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Líder de Tóquio-2020 diz que deixará cargo em meio a suspeitas de propina

Presidente do Comitê Olímpico do Japão, Tsunekazu Takeda tem nome associado à compra de votos para eleição da cidade como sede dos Jogos, em caso semelhante ao de Nuzman

Tsunekazu Takeda, presidente do comitê organizador Tóquio-2020, indiciado pelo Ministério Público da França por autorizar compra de votos para os Jogos do Japão (Crédito: AFP)
imagem cameraTsunekazu Takeda anunciou que vai deixar a presidência do Comitê Olímpico do Japão (Foto: AFP)
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Rio de Janeiro (RJ)
Dia 19/03/2019
15:40
Atualizado em 19/03/2019
16:43

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Presidente do Comitê Olímpico do Japão e um dos principais idealizadores da candidatura de Tóquio para receber os Jogos de 2020, Tsunekazu Takeda anunciou nesta terça-feira que deixará o cargo em junho, ao fim do atual mandato. O dirigente, que ocupa o cargo desde 2001, tomou a decisão em meio às acusações de corrupção no processo de escolha da capital japonesa.

A saída de cena era esperada nas últimas semanas. A menos de 500 dias para os Jogos Olímpicos de 2020, os organizadores tentam recuperar a credibilidade do evento em meio a uma investigação sobre possível compra de votos para a escolha da cidade como sede. Indiciado por corrupção ativa pelo Ministério Público da França em dezembro de 2018, Takeda nega todas as acusações.

O esquema denunciado pelo Ministério Público da França é o mesmo que derrubou o ex-presidente do Comitê Olímpico do Brasil (COB) e do Comitê Rio-2016, Carlos Arthur Nuzman, suspeito de intermediar os contatos entre dirigentes africanos e empresários brasileiros.

Os procuradores apontam a transferência de valores na casa de US$ 2 milhões para Cingapura, tendo como destino uma conta do senegalês Papa Massata Diak, poucos dias antes da Assembleia Geral do COI que resultou no triunfo de Tóquio, em Buenos Aires, em 2013. O cartola, filho do ex-presidente da Iaaf, Lamine Diak, foi envolvido nas investigações de compra de votos do Rio de Janeiro para os Jogos de 2016. Nuzman deixou a presidência do COB em 2017, em meio aos desdobramentos do escândalo.

– É muito doloroso para mim pensar que causei tamanho furor na sociedade. Eu não acredito que fiz algo ilegal ou errado. É lamentável que uma sombra tenha sido lançada no evento por minha causa, mas também acho que é meu dever servir o resto do meu mandato como presidente. Considerando o futuro do Comitê Olímpico Japonês, pensei que a decisão mais conveniente era deixar a gestão para um novo líder da próxima geração – afirmou o dirigente, ex-atleta do hipismo, que prometeu se esforçar para provar sua inocência.

Takeda também é presidente da comissão de marketing do Comitê Olímpico Internacional (COI). Ele confirmou que renunciará ao seu cargo na entidade e disse que tomou a decisão de deixar o cargo para "abrir caminho a uma nova geração de dirigentes esportivos".

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