As curiosidades da Maratona de Nova York 2121
Cancelada em 2020 por causa da Covid-19, prova retorna em sua 50ª edição com participação de 30 mil corredores. Quenianos vencem a maior maratona do mundo
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Cancelada em 2020 por causa da pandemia da Covid-19, a Maratona de Nova York teve sua 50ª edição disputada neste domingo (7), com a participação de cerca de 30 mil atletas, 20 mil a menos que na edição de 2019.
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Campeã da maratona dos Jogos Olímpicos de Tóquio, em agosto, Peres Jepchirchir venceu a prova em 2h22m39s. A queniana, de 26 anos, é a primeira medalhista de ouro, entre mulheres e homens, a vencer a Maratona de Nova York.
“É uma grande honra ser a primeira campeã olímpica a vencer a Maratona de Nova York”, disse Jepchircir, que, em dezembro do ano passado, ainda venceu a Maratona de Valência. “Foi uma grande oportunidade para mim e era o meu plano ser campeã em Nova York. Minha preparação foi curta, mas dei o meu melhor”.
Vozes contra o feminicídio
Em segundo lugar ficou a também queniana Viola Cheptoo, com 2h22m44s, que dedicou seu resultado a compatriota Agnes Tirop, recordista mundial dos 10km, supostamente assassinada pelo marido em outubro deste ano. Muitos atletas também correram com um patches em homenagem a Tirop.
“Estamos aqui porque estamos colocando nossa irmã para descansar, mas também para levantar nossa voz”, disse Viola após a prova. “Precisamos ser ouvidas como mulheres. Precisamos que as pessoas entendam que não somos ferramentas. Não somos propriedade de ninguém”.
A etíope Ababel Yeshaneh, com 2h22m52s, terminou em terceiro lugar. Em quarto lugar ficou a americana Molly Seidel, de 27 anos. Medalha de bronze na maratona olímpica de Tóquio, ela completou a Maratona de Nova York em 2h24m42s. Com este resultado, ela se tornou a americana mais rápida da história da prova. O recorde anterior pertencia a Kara Goucher, que, em 2008, ficou em terceiro lugar, com 2h25m53s.
De vice a campeão
No masculino, a vitória foi do também queniano Albert Korir, com 2h08m22s. Em 2019, ele foi vice-campeão da prova, ficando 23 segundos atrás do compatriota Geoffrey Kamworor, que conquistou o bicampeonato em Nova York com 2h08m13s. O segundo colocado foi o marroquino Mohamed El Aaraby, com 2h09m06s, seguido pelo italiano Eyob Faniel, com 2h09m52s.
“Não foi uma corrida fácil”, disse Korir, de 27 anos, que pela primeira vez venceu uma das maratonas da World Major Marathon (Tóquio, Boston, Londres, Berlim, Chicago e Nova York). “Mas eu gostei”, completou ele, que já venceu as maratonas de Viena (2017), Cidade do Cabo (2018), Houston e Ottawa (2019).
Kenenisa Bekele decepciona
Dono da segunda melhor marca da história da maratona (2h01m41s), Kenenisa Bekele, de 39 anos, terminou em sexto em sua estreia na Maratona de Nova York, com 2h12m52s. Há menos de dois meses, o etíope também não foi bem na Maratona de Berlim. Bicampeão da prova, em 2016 e 2019, ficou em terceiro, com 2h06m47s.
Sucinto após a prova, o etíope disse apenas: "Foi difícil, foi difícil".
Brasileiros na Maratona de Nova York
Entre os 24.940 corredores que concluíram a Maratona de Nova York, 111 eram brasileiros. Os melhores foram Geraldo Pereira da Silva Filho, com 2h38m32s, ficando na 90ª colocação geral, e Beatriz Orzechowski, com 2h56m22s, 448ª no geral.
Americana Shalane Flanagan faz história
Quando soube que as seis principais maratonas do mundo aconteceriam num intervalo de 42 dias, a americana Shalane Flanagan, campeã da Maratona de Nova York em 2017 e aposentada desde 2019, ficou louca e se impôs o desafio de correr todas elas. Neste domingo, ela cumpriu sua missão na Maratona de Nova York, com o melhor tempo entre as provas escolhidas: 2h33m32s.
