Brigid Kosgei pulveriza recorde de Paula Radcliffe

Queniana supera o recorde mundial da britânica, que durava 16 anos. No masculino, a vitória foi de Lawrence Cherono, também do Quênia

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O Quênia está em festa. Após Eliud Kipchoge mostrar que é possível correr a distância de uma maratona em menos de 2 horas, no último sábado (12/10), que levou os quenianos a comemorarem o feito como se fosse a conquista da Copa do Mundo, no dia seguinte a compatriota Brigid Kosgei, de 25 anos, também deu mais um orgulho ao seu povo.

Neste domingo (13/10), ao vencer a Maratona de Chicago, em 2h14m04s, Brigid Kosgei superou o recorde mundial da Paula Radcliffe, de 2h15m25s, obtido na Maratona de Londres, em 2003. A média da queniana foi de 3m11s/km, enquanto que a britânica precisou de 3m13s/km. Pela vitória, Brigid recebeu o prêmio de US$ 100 mil. Já pela nova marca, mais US$ 75 mil.

Sob os olhares da ex-recordista mundial, Brigid disse que ainda pode diminuir mais seu tempo:

- Acho ser possível correr para 2h10m. Estou focada em reduzir meu tempo novamente.

O prenúncio dessa conquista de Brigid Kosgei aconteceu em Londres, no mês passado, quando ela venceu, em 1h04m28s, a Great North Run, maior meia maratona do mundo, com a participação de 55 mil corredores. Esse tempo é o novo recorde dos 21km. No sábado passado, quando as rajadas de vento em Chicago diminuíram e as previsões de condições de frio e sol chegaram, Brigid percebeu que o domingo seria perfeito para tentativa da quebra do recorde.

Antes de chegar ao segundo quilômetro, a queniana sentiu que o dia seria promissor. No Km 12, por exemplo, Brigid tinha corrida 25m10s, bem no ritmo recorde mundial. Na marca dos 21km, ela passou em 1h06m59s, um minuto abaixo do tempo de Paula.

- Eu não esperava por isso - disse ela logo após cruzar a linha de chegada. - Mas senti que meu corpo estava se movendo, se movendo, se movendo. Então fui em frente. Isso é incrível para mim.

A britânica viu in loco sua marca ser pulverizada.

- Se me dissessem, em 2003, que meu recorde duraria tanto tempo, eu não teria acreditado - disse a britânica, que estava presente em Chicago, onde, em 2002, conseguiu seu primeiro recorde mundial, com 2h17m18s, que, seis meses depois, seria quebrado por ela e superado pela queniana neste domingo. - Mas eu sempre soube que alguém um dia bateria meu tempo. E quando vi como Brigid estava correndo, sabia que o recorde iria ser dela.

A etíope Ababel Yeshaneh chegou em segundo lugar, com quase sete minutos depois da campeã, cruzando a linha do Grant Park em 2h20m51s, seguida pelo compatriota Gelete Burka, com 2h20m55s.

Uma curiosidade sobre o recorde de Paula Radcliffe de 2003. Seu tempo de 2h15m25s só foi confirmado pela Federação Internacional de Atletismo (IAAF) em 2011, mesmo assim depois de dois posicionamentos no mesmo ano. Depois de desconsiderar a marca por ela ter sido conseguida quando havia uma única largada e que as mulheres podiam usar homens como marcadores de ritmo, a entidade maior de posicionamento e decidiu que o tempo de Paula valeria como recorde, mas em provas mistas. A partir de 2004, as mulheres passaram a ter uma largada só para elas.

Em 2017, com 2h17m01s, na Maratona de Londres, a queniana Mary Keitany superou o recorde de Paula Radcliffe de 2h17m42s, obtido na edição de 2005 da prova londrina, quando a prova já estava na regra de largada só para mulheres.

Se entre as mulheres não houve uma disputa acirrada pelo primeiro lugar, o mesmo não aconteceu entre os homens. A diferença entre o primeiro e o quarto foi de oito segundo. O queniano Lawrence Cherono foi o campeão, com 2h05m45s, seguido pelos etíopes Dejene Debela, com 2h05m46s, e Asefa Mengstu, com 2h05m48s, e pelo também queniano Bedan Karoki, com 2h05m53s. Pela conquista, Cherono recebeu US$ 100 mil.

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