O COB divulgou nesta segunda-feira o acordo feito com Wallace e a CBV após episódio polêmico de punições. No consenso entre as partes, ficou determinado que a suspensão à entidade que gere o vôlei nacional fosse substituída por uma multa. Já no caso do oposto do Sada Cruzeiro, a punição de cinco anos passou para apenas 90 dias.
O acordo foi selado em um documento oficial que contém as assinaturas do presidente do COB, Paulo Wanderley; presidente da CBV, Walter Pitombo Laranjeiras, o Toroca; além do próprio Wallace, do Conselho de Ética do COB e da Advocacia Geral da União (AGU). Os envolvidos prometeram não questionar mais a decisão em nenhuma das instâncias judiciais do país.
+ Comissão do Esporte da Câmara dos Deputados aprova audiência pública sobre ‘Caso Wallace’
Em declaração após o consenso, o presidente do COB falou sobre a importância do feito para o esporte. As punições anteriores colocavam em risco a preparação da Seleção Brasileira de vôlei para os Jogos Olímpicos de 2024, em Paris.
- Desde o início, apesar do expresso repúdio do COB e da CBV ao ato do atleta, a tentativa foi sensibilizar todos os envolvidos para que houvesse o menor prejuízo possível para o esporte olímpico e o vôlei brasileiro na caminhada a Paris 2024. A todos eles deixo um agradecimento, pois houve um esforço multilateral para que se chegasse ao entendimento. Entendemos que o momento é de união e retomada, e o acordo consensual não deixa de espelhar valores olímpicos. Entre eles o respeito, que sempre nutrimos pela CBV - afirmou o Presidente do COB, Paulo Wanderley.
+ Bruninho se manifesta a favor de Wallace em punição dada pelo Conselho de Ética do COB
Confira os pontos do acordo celebrado:
1 – COB e CBV reconhecem a punição de afastamento das competições por 90 (noventa) dias do jogador Wallace Leandro de Souza das quadras, em razão de ter descumpridor punição do CECOB, o que lhe impõe cumprir novamente o período de suspensão antes aplicada por disseminação de violência através de redes sociais, tendo por ofendido o Sr. Presidente da República. Fica mantida a suspensão por 1 (um) ano de convocações ou participações na Seleção Brasileira da Modalidade.
A CBV compromete-se a não questionar o presente acordo em nenhum juízo, instância ou Tribunal, seja no âmbito esportivo ou na Justiça Comum, fazendo cumprir a decisão punitiva em todos os seus termos.
O atleta se compromete a cumprir o afastamento das quadras por esse período.
2 - O COB não reconhece a validade do resultado do jogo Minas Tênis x Sada/Cruzeiro em razão da participação de atleta afastado por determinação do Conselho de Ética do Comitê Olímpico do Brasil, resultado que permanece nulo, para todos os efeitos, para o Comitê Olímpico do Brasil.
3 - A CBV fica obrigada a financiar, com recursos próprios, programa de valorização da postura ética de atletas nas redes sociais, sob a coordenação do Compliance Officer do COB.
4 - Ficam retiradas as demais condenações impostas à CBV.
5 - Ficam retiradas as demais condenações impostas ao senhor Radamés Lattari Filho.
+ Wallace fala sobre punição de cinco anos do COB: ‘Se concretizada, acabou para mim’
Relembre o caso
Wallace foi punido pelo CECOB (Conselho de Ética do Comitê Olímpico) por 90 dias no início do ano. A medida ocorreu após o atleta realizar uma postagem nas redes sociais insinuando tiros no presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A punição faria o atleta perder a reta final da Superliga masculina de Vôlei.
Posteriormente, amparado por uma liminar do Supremo Tribunal de Justiça do Vôlei, o atleta conseguiu entrar em quadra para defender o Sada Cruzeiro. Por conta disso, o oposto foi punido por mais cinco anos e a CBV, organizadora da Superliga, foi desligada das ações, o que inviabilizaria o repasse de verbas públicas para a Confederação. O acordo desta segunda-feira diminui as sanções impostas no passado.