Aston Martin encerra novela e anuncia Newey em busca de próximo passo na F1
Projetista inglês era desejado por diversas equipes da Fórmula 1
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A novela finalmente acabou. O projetista inglês Adrian Newey foi anunciado como a nova contratação da Aston Martin. A oficialização do negócio foi feita em um evento realizado na fábrica da equipe em Silverstone, na Inglaterra, nesta terça-feira (10). O time britânico será a nova casa do engenheiro, que atuou na Red Bull por 17 anos. Segundo a emissora inglesa BBC Sport, Adrian receberá £ 30 milhões (cerca de R$ 220 milhões na cotação atual) por temporada.
Newey foi anunciado em um evento pomposo na nova fábrica da equipe e tratado como o “maior momento da história da Aston Martin” pelo dono, Lawrence Stroll. Adrian, que será engenheiro e sócio-gerente da esquadra de Silverstone, celebrou o acordo e destacou a ambição do projeto guiado pelo bilionário canadense.
- Estou emocionado por me juntar à Aston Martin. Fiquei muito inspirado e impressionado. Ele (Stroll) está determinado a criar uma equipe que vença o mundo e é o único dono majoritário de equipe que está ativamente envolvido no esporte. Seu comprometimento é demonstrado no desenvolvimento da nova fábrica e túnel de vento em Silverstone, que não são apenas de última geração, mas têm um layout que cria um ótimo ambiente para trabalhar - disse.
- Junto com grandes parceiros, como Honda e Aramco, eles têm todas as peças-chave de infraestrutura necessárias para fazer da Aston Martin uma equipe campeã do mundo. Estou muito ansioso para ajudar a atingir esse objetivo - completou.
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Stroll, primeiro entrevistado na cerimônia e responsável por anunciar a contratação de Newey, também fez questão de celebrar o anúncio do engenheiro e ressaltou o comprometimento em tornar a Aston Martin uma equipe de ponta na Fórmula 1.
- Esta é uma grande notícia. Adrian é o melhor do mundo no que faz, está no topo do jogo, e estou incrivelmente orgulhoso que ele esteja se juntando à Aston Martin. É a maior história desde que o nome Aston Martin retornou ao esporte e outra demonstração da nossa ambição de construir uma equipe de Fórmula 1 capaz de lutar pelo título - destacou.
- Assim que Adrian ficou disponível, sabíamos o que tínhamos de fazer acontecer. Nossas conversas iniciais confirmaram que havia um desejo compartilhado de colaborar em uma oportunidade única na vida. Adrian é uma das pessoas mais competitivas que já conheci. Quando ele viu o que construímos em Silverstone, o talentoso grupo de pessoas que reunimos e o mais recente túnel de vento do esporte, ele entendeu rapidamente o que estamos tentando alcançar - sublinhou.
- Adrian compartilha nossa fome e ambição, ele acredita neste projeto e nos ajudará a escrever o próximo capítulo da história da Fórmula 1 da Aston Martin - finalizou Stroll.
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O projetista chegou a conversar com, pelo menos, Ferrari, Mercedes e Williams, mas ficou impressionado com a fábrica de última geração da Aston Martin, que conta com seu próprio túnel de vento. Além da questão financeira, pesou também o fato de não precisar sair da Inglaterra, ao contrário do que ocorreria caso optasse pela Ferrari, por exemplo, que tentou contratar o projetista e concentra sua estrutura em solo italiano.
De acordo com a revista alemã Auto Motor Und Sport, Newey ficou bastante incomodado por conta da queda de braço pelo controle da Red Bull entre Christian Horner/divisão tailandesa e Helmut Marko/divisão austríaca. E, sem querer se envolver, sentiu-se cada vez mais escanteado do projeto da F1 para cuidar do hipercarro RB17.
Newey, porém, ainda queria trabalhar com a categoria máxima do automobilismo. Embora não passe mais todos os dias no escritório atualizando o carro da Red Bull, como fez no passado, ainda é quem assina os projetos finais e define conceitos.
Aos 65 anos, Newey é considerado por muitos o maior projetista da história da Fórmula 1. Logo após se formar na Inglaterra, em 1980, Adrian teve o primeiro contato com o esporte por meio da equipe idealizada pelos irmãos Fittipaldi na Fórmula 1, que teve no corpo técnico nomes de peso como o brasileiro Ricardo Divila e o britânico Harvey Postlethwaite.
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Mais tarde, em 1988, liderou um projeto mais competitivo na modesta equipe March, acompanhando a transição do time para Leyton House. Em 1991, transferiu-se para a Williams, onde começou a ter a fama reconhecida pelos projetos que foram campeões mundiais em 1992, 1993 e 1996. Foi também pela esquadra de Grove onde passou pelo pior momento da carreira, com a morte de Ayrton Senna.
Em 1997, Adrian se mudou para a McLaren, onde ajudou o time a quebrar um jejum de vitórias que durava quatro anos. Na temporada seguinte, em 1998, viu Mika Häkkinen levantar o primeiro título mundial da carreira, feito que se repetiu em 1999. Depois de uma tentativa frustrada de saída para a Jaguar em 2001, Newey desembarcaria em Milton Keynes em 2006. Ali, a equipe já era Red Bull e trouxe o projetista a preço de ouro. Com ele, veio o tetracampeonato de Sebastian Vettel entre 2010 e 2013, além da atual sequência de títulos de Max Verstappen, entre 2021 e 2023.
A Fórmula 1 agora só volta às pistas entre os dias 13 e 15 de setembro para o GP do Azerbaijão, em Baku.
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