Campeonato Brasileiro de vela da classe Finn é definido na última regata
Pedro Trouche, do Clube Naval Charitas, disputa milha a milha regata final contra Maurício Bueno, que emprestou o barco para o novo campeão<br>
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O velejador Pedro Trouche conquistou no domingo o título do 60º Campeonato Brasileiro de Finn, evento disputado no YCSA – Yacht Club Santo Amaro, em São Paulo (SP). O atleta do Clube Naval Charitas (CNC) de Niterói (RJ) somou um ponto a mais do que o vice-campeão, o paulista Maurício Bueno (YCP). O bronze ficou com Pedro Lodovici (YCI).
A competição foi definida na última prova na Represa do Guarapiranga, com os dois velejadores da ponta empatados na liderança da tabela. Pedro Trouche chegou em segundo lugar na regata final, deixando Maurício Bueno na quarta colocação. Era o resultado necessário para dar ao atleta profissional de vela seu primeiro título nacional da categoria Finn.
O Brasileiro de Finn contou com 25 atletas de três estados, um recorde para a categoria dos pesos-pesados no país. O título de Pedro Trouche quebra a sequência de Jorge Zarif, que dominou a classe desde a campanha olímpica para Pequim 2008.
- Foi uma regata para cardíaco. A primeira eu não fui bem e o Maurício Bueno me passou na tabela por um ponto. Na última, para ser campeão, precisava ganhar dele e colocar alguém entre a gente. Fiz um primeiro contra-vento perfeito na minha opinião, o barco estava uma máquina, só tenho a agradecer - disse Pedro Trouche.
- Na primeira regata eu tive um pouco de falta de sorte, mas tentei por a cabeça no lugar, fazer uma boa largada, velejar na frente, tentar proteger o Maurício Bueno e agora no final com o Ricardo também chegando muito forte, e é isso, um sonho. Estou muito feliz.
O Brasileiro 2022 marcou o retorno de Pedro Trouche à classe. A última competição do velejador do Charitas na categoria foi em 2017. Nesse período, o velejador mais novo do campeonato de Finn, com 31 anos, fez história na categoria Star, conquistando inclusive o título da SSL Finals, nas Bahamas, ao lado de Jorge Zarif.
As duas regatas finais deste domingo (25) foram de barla-sota – entre bóias – com 4 milhas náuticas cada uma. O vento foi de Sudeste de 10 a 12 nós, um verdadeiro dia clássico da Represa do Guarapiranga. O vencedor da primeira prova foi Ricardo Santos (YCSA) e a segunda ficou com Pedro Lodovici (YCI).
A próxima edição do Campeonato Brasileiro de Finn será no Iate Clube do Rio de Janeiro (ICRJ) em abril de 2023. A classe definiu por unanimidade que em 2024, a competição nacional será no Iate Clube de Brasília.
- Missão cumprida, conseguimos fazer oito regatas com alto nível técnico, a disputa foi até a última perna da última regata, decidida a poucos metros da linha de chegada. Foi um bom campeonato, pessoal curtiu bastante e vamos para a próxima. Um barco que exige preparo físico, um velejador com um peso mais elevado, entre noventa e cem quilos, um barco extremamente técnico, muito rápido e que motiva a gente a estar sempre bem treinado, preparar o físico para poder velejar em qualquer vento - contou Ricardo Santos, organizador do evento.
Outro torneio de ponta na categoria dos pesos-pesados da vela será o Sul-Brasileiro de Finn, de 13 a 16 de outubro, em Ilhabela (SP). O campeonato será concomitante à Copa Brasil de Vela, organizado pela CBVela – Confederação Brasileira de Vela. Um pouco antes, em julho, em Brasília (DF) ocorre o Sul-americano de Finn. O Paulista de Finn será no YCSA em agosto.
Presente especial
Para correr o Brasileiro de Finn, o campeão de 2022, Pedro Troche ganhou emprestado o barco do vice-campeão Maurício Bueno. O atleta de Niterói (RJ) ainda contou com as velas do competidor Cristiano Ruschmann e do mastro de André Mirsky, que não conseguiu participar do campeonato no YCSA.
Trouche usou seu timing de regata e os treinamentos na classe Star para poupar material e ter uma boa média na tabela. O dia mais complicado foi no sábado (23) com três regatas apresentando ventos acima de 30 nós, considerado muito forte.
- Eu fiz de tudo, barco emprestado do grande amigo meu e aniversariante Maurício. Tenho um carinho enorme por ele, foi uma briga saudável, na água, a gente vai comemorar junto. Queria agradecer também o André Mirsky, que emprestou o barco para ele, assim o Maurício Bueno pode liberar esse Finn para mim - contou Pedro Trouche, que embarca para os Estados Unidos nesta segunda-feira (25) para a disputa da Spring Regatta, em Miami, ao lado do timoneiro norte-americano Jack Jennings.
Maurício Bueno, vice-campeão, comemorou o resultado ao lado das filhas Teresa e Catarina no Yacht Club Santo Amaro. O advogado de 44 anos esteve com o título nas mãos na última regata, mas acabou chegando em quarto e perdendo o campeonato por apenas um ponto. Apesar de não sair com o ouro, o experiente velejador do Yacht Club Paulista ficou feliz pela força da classe Finn no Brasil e pela conquista de um jovem companheiro.
- Foi muita boa a competição, tenho velejado pouco e fiquei feliz pelo resultado, claro que queria ser campeão, ainda mais tendo condições de ser no último dia, mas o segundo lugar está bom também. O Pedro Trouche velejou muito hoje, especialmente nessa última regata. A regata foi boa, todos os competidores levando a sério até o final, então é isso que importa. Meu maior presente foi trazer minhas filhas aqui me acompanhando, vendo o pai dar o seu melhor - explicou Maurício Bueno.
Foram premiados no YCSA os primeiros colocados no geral, master, grand master, grand grand master, legend, jumbo (acima de 110kg) e pena (abaixo de 90 kg). A competição bateu recorde histórico de inscritos com 25, mais que o dobro da média anual de 12.
Quinto no geral, Robert Rittscher (YCP/SP) foi o vencedor na Grand Master, e na versão feminina a ganhadora foi Paola Prada (YCP/SP). A Master ficou para Maurício Bueno, o vice-campeão. Na Grand Grand Master, Arnaldo Cocchi Fernandes teve o melhor resultado entre seus pares. A Legend ficou com Jorge Rodrigues (ICRJ/RJ).
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