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‘Doamos nossa vida, mas CBDA não nos ouve’, critica Poliana Okimoto

Bronze na Rio-2016, nadadora se diz chateada com a falta de diálogo da entidade e pede mudanças no comando após a prisão de cartolas em operação contra desvio de recursos<br>

Maratona Aquática -  Poliana Okimoto
imagem cameraMedalhista na Rio-2016, Poliana Okimoto enfrenta incertezas em novo ciclo olímpico (Foto: Satiro Sodre/SSPress)
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Lance!
Rio de Janeiro (RJ)
Dia 08/04/2017
20:14
Atualizado em 09/04/2017
13:38

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A medalha inédita de Poliana Okimoto nos Jogos Olímpicos do Rio, um bronze na prova dos 10km, coroou um ciclo de sacrifícios e uma carreira de lutas. Oito meses depois, o objeto é símbolo do esforço que a nadadora trava com outros atletas para fortalecer a gestão dos esportes aquáticos do Brasil na maior crise de sua história.

A paulistana deixou de receber verba dos Correios, principal patrocinador da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) nos últimos 20 anos, para custear treinos e competições de 2017. Ela reclama que não teve sequer explicações para o fato, uma vez que a estatal, inicialmente, manteria o aporte, ainda que em menores proporções devido à crise no país.

Na última sexta-feira, um grupo de esportistas, do qual ela faz parte, divulgou um comunicado no qual eles se colocam à disposição do interventor judicial Gustavo Licks, que administra provisoriamente a entidade até a nova eleição. O objetivo é conseguir um maior diálogo e buscar melhorias na administração.

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– Precisamos de mudanças na forma como é feita a gestão esportiva no Brasil, e em como o atleta é envolvido nela. Nós somos os que mais se esforçam. Doamos nossa vida e nosso dia a dia para fazer uma natação melhor e trazer resultados. Mesmo assim, somos os menos ouvidos pela confederação. Está na hora disto mudar – declarou Poliana, em entrevista ao LANCE!.

Focada na seletiva para o Campeonato Mundial de Budapeste (HUN), em julho, a nadadora tem apoio do Comitê Olímpico do Brasil (COB) para custear a preparação. Neste mês, a entidade ofereceu recursos para um treinamento em altitude no Arizona (EUA). Quando chegou no Brasil, Okimoto soube da prisão preventiva de três cartolas da confederação pela Polícia Federal.

O ex-presidente da CBDA, Coaracy Nunes, o ex-diretor financeiro, Sergio Alvarenga, o ex-consultor do polo aquático, Ricardo Cabral, e o ex-superintendente Ricardo de Moura, preso no sábado, são suspeitos de terem desviado R$ 40 milhões em convênios com o governo.

Os Correios anunciaram que rescindirão o contrato em vigor, de R$ 11,4 milhões por dois anos. Mas a CBDA ainda tenta reverter a decisão.

BATE-BOLA
Poliana Okimoto Nadadora ao LANCE!

‘Fico chateada, com medo e muita insegurança do que será do futuro’

Como foi a decisão da CBDA de cortar a verba dos Correios para a sua preparação no novo ciclo?
Não fui avisada. Não tive nenhuma justificativa da CBDA para não manterem o patrocínio dos Correios.

Como está fazendo para treinar e competir? Teme tirar do bolso?
Para as primeiras competições, a CBDA já tinha um dinheiro orçado desde o ano passado. Para o treinamento de altitude que acabei de fazer, o COB me ajudou. Eles já se comprometeram a bancar nossa preparação até o Mundial, e enquanto isso seguimos com a Unisanta, Speedo e Exército, além do Bolsa Pódio, me apoiando nos custos mensais.

O que achou das prisões?
Fui pega de surpresa. Cheguei de viagem com o telefone cheio de mensagens. Ficamos sabendo logo depois, pela internet. Fico chateada, principalmente com medo e muita insegurança do que será do nosso futuro, da natação brasileira, se as competições serão feitas e se o calendário será mantido. É difícil.

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