Quando uma atleta é eleita cinco vezes a melhor nadadora do mundo em águas abertas, pode-se esperar que essa mesma seja escolhida como o grande destaque do ano pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB). Certo? Não foi esse o caso de Ana Marcela Cunha, que não escondeu sua surpresa ao ser homenageada na noite desta terça-feira, no Prêmio Brasil Olímpico.
- Não preparei nada, achei que as outras fossem ganhar. Muito obrigado a todos. Eu estou aqui representando todas as mulheres. Isso não é só meu, é de todas - disse a nadadora em seus agradecimentos.
A brasileira foi tetracampeã da Série Mundial de maratona aquática em 2018. A nadadora concorreu à honra do COB com Ana Sátila (canoagem slalom) e Marta (futebol). Ana Marcela já tinha vencido o prêmio de Melhor Atleta do Ano do Prêmio Brasil Olímpico em 2016. No Sul-Americano, foram três medalhas de ouro, garantindo a vaga do Brasil nos Jogos Pan-Americanos de Lima-2019.
Mesmo com o sucesso na temporada, Ana Marcela Cunha evitou falar sobre suas expectativas para Tóquio-2020. Enquanto alguns atletas citaram expectativas por medalhas olímpicas, como Isaquias Queiroz e Henrique Avancini, a nadadora preferiu manter a cautela - postura adotada após o fracasso aos Jogos de Londres-2012.
- Eu tenho o pé muito no chão. Hoje eu sou uma atleta bem diferente de 2011, quando eu pensei muito na Olimpíada de 2012 e eu não tinha classificado ainda. Então, eu acho que o negócio é como a gente aprendeu. É manter o pé no chão e ir degrau a degrau. Então é uma prova de cada vez pra chegar no Mundial bem também e, em seguida, pegar essa vaga e aí ter um ano pra treinar - disse Ana Marcela.