’, diz Guerrinha

Um dos nomes mais cotados para assumir o comando da Seleção masculina antes do anúncio do croata Aleksandar Petrovic, Guerrinha não desistiu completamente do objetivo de treinar a equipe verde e amarela. E sai em defesa dos treinadores do país após a decisão da CBB.

– Não vou pensar em ganhar um título por causa da Seleção, mas não me fecho a isto. E acho que qualquer treinador semifinalista deste NBB poderia estar lá, tranquilamente, sem nenhuma perda ao basquete brasileiro. Não acho que havia nenhuma necessidade de um treinador estrangeiro – declarou o treinador, ao LANCE!.

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BATE-BOLA
Gustavo De Conti, técnico do Paulistano, ao LANCE!

'Neste ano, o time tem o estilo de que eu mais gosto'

Que balanço faz desta temporada do Paulistano no NBB?

Esta temporada é a melhor da história do Paulistano, sem dúvidas. O clube nunca tinha conseguido um titulo de expressão no adulto e foi campeão paulista. Agora, tivemos a melhor campanha do clube no NBB, bem como vários recordes quebrados: de pontos, de menos pontos tomados, de maior diferença de pontos e de vitórias seguidas.

Há oito anos no comando da equipe, o que mudou no seu jeito de comandar?
Minha trajetória no clube é de muito aprendizado. Eu trabalhei aqui como jogador, em 1998, e passei por todas as categorias de base, como treinador, assistente do adulto por oito anos, até assumir a equipe principal. Isso me deu muita bagagem, experiência e aprendizados. Tivemos time ruins e times bons, com atletas velhos ou novos, e fui aprendendo durante todas essas passagens. A Seleção também me deu bastante bagagem. Hoje, sou um treinador diferente, que aprendeu.

A característica da equipe mudou bastante nos últimos anos. Como tem sido lidar com estilos diferentes de jogar?

O Paulistano é o tipo de clube que não pode escolher exatamente os jogadores que mais queremos, pois não termos um poder econômico tão grande, como Mogi, Bauru Flamengo, mas temos ótimos nomes e sempre vamos bem ao mercado, e ao mesmo tempo com uma boa categoria de base. Já tivemos um time mais pesado no passado, que jogava mais com os pivôs, e outros mais leves, mas nesta temporada, com uma defesa forte e a transição rápida, conseguimos muita posse de bola, contra-ataques. É o estilo de que mais gosto. Temos volume de jogo, não ficamos trabalhando muto a bola, não arremessamos muito, temos atletas que buscam rebote e mostramos agressividade no contra-ataque.

Comandar a Seleção está nos seus planos hoje?
É claro que, falando de Seleção, onde já estive como assistente, qualquer profissional almeja. Eu gostaria muito. É um sonho poder estar lá, e sempre que eu for chamado estarei pronto. Mas meu maior sonho, hoje, é ser campeão do NBB e retribuir o carinho que o clube me deu nesses anos.

O que dizer sobre o Guerrinha?
O Guerrinha é um treinador que respeito muito. É muitíssimo experiente. Ele esteve em clubes de ponta e, independentemente do time em que estiver, vai estar brigando pelas primeiras posições. Ele mostrou isso em Bauru, onde ganhou títulos, e em Mogi, que não ganhava nada antes, mas foi campeão paulista, sul-americano e agora está na final do NBB. É vencedor e faz as equipes que ele comanda serem vencedoras.

BATE-BOLA
Guerrinha, técnico do Mogi das Cruzes, ao LANCE!

'Trouxe um tempero ao Mogi'

O Mogi deu um salto com sua chegada. O que avalia que mudou?

Peguei um trabalho muito bom aqui, mas faltava um tempero. Meu jeito de me relacionar com os jogadores encaixou bem. Teve química. Ainda faltam atletas para o revezamento e para compor o elenco inicial, mas temos obtido resultados muito satisfatórios. Em dois anos meus aqui, o time está sempre disputando títulos e foi campeão paulista depois de 20 anos.

O que pode ser decisivo?
Não vejo só o lado negativo, mas o positivo do Paulistano. É uma equipe que veio muito forte para esta temporada e agregou muitos valores. Eles têm um Deryk, que está no banco, mas poderia ser titular em qualquer equipe. Trouxeram um Fuller, que é muito competitivo. São duas equipes que jogam de forma diferente, mas que têm o mesmo sonho.

A tendência tem sido o Paulistano começar melhor as partidas e cair de produção. É possível explorar isto?
O jogo vai pedindo a situação. A tendência é a recuperação. Mas são duas equipes muito competitivas. Eles tiraram a gente do Paulista, no qual ficamos em terceiro, nós os tiramos da Liga das Américas e ficamos em segundo. Agora, estamos disputando um título brasileiro. O demérito de um é mérito do outro.

O que dizer sobre o Gustavinho?
Temos uma relação muito boa e conversamos direto. Ele me tem como um treinador experiente, que dá conselhos. Eu gosto muito do estilo dele. Trocamos muitas ideias, com ele e a comissão técnica dele. Quando fiquei sem time, pós Bauru, e fiz uma reciclagem, ele colocou seus treinamentos à minha disposição, assim como o (José) Neto.

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