Atletas olímpicos fazem manifesto contra atos do governo no esporte
Campanha divulgada por Hortência e outros nomes de destaque do país cobra mais agilidade e nomeações técnicas, em crítica ao ministro da Cidadania, Osmar Terra
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Um grupo de ex-atletas olímpicos do Brasil lançou no último domingo um manifesto por meio das redes sociais contra medidas recentes tomadas pelo governo do presidente Jair Bolsonaro na área do esporte. A crítica recai, sobretudo, em cima do ministro da Cidadania, Osmar Terra, embora a mensagem não cite nomes.
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"Estamos vivendo um momento de profunda perplexidade diante das últimas notícias relacionadas ao Esporte Brasileiro e a forma como estão tratando o nosso maior patrimônio. Definitivamente não é isso que merecemos!! Queremos gente que faça pelo Esporte, viva pelo esporte!", diz o texto.
O movimento é liderado pelo Conselho Nacional de Atletas (CNA) e pela comissão de atletas do Comitê Olímpico do Brasil (COB). Ex-atletas como Hortência, Thiago Pereira, Fabiana Murer, Maurren Maggi, Poliana Okimoto, Hugo Hoyama e Marcelinho Machado divulgaram a mensagem.
A decisão do novo governo de acabar com o Ministério do Esporte e subordiná-lo ao da Cidadania, que engloba ainda Desenvolvimento Social e Cultura, tem causado insatisfação, devido à falta de relevância dada ao tema.
Terra nomeou o general Marco Aurélio Vieira como secretário Especial de Esportes, órgão que passou a centralizar as decisões do setor. Embora ele seja visto com bons olhos devido ao seu conhecimento técnico, Vieira enfrenta dificuldades para aprovar nomes de sua preferência nas secretarias menores.
Em abril, Terra nomeou o pastor evangélico João Manoel (MDB-MA), indicado pelo ex-presidente José Sarney, para ser o secretário de esporte de Alto-Rendimento, decisão que repercutiu mal entre os esportistas.
Nesta semana, o ex-jogador de futebol Washington, o "Coração Valente", assumiu a Secretaria de Esporte, Lazer e Educação. Embora seja uma pessoa do esporte, ele não era o preferido de Vieira, mas conseguiu o cargo após Terra acatar indicação do ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni.
O campeão olímpico Emanuel, ouro em Atenas-2004 no vôlei de praia, foi convidado em janeiro para comandar a Agência Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD). Com perfil técnico, ele aceitou o cargo, mas até agora não foi nomeado e há quem acredite que isso não acontecerá, por pressão política.
– O Ministério do Esporte acabou, então entrou o Ministério da Cidadania, que elegeu um secretário especial de esporte. Esse secretário é o general Marco Aurélio, que é um cara que eu conheço e acho bacana. Só que o Ministério está parado, porque há um monte de pessoas que foram indicadas e que não conseguem começar a trabalhar por falta de autorização do ministro. Por causa disso, as coisas não estão andando e há muita gente lá dentro fazendo política. Queremos pessoas técnicas nos órgãos – disse Hortência, ao GloboEsporte.
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