Ex-ginasta acusa Fernando de Carvalho Lopes de desviar verbas
O ex-ginasta Matheus Lara, que treinou com o técnico por quatro anos, afirma que assinava recibo mas não recebeu cerca de 50 mil reais a que tinha direito
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Uma nova reportagem da TV Globo, exibida no Fantástico deste domingo, trouxe À tona novas denúncias contra Fernando Carvalho Lopes. Acusado de abusar sexualmente de ex-atletas, dessa vez o treinador é acusado de fraude fiscal.
Segundo Matheus Lara, ex-ginasta que treinou com Fernando Carvalho Lopes por quatro anos, o técnico desviou verba destinada aos competidores, quantia de incentivo ao esporte que era enviada pela Prefeitura de São Bernardo do Campo.
- Eu não recebia em espécie nada do que estava descrito. Depois de dois anos, comecei a receber mensalmente, porém era um valor bem abaixo do que estava nos recibos. Acontecia com alguns atletas, em torno de dez, 12 atletas que eu tenha ciência - afirmou.
A revelação de que o técnico é investigado por fraude fiscal, além das acusações de abuso, foi feita pelo senador Magno Malta, na semana passada, durante a CPI dos Maus-tratos, em Brasília. Segundo Matheus Lara, entre 2010 e 2013, Fernando fazia seus atletas assinarem um recibo para comprovar que recebiam o repasse de verba, mas nunca entregou o dinheiro: Lara deixou de receber 50 mil reais.
- Quando questionei, ele ficou supernervoso, virou e falou pra mim: "Sua responsabilidade é treinar, eu cuido do dinheiro". E daí foi a gota d'água pra mim, além dos outros problemas que já vinham acontecendo no ginásio. A questão dele falar que prejudicou algumas pessoas por não seguirem uma linha de trabalho dele é completamente imoral - afirmou o ex-atleta, citando a linha de defesa do técnico.
Durante a CPI, Fernando de Carvalho Lopes garantiu ser inocente e diz ser alvo de vingança:
- Criei muitos inimigos, cortei bolsas de estudos de atletas quando deixavam de render, cortei salários de atletas, demiti auxiliares técnicos, sempre prejudicando as pessoas que não seguiam a minha linha de trabalho.
O técnico responde as acusações em liberdade. Após a quebra do sigilo fiscal, telefônico e da caixa de e-mails de Fernando, de até cinco anos atrás, o técnico deve ser intimado a depor novamente.
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