Jogo grávida, sucesso nas quadras e na areia… quem foi Isabel Salgado, ícone do vôlei brasileiro
Ex-jogadora morreu, nesta quarta-feira, aos 62 anos, vítima de uma síndrome respiratória
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Isabel Salgado, ícone do voleibol brasileiro, morreu nesta quarta-feira, aos 62 anos, vítima de Síndrome Aguda Respiratória do Adulto (SARA), segundo o 'Metrópoles'. Durante a carreira, ela se destacou no vôlei de quadra e disputou duas edições de Olimpíadas com a Seleção Brasileira. Posteriormente, ela trocou as quadras pelas praias e, na areia, foi medalhista em vários Mundiais.
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INÍCIO DE CARREIRA
Carioca, Isabel Salgado começou a praticar vôlei aos 11 anos, no Colégio Notre Dame, em Ipanema. Rapidamente, ela se destacou e passou a treinar nas categorias de base do Flamengo. Em 1976, aos 16 anos, ela já era titular do clube rubro-negro e fazia parte da equipe juvenil do Brasil. Pela equipe carioca ainda foi bicampeã brasileira.
OLIMPÍADAS
Isabel participou de duas edições de Olimpíadas: Moscou-1980 e Los Angeles-1984. Nas duas, o Brasil ficou na quarta posição de seu grupo e saiu da competição sem vitórias. O desempenho não se destaca quando comparamos com os resultados de hoje em dia, mas era o começo da afirmação da seleção feminina, que passaria a figurar entre as melhores do mundo na década seguinte.
O desempenho de Isabel nos Jogos Olímpicos de 1980 a levou ao Modena, da Itália. Dessa forma, ela foi a primeira atleta de voleibol de alto nível brasileira a jogar profissionalmente no exterior.
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VÔLEI DE PRAIA
A mudança para o vôlei de praia foi uma surpresa na vida de Isabel Salgado. Em entrevistas, ela contou que não tinha nenhuma experiência com o esporte. Sua dupla, Jackie Silva, a convidou para migrar para a areia e ela aceitou o desafio, em 1992.
No vôlei de praia, ela teve ainda mais destaque que nas quadras. Por Campeonatos Mundiais, ela foi ouro em Miami-1994, prata em Santos-1993, La Serena-1994, Osaka-1994 e bronze em Carolina Beach-1994 e Santos-1994.
Isabel foi extremamente importante para a consolidação do Brasil como potência no vôlei de praia mundial.
JOGO GRÁVIDA E LEGADO COM OS FILHOS
Durante a gravidez do seu segundo filho, Isabel quebrou barreiras e continuou atuando até os seis meses de gestação.
A conexão entre os filhos e o vôlei se manteve para o resto da vida. Dos cinco herdeiros de Isabel - Pilar, Maria Clara, Carol, Pedro e Alison - apenas Alison não se tornou jogador de vôlei.
Pedro, Carol e Maria Clara fizeram história no vôlei de praia. Em 2002, Pedro Solberg migrou do vôlei de quadra para a praia e, em 2008, foi medalhista de ouro no circuito mundial. Já Carol Solberg e Maria Clara formaram uma dupla, e foram treinadas pela mãe no início da carreira.
Posteriormente, Carol também atuou ao lado de outras