COB admite briga pelo segundo lugar com Canadá no quadro de medalhas
Cerimônia de hasteamento da bandeira do Brasil na Zona Internacional da Vila Pan-Americana, nesta quarta-feira, contou com a presença de parte da delegação
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Em uma manhã muito fria, inclusive com direito a uma leve e persistente garoa, foi realizada nesta quarta-feira a cerimônia de hasteamento da bandeira brasileira na Zona Internacional da Vila dos Atletas dos Jogos Pan-Americanos de Lima. Cerca de 80 integrantes do Time Brasil participaram da cerimônia, que na prática serve de “apresentação” da delegação brasileira.
Dono de uma das maiores delegações neste Pan-Americano – oficialmente, o COB (Comitê Olímpico do Brasil) contabiliza 486 atletas –, o Brasil chega aos Jogos de Lima com uma meta ambiciosa: brigar pelo segundo lugar no quadro de medalhas com o Canadá, uma das grandes potências esportivas das Américas, atrás apenas dos Estados Unidos.
– Nós estamos aqui para brigar pelo segundo posto com o Canadá. Temos que manter o terceiro lugar no geral, não dá para pensar em descer de patamar, mas sim avançar na briga com o Canadá por este segundo lugar – afirmou o presidente do COB, Paulo Wanderley, que também participou da cerimônia na Zona Internacional.
Em sua primeira edição de Pan-Americano como presidente do COB, Wanderley acredita que mesmo com a redução de aporte financeiro no esporte olímpico de modo geral, o Brasil tem condições de fazer uma ótima participação em Lima.
– Existiu mesmo um declínio de apoio financeiro na área privada, mas o COB tem sustentabilidade por causa dos recursos da lei das loterias e com isso estamos dando sustentação às confederações que por um algum motivo não tiveram patrocínios renovados – disse o dirigente.
Ainda assim, Wanderley encara o Pan de Lima como um laboratório para o Brasil em sua preparação para os Jogos Olímpicos de Tóquio, que nesta quarta-feira completou a marca de um ano para o seu início.
– Estamos buscando parâmetros e ver se estamos no caminho certo, corrigir o que não estiver correto. Esse tem que ser o foco da participação do Brasil – afirmou.
Para o diretor de esportes do COB, Jorge Bichara, o Pan de Lima apresentará desafios diversos para o Brasil buscar uma campanha histórica, seja na colocação final ou mesmo no número de medalhas conquistadas.
– A logística para este Pan impactou bastante no caso do hipismo, por exemplo, no transporte de animais, em virtude de algumas indefinições do comitê organizador sobre o transporte oficial. Veio meio em cima da hora, não nos deixando trabalhar com a antecedência que gostamos – disse Bichara.
Outro ponto de alerta está na natação, um tradicional carro-chefe de medalhas pan-americanas para o Brasil. A realização do Mundial de Esportes Aquáticos na Coreia do Sul, praticamente ao mesmo tempo em que o Pan de Lima está iniciando, trouxe mais uma dor de cabeça.
– É uma modalidade muito importante para a gente no quadro final de medalhas e os atletas chegarão a uma condição de disputa em que eles têm pouco tempo de descanso da viagem, além de uma diferença de fuso horário considerável da Coreia do Sul para cá. Mesmo vindo com suas equipes B ou C, Estados Unidos e Canadá chegarão descansados aqui, o que tornará a disputa mais equilibrada – comentou o diretor de esportes do COB.
Bichara diz também que o COB ainda não fez um levantamento de previsão de medalhas que o país poderá conquistar em Lima.
– O Pan-Americano tem uma dificuldade a mais para prever o nível da disputa e o tipo de atleta que iremos encontrar. No Pan, você só descobre quem irá enfrentar quando fechar o congresso técnico de cada modalidade – disse Bichara, lembrando que o maior foco do Brasil é na busca das vagas olímpicas que estarão em disputa neste Pan.
– Nós teremos 14 modalidades que distribuem vagas diretas. Acredito que as com mais chance são o handebol feminino e masculino, o hipismo e o polo aquático. Há possibilidades também no tênis de mesa, embora precisamos confirmar no congresso técnico, e pentatlo moderno. Então estas são as que estão no nosso foco – disse Bichara.
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“Repórter” Yane Marques
Medalhista olímpica de bronze no pentatlo moderno em Londres-2012, Yane Marques está “estreando” nos Jogos de Lima em uma nova função. Credenciada como jornalista pelo COB, ela vem sendo responsável por postagens nas redes sociais da entidade, como Instagram e Facebook.
– Acho até ousadia me colocar nesta condição. Mas achei bacana a iniciativa do COB em trazer cada vez mais o olhar do atleta, então eles me chamaram para cuidar das redes sociais no Pan. Achei inusitado e desafiador, porque é uma área que não me preparei para isso. Está sendo uma experiência muito legal – disse Yane, que agora se vê do outro lado da relação atleta-imprensa.
— Antigamente, os repórteres me ligavam pedindo entrevistas. Agora sou eu dizendo que preciso falar com eles – brinca Yane, que é a atual presidente da Comissão de Atletas do COB. Ela reconhece que o fato de ter sido atleta até há pouco tempo facilita o seu trabalho.
– Com certeza facilita muito. Já tenho uma relação muito próxima com a maioria destes atletas, conheço muitos, e isso dá um acesso mais tranquilo – disse Yane, que já sentiu até alguns dramas que jornalistas costumam passar em coberturas como esta.
– Agora mesmo estava fazendo uma live e deu uma pausada. Fiquei falando ‘cadê a internet, ai Meu Deus’ – brincou Yane.
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