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Coluna do Bichara: Apoteose Ferrarista

Improvável vitória da Ferrari levou os Tifosi à loucura

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Festa italiana em Monza, na Itália (Foto: Andrej ISAKOVIC / AFP)

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A segunda parte do campeonato seguiu animada com a F1 chegando a um dos seus templos sagrados, Monza. A pista italiana é aquela onde se verifica a maior velocidade média, feita em pé embaixo o tempo todo.

O final de semana começou alegre para os brasileiros, com uma épica vitória de Gabriel Bortoleto na F2 — após largar em último! O feito não passou desapercebido no paddock da F1, e rendeu muitos comentários positivos entre os chefões das equipes. Embora o único cockpit disponível para 2025 seja o da Sauber, o brasileiro está na briga.

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A propósito, a dança das cadeiras de pilotos teve mais algumas definições em Monza, com novidades para lá de interessantes. A Mercedes confirmou Andrea Kimi Antonelli, que faz parte do programa de jovens pilotos da equipe desde os 11 anos. Não é segredo que Toto Wolff aposta alto no jovem italiano, e que o contratou visando dar-lhe um carro em 2026, tendo sido, todavia, esses planos abreviados com a ida de Lewis Hamilton para a Ferrari.

O curioso é que Antonelli (que corre com o logotipo de Ayrton Senna na asa dianteira) não vem fazendo uma carreira fulgurante na F2, a exemplo, aliás, de outros novatos que estão tendo chances agora. A moda mudou: agora não é mais importante o título na F2 — basta ver os campeões Felipe Drugovich e Theo Pourchaire sem vagas, sendo atropelados por outros pilotos mais jovens. O que vale agora é o calouro ir bem nos testes privados com F1 dos anos anteriores — o regulamento não permite testes com os carros do ano anterior, mas as equipes têm feito tais testes os com carros de 2022 que, afinal, não são muito diferentes dos de hoje. O resultado nesses testes tem sido o determinante nas escolhas.

Foi esse também o caso do argentino Franco Colapinto que assumiu a Wiliams já em Monza, substituindo o fracassado Logan Sargeant. Embora para 2025 o time inglês vá contar com a forte dupla Alex Albon/Carlos Sainz, o rapaz terá chance de mostrar serviço.

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Charles Leclerc em Monza, na Itália (Foto: Gabriel BOUYS / AFP)

No domingo, a 1ª volta foi eletrizante: Lando Norris largou bem, mas logo em seguida foi superado por Oscar Piastri, que foi para cima do companheiro sem dó nem piedade. Na manobra, Norris destracionou e acabou sendo superado também por Charles Leclerc. Norris antecipou a parada na volta 15, quando estava bem próximo de Leclerc — apostando no undercut. Deu certo, e o inglês ganhou a posição.

Na sequência todo mundo foi para o pit stop, revelando a estratégia de duas paradas, o que se confirmou mais a frente quando todos os pilotos iniciaram a segunda fase dos pits. Todos menos um: Leclerc. O monegasco parece ter sido o único a acreditar na preleção de Mário Isola (diretor da Pirelli), que numa entrevista antes da prova havia dito que a melhor estratégia seria a de uma parada.

E foi aí que vimos um final fantástico. Faltando 8 voltas Piastri saiu de sua 2ª parada em 3º lugar quase 12 seg atrás de Leclerc que tinha, a olho nu, os pneus destruídos. Logo na sequência ele superou sem dificuldade Carlos Sainz. Tinha um carro muito superior, e 7 voltas para tirar 11,3 segundos.

Os Tifosi que lotavam Monza deliravam nas arquibancadas com a perspectiva de uma vitória improvável em casa. E vamos lembrar que coisas místicas acontecem em Monza, como registrei na coluna do ano passado.

E dessa vez parece que o Comendatore, lá de cima, deu uma força. Piastri não deu conta de superar a diferença, e um heroico Leclerc cruzou a linha em 1º lugar para delírio absoluto da torcida. Norris chegou em 3⁠º, roubando a melhor volta de Verstappen — e 2 pontos que podem ser valiosos na disputa pelo campeonato.

A vitória não deve ser creditada apenas ao além: Leclerc fez uma baita prova. Para se ter uma ideia, entre as voltas 18 e 53, ele fez todas as voltas na casa de 1:23 min, demonstrando uma regularidade de metrô japonês.

Foi bonito escutar os magníficos acordes de Fratelli D’Italia retumbarem em casa, diante da multidão invadiu a pista italiana (aliás invadiu não, porque em Monza a organização hoje em dia abre os portões viabilizando uma tomada autorizada da pista. Passaram a fazer isso após constatar que era inútil tentar segurar os Tifosi, mormente em dia de vitória da Ferrari).

O campeonato está animado. Norris parece ter entrado de vez na briga, embora esteja 62 pontos atrás de Verstappen. Entre as equipes, parece certo como o trovão após o raio que a McLaren em breve deverá ultrapassar a Red Bull.

Falando em Red Bull, desde 2021 a equipe não ficava tanto tempo sem vencer. Há quem diga que é a maldição de Adrian Newey. Nunca uma equipe foi campeã de novo após sua demissão. O inglês salga a terra por onde passa…

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