Comissão da Wada vê falhas ‘graves’ em operação antidoping da Rio-2016
Redução de orçamento do Comitê Organizador teria comprometido a contratação de profissionais. Trocas no comando da autoridade sobre o tema também é alvo de crítica
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A logística de coleta de amostras antidopagem dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio-2016 foi caracterizada por falhas "graves", na avaliação de uma comissão da Agência Mundial Antidoping (Wada, na sigla em inglês). Um relatório de 55 páginas produzido por um time de observadores Independentes, divulgado nesta quinta-feira, apontou equívocos na organização do evento e criticou o corte de recursos voltados para o combate ao uso de substâncias proibidas.
O documento menciona a ausência de pessoal treinado no controle de doping; o planejamento inadequado na escalas dos funcionários; falta de manutenção nas estações de controle de doping; a falta de acesso dos fiscais de doping às áreas de imprensa; falta de equipamento nos centros de controle; problemas no transporte e comida insuficiente para os funcionários; e a falta de conhecimento sobre a localização dos atletas fora do período de competição.
Outra crítica envolve mudanças "significativas" na troca dos profissionais que atuaram no combate ao doping no período de um ano antes do início dos Jogos. A Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD) teve uma troca no seu Secretário Nacional, com a saída de Marco Aurélio Klein. O ex-judoca Rogério Sampaio assumiu o cargo.
Além disso, o Ministério do Esporte chegou a ser comandado por três pessoas em 2016: George Hilton, Ricardo Leyser e o atual ministro, Leonardo Picciani.
O objetivo da comissão, segundo a Wada, foi inspirar confiança nos atletas e no público quanto ao trabalho do programa antidoping dos Jogos, por meio de feedback e sugestões de possíveis melhoras em "tempo real" para as próximas edições do megaevento.
Avanços foram notados nas seguintes áreas: identificação rápida e acompanhamento adequado de lacunas no processo de controle. O Laboratório Brasileiro de Controle de Dopagem (LBCD), responsável pelas operações nos Jogos, foi elogiado por seus equipamentos e sua operação "segura e muito eficiente, representando um legado para o movimento antidoping na América do Sul".
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