Futebol de 7 busca patrocínio para manter categoria: ‘Nosso orçamento é de zero reais’
Esporte não faz mais parte do quadro paralímpico e por esse motivo deixou de receber verba federal através do Comitê Paralímpico Brasileiro
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Fora do programa paralímpico desde 2015, o futebol de 7, que conta com atletas com paralisia cerebral, não recebe mais verba do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) e não tem dinheiro para se manter em competições em 2020. Em entrevista ao 'Olimpíada Todo Dia', o diretor técnico da Associação Nacional de Desporto para Deficientes (ANDE), Leonardo Baideck, falou sobre a situação dramática.
- Todo o orçamento da Ande nesse momento é oriundo da Lei Agnelo Piva [que estabelece que 2% da arrecadação bruta de todas as loterias federais do país sejam repassados ao Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e ao CPB. Do total de recursos repassados, 85% são destinados ao COB e 15%, ao CPB]. Com o anúncio da retirada da modalidade do Jogos de Tóquio 2020 e Paris 2024, o CPB fica impedido de repassar recursos para a ANDE através da Lei. Quero deixar claro que não houve nenhum corte ou atitude de má fé por parte do CPB, muito pelo contrário. Eles querem continuar nos ajudando. Mas não podem fazer isso devido a essas restrições. Ou seja, no momento, nosso orçamento em 2020 para o futebol de 7 é de zero reais - lamentou.
Sem dinheiro, o Brasil pode ficar de fora das competições de 2020, como a Copa das Nações, que será realizada na Sardenha, na Itália. A ANDE precisaria pagar uma taxa de 1250 euros (cerca de R$5.800), além de transporte, hospedagem e passagens dos 14 atletas e comissão técnica.
- Acredito que com 90 mil dólares (cerca de R$ 360 mil) conseguiríamos pagar. Estamos muito chateados em não ter este recurso, mas muito empenhados em adquiri-lo, além de conseguir parceiros que nos ajudem. O importante é dar continuidade ao bom trabalho que estamos fazendo. Estamos em uma crescente de resultados e não podemos interromper o trabalho - analisou.
Baideck ainda afirmou que a não participação na Copa das Nações pode acarretar no fim da modalidade.
- Tem riscos de acabar sim. Eu não acredito que a modalidade acabe a curto prazo; mas se formos pensar a médio e longo, se a gente não receber recurso nenhum para as competições internacionais e nacionais, pode acabar - disse.
Para ajudar a manter o esporte responsável por três medalhas paralímpicas do Brasil e que se apresenta como importante fonte de inclusão e superação, acesse o site da ANDE.
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