A primeira foi a Maratona de Berlim, em 26 de setembro, que fechou em 2h38m32s. No dia 3 de outubro foi a vez da Maratona de Londres, com 2h35m04s. Em 10 de outubro, ela, aos 40 anos, correu a Maratona de Chicago, em 2h46m39s. Depois, em 11 de outubro, disputou a Maratona de Boston, com 2h40m36s. Entre Boston e Nova York, ela fez a edição virtual da Maratona de Tóquio, em 2h35m14s, em 17 de outubro.
“Eu me aposentei, fiz uma cirurgia no joelho, estava em transição para uma função de treinadora. É por isso que me apeguei tão fortemente a essa ideia de seis grandes maratonas, porque eu só preciso de algo para ansiar e ter um objetivo novamente, além, você sabe, ser mãe e outras coisas. Eu só precisava de algo para mim”, afirmou ela, que em 2017 acabou com um jejum de 40 anos em uma americana campeão da Maratona de Nova York. “Eu só esperava me sentir bem e correr o meu último o mais rápido, mesmo que fosse um ou dois segundos mais rápido do que Londres. E então, sim, eu consegui isso.”
Perguntada se pensava em voltar a competir profissionalmente, ela descartou qualquer possibilidade:
“Nem um pouco”, disse Flanagan. “Estou muito feliz com o que estou fazendo. É o que me excita e pelo que sou apaixonada. É uma maneira diferente de interagir com o esporte, e é definitivamente onde estou no meu coração agora.
De volta à Maratona de Nova York 50 anos depois
Larry Trachtenberg foi um dos 127 participantes da primeira edição da Maratona de Nova York, em 1970. De acordo com o “New York Times”, ele estava no último ano do ensino médio e era um corredor de cross-country, que achou que seria um desafio divertido fazer sua primeira maratona. Naquele ano, ele terminou em 32º lugar entre os 55 que concluíram, com o tempo de 3h22m04s. Sem ter ingerido nenhum líquido durante os 42km, ele bebeu seis latas de refrigerante grátis no final da corrida. Aos 67 anos, sem correr uma maratona desde 1978, ele cruzou a linha de chegada, neste domingo, em 5h00m09s, sendo o 17.150 colocado no geral.
Cinquenta anos depois, Trachtenberg viu uma prova totalmente diferente de quando tinha 16 anos.
“Inacreditável em termos de espectadores e da energia que eles transmitem e da música”, disse Trachtenster ao “The Register-Guide”. “É difícil acreditar que corri por cinco horas. Se você me dissesse isso antes da largada, eu diria: ‘Como posso aguentar cinco horas?’ Você poderia pensar que seria uma agonia mental, mas não foi nada disso, foi um verdadeiro prazer. Foi tão emocionante”.
Ex-jogadoras de futebol correm por causa social
Lauren Holiday, com3h40m30s, Leslie Osborne, com 3h41m33s, e Abby Wambach, com 3h44m25s, ex-jogadoras da seleção feminina de futebol dos Estados Unidos, correram a maratona juntas e arrecadaram dinheiro para a JLH Fund. A organização, dirigida por Holiday e seu marido Jrue Holiday, armador do time de basquete Milwaukee Bucks, que apoia ONGs lideradas por negros em todo o mundo.
Celebridades cruzam os cinco bairros de Nova York
Algumas celebridades participaram da Maratona de Nova York. A supermodelo Christy Turlington, de 52 anos, fechou a prova em 4h01m20s, dez anos após fazer sua estreia na prova. Ela completou sua nona maratona em nome de sua organização de saúde materna, Every Mother Counts. Ela criou sua ONG depois das complicações no nascimento de sua filha, Grace, em 2003. Este ano, as duas correram juntas, com Grace terminando a maratona 5h31m14s.
Quem também correu, mas com pseudônimo, foi a filha do ex-presidente americano Biil Clinton. Ele e a mulher Hillary estava na linha de chegada quando Chelsea, de 41 anos, terminou em 3h59m09s. (Iúri Totti)
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