Federação de atletismo quer reverter decisão que liberou Semenya a correr

IAAF afirma que buscará rápida reversão da ordem para fazer valer seu novo regulamento, que veta a bicampeã olímpica dos 800m de competir devido a altos níveis de testosterona

imagem cameraCaster Semenya foi liberada provisoriamente a competir por decisão de corte suíça (Foto: AFP PHOTO)
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Lance!
Londres (ING)
Dia 05/06/2019
15:52
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A Associação Internacional das Federações de Atletismo (IAAF) afirmou nesta quarta-feira que tentará reverter a decisão da corte suíça que liberou na segunda-feira a sul-africana Caster Semenya, bicampeã olímpica dos 800m, a competir em eventos da entidade, devido aos seus níveis de testosterona.

A defesa da atleta citou a "necessidade de defesa de direitos humanos fundamentais" ao apelar contra o novo regulamento do órgão. O tribunal deu à IAAF um prazo até 25 de junho para se posicionar. Enquanto isso, Semenya estará apta a disputar competições. O principal objetivo dela no ano é o Campeonato Mundial, que acontecerá em novembro, em Doha, no Qatar.

"A IAAF vai procurar uma rápida reversão da ordem para que a regulação da DSD (Diferença de Desenvolvimento Sexual) se aplique a toda as atletas afetadas para que, entre outras coisas, se evite uma confusão série entre atletas e organizadores de eventos e para proteger a integridade do esporte. Ao mesmo tempo, a IAAF vai defender a regulação da DSD e o padrão da Corte Arbitral do Esporte (CAS) no processo de apelação diante do Supremo Tribunal Suíço", informou a entidade.

O novo regulamento da IAAF determina que atletas com "diferenças de desenvolvimento sexual" reduzam a taxa de testosterona para poder participar de competições com distâncias entre 400m e 1.500m.

O argumento utilizado é de que os níveis elevados do hormônio influenciam por aumentarem a explosão muscular. Semenya nasceu com hiperandrogenismo, condição que faz o corpo produzir naturalmente mais hormônios andróginos.

Semenya perdeu uma apelação na Corte Arbitral do Esporte (CAS) contra a decisão da IAAF no dia 1º de maio. Em seguida, recorreu à corte suíça. A atleta, que também tem no currículo três títulos mundiais nos 800m, é enfática ao afirmar que não tomará remédios para controlar sua produção hormonal. 

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