Os três judocas brasileiros que entraram no tatame no quarto dia do Campeonato Mundial de Judô ficaram de fora da disputa por medalhas. Neste domingo, dia 23, o melhor desempenho brasileiro foi do meio-médio Eduardo Yudy Santos (81kg), que venceu duas lutas e parou apenas no atual campeão mundial, Alexander Wieczerzak, da Alemanha, nas oitavas-de-final. A competição, que está acontecendo em Baku, no Azerbaijão, também teve as atuações de Victor Penalber (81kg) e Ketleyn Quadros (63kg), que estrearam com vitórias, mas não passaram na segunda rodada.
Em sua segunda participação em Campeonatos Mundiais, Yudy pegou uma chave dura. Estreou com vitória sobre um dos cabeças-de-chave, o mongol Uuganbaatar Otgonbaatar, número 5 do mundo, superou o grego Alexios Ntanatsidis e foi para as oitavas-de-final. Nesta etapa, em luta aberta contra Wieczerzak, Yudy levou um waza-ari, mas reagiu e empatou o confronto. Em nova projeção, os atletas caíram em posição dividida. A arbitragem deu ippon para o alemão, voltou atrás e deu ippon para Yudy e, por fim, não pontuou para ninguém. A luta seguiu e, então, Wieczerzak encaixou um golpe para marcar seu segundo waza-ari e vencer o combate.
- Acho que eu deixei de finalizar o golpe e ficou meio em dúvida (se foi ou não o segundo waza-ari). Quando voltar, preciso treinar essa parte de finalização para não ter dúvida da próxima vez - disse Yudy - Eu vim bem preparado, estava confiante também. Mas, acho que faltou trabalhar mais a parte psicológica. Nesse tipo de campeonato o que decide é detalhe.
Na mesma categoria, Penalber estreou com vitória por ippon (2 waza-ari) sobre o marroquino Achraf Moutii, mas parou na segunda rodada diante do uzbeque Sharofiddin Boltaboev. Cada atleta levou duas punições e, num contra-ataque, Penalber foi projetado e imobilizado pelo uzbeque.
- Eu tive bastante dificuldade na pegada, mas a luta estava bem equilibrada. Errei no final e aí faltavam cinco segundos, não tinha muito o que fazer. A luta com esse estilo de judô (do uzbeque) é bastante enroscada. Eles vão para dividir posição e o brasileiro gosta de lutar na distância para entrar o golpe. Esse encurtamento estava me dificultando para fazer as entradas e eu comecei a arriscar também - detalhou Penalber.
Ketleyn Quadros no meio-médio feminino (63kg), teve o mesmo desempenho. Venceu a primeira luta por ippon (imobilização) sobre a americana Hannah Martin, mas parou na cabeça-de-chave e número 5 do mundo, Andreja Leski, da Eslovênia. As duas foram punidas duas vezes, mas Leski conseguiu pontuar com um waza-ari para interromper a caminhada da brasileira na competição.
- É difícil fazer uma análise assim que saímos do tatame. Acho que o judô vem mudando muito e as faltas vão fazendo bastante diferença. Eu treinei para pegar e atacar, pegar e atacar, botar volume. Infelizmente, tomei dois shidos por pisar fora da área e por estourar a pegada e isso dificultou muito a luta, porque eu tinha que abrir ou acabava a luta com mais um shido. Mas, eu estava me sentindo bem, preparada. Não sei dizer agora o que eu poderia ter feito para ter revertido. Fiz o melhor que eu podia ali naquele momento. Procurei a queda, que era o que faria diferença nesse resultado e foi isso - avaliou Ketleyn ao sair do tatame.
Até o momento, o Brasil tem uma medalha de bronze conquistada por Érika Miranda (52kg) e ocupa a 8ª posição no quadro geral de medalhas, com um bronze, dois quintos e um sétimo lugar. O Japão lidera após levar quatro ouros, três pratas e um bronze. O Mundial continua nesta segunda-feira, dia 24, e o Brasil terá Rafael Macedo (90kg) e Maria Portela (70kg), que chega a Baku como número um do mundo no Ranking da FIJ