Uma das vozes mais críticas à gestão de Coaracy Nunes na Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA), a nadadora Joanna Maranhão não escondeu a satisfação com a notícia da prisão do cartola e outros dirigentes pela Polícia Federal, nesta quinta-feira. Investigações apuram o destino de cerca de R$ 40 milhões repassados à entidade, que podem ter sido desviados.
- Eu estava treinando e, quando saí, pipocava de mensagem e ligação. Quando abri e li o que era, foi uma mistura de choque e alivio. Chorei um pouco, pois era algo que esperava há muito tempo. Me dá um alivio muito grande, a mudança está aí agora para a gente. Não tem outra saída a não ser mudar. Que as pessoas saiam desse lugar de fuga. Os atletas que estão lamentando (a prisão) são os que se silenciaram por muito tempo e querem se fazer de vitima. Não dá mais - disse a nadadora, em entrevista ao Bate-Bola, da ESPN.
Há indícios de um esquema de desvios de recursos públicos captados por meio de convênios e leis de fomento ao esporte sem a devida aplicação.
Os investigados responderão, de acordo com suas participações, pelos crimes de peculato, associação criminosa e fraude a Lei de Licitações, sem prejuízo de outros crimes eventualmente apurados no decorrer da instrução criminal.
- Se a gente não ficar em cima, os presidentes das federações, vão votar na oposição. E vamos ter mais quatro, oito, trinta, noventa anos os mesmos. Nós tiramos os caras que estavam há 30 anos. Eles estão enraizado no poder. Tentaram tirar o nosso poder de atleta de votar. Agora, é hora de ficar em cima - disse Joanna, que se posicionou em relação à próxima eleição para a presidência da confederação.
- Eu tenho apoiado a chapa do Miguel (Cagnoni, presidente da Federação Aquática Paulista), que é o antigo presidente da chapa paulista. Ele tem uma proposta de gerir como empresa. Então procurando empresas patrocinando não teríamos que depender de dinheiro público. Se não, ficamos reféns da economia do país. A federação paulista é a unica independente - disse a atleta.
Todas as medidas foram expedidas pela 3ª Vara Criminal Federal de São Paulo. O trabalho foi desencadeado devido a uma parceria entre a Polícia Federal e o Ministério Público Federal, com a participação da Controladoria-Geral da União, após denúncias de atletas, ex-atletas e empresários do ramo esportivo.