Lewis Hamilton venceu o duelo com o companheiro de equipe George Russell e liderou o treino livre 1 do GP de Las Vegas de Fórmula 1, realizado no fim da noite desta quinta-feira (21). O heptacampeão anotou 1min35s397, superando o britânico em 0s090. Lando Norris terminou em terceiro, enquanto Max Verstappen ficou em quinto.
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Como já era esperada, a temperatura do asfalto em apenas 16°C deixou a pista de rua de Las Vegas bastante escorregadia. Várias foram as escapadas durante a sessão, inclusive de Norris e Verstappen. Liam Lawson, da RB, chegou a comparar a sensação com a de “pilotar no molhado”.
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Os tempos de volta, portanto, variaram bastante à medida que os carros deixavam o traçado mais aderente. Para se ter uma ideia, os melhores registros começaram na casa de 1m40s, muito acima do alcançado por Hamilton.
A tabela de tempos, aliás, só começou a ganhar forma nos 15 minutos finais, quando, já com os macios, os pilotos começaram a melhorar significativamente as marcas. E a julgar pelo que se viu na primeira sessão, Verstappen terá trabalho pela frente, se quiser celebrar o título em Las Vegas. O neerlandês até liderou em alguns momentos, mas novamente se viu brigando bastante com a direção do carro.
Confira como foi o TL1 da F1 em Las Vegas:
A primeira atividade do dia começou com termômetros em 14°C, asfalto em apenas 16°C e umidade relativa do ar em 19% — cenário típico de regiões de clima desértico, como a cidade localizada no estado norte-americano de Nevada. A questão, todavia, era ver como os pneus iriam se comportar dali em diante, principalmente, levando-se em conta que classificação e corrida serão realizadas às 22h locais (3h de Brasília tanto no sábado quanto no domingo), quando a temperatura será ainda menor.
Já prevendo o desafio quanto ao aquecimento da borracha, a Pirelli levou a gama mais macia (C3, C4 e C5) para o traçado urbano, que, ano passado, deu o que falar já na primeira atividade de pista, por conta do incidente com a tampa de bueiro solta que destruiu o assoalho do carro de Sainz.
Os organizadores, então, trataram de providenciar uma solução, ao asfaltar as tampas dos bueiros. Porém, as ondulações naturais de pista de rua também seriam outro fator. Mais ainda depois da diretiva técnica, emitida pela Federação Internacional de Automobilismo (FIA), proibir o uso de protetores para diminuir o desgaste do assoalho — recurso então usado por equipes como Mercedes e Ferrari. Ainda assim, os italianos foram para Las Vegas com um fundo modificado para melhorar o fluxo de ar.
Pista liberada, os pilotos não demoraram para experimentar o gelado asfalto. E os primeiros feedbacks pelo rádio já eram esperados: “Parece que estou pilotando no molhado”, avisou Lawson, enquanto Verstappen ziguezagueava freneticamente em busca de alguma temperatura. Mais alguns giros, e as escorregadas logo apareceram, puxadas pelos carros da Ferrari.
Completados os primeiros dez minutos de atividade, Magnussen colocou a Haas na ponta com 1m40s407, mais de 1s melhor que Hamilton, em segundo. Chamava atenção, aliás, a enorme diferença ainda entre os carros. Tanto que Russell colocou 0s8 sobre o piloto da Haas, ao virar 1m39s595, ainda reflexo das condições da pista longe das ideais.
Mais algumas voltas, foi a vez de Hamilton liderar a tabela de tempos com 1m38s155, seguido por Verstappen, 1s3 atrás — detalhe: o carro da Mercedes, de médios, enquanto o postulante ao título escolhera os macios para o stint inicial da sessão.
Com cerca de 40 minutos para o fim, Hamilton já entrava na casa de 1m36s alto. Até então, apenas os carros da Red Bull usavam macios, com Max à frente de Pérez. Norris, por sua vez, colocava a McLaren em quarto, atrás ainda da Ferrari de Leclerc. O top-10, portanto, era formado por Hamilton, Russell, Leclerc, Norris, Sainz, Piastri, Magnussen, Ocon, Verstappen e Pérez.
Com 30 minutos completados, Russell surgiu no rádio para reclamar da entrada do pit-lane, “quase impossível de se ver”. Pouco antes, tanto Albon quanto Colapinto receberam bandeira branca por cruzarem a linha sem parar nos boxes.
Enquanto isso, na pista, Norris se aproximava do duo da Mercedes ao virar 1m37s396 e subir para terceiro, 0s469 mais lento que Hamilton. Verstappen, por sua vez, continuava no meio do pelotão, em nono, agora atrás de Pérez. Quem surgia em boa performance era a Alpine, com Gasly e Ocon em quarto e sétimo respectivamente, enquanto a Williams, de quem muito se esperava por Las Vegas ser um circuito de alta velocidade, amargava as últimas colocações, com Albon e Colapinto à frente apenas de Guanyu Zhou.
Magnussen, então, calçou os macios, acertou mais uma vez a mão e pôs a Haas à frente do MCL38 #4. Hülkenberg também vinha bem, em sétimo, e a dupla da esquadra norte-americana puxou o stint com os pneus de faixa vermelha.
Com 22 minutos para o fim, Leclerc veio com os compostos C5 e pegou o melhor segundo setor do traçado de Vegas, mas por 0s085 não conseguiu tirar Lewis da ponta. Piastri, por sua vez, até foi melhor no trecho inicial, mas perdeu tempo no intermediário e fechou apenas em nono. O australiano, na verdade, foi forçado a fazer um setor 3 mais lento depois de Hamilton passar reto na curva 14 e causar bandeira amarela localizada.
Norris não perdeu a oportunidade e baixou bastante a melhor marca ao virar 1min35s954. Leclerc e Sainz também foram mais rápidos e trouxeram a Ferrari para as posições seguintes, enquanto Piastri era o quarto. Gasly, Magnussen, Hamilton, Russell, Pérez e Ocon vieram na sequência, completando o top-10. Já Verstappen, reclamando muito da direção do RB20, surgia num distante 14º lugar. Mas ele logo achou um tempo melhor e subiu para sexto.
Nos minutos finais, a sessão viu um duelo entre Russell e Hamilton pela liderança. E parecia que o #63 levaria a melhor. Porém Lewis achou volta excelente com o cronômetro já zerado e puxou a dobradinha da Mercedes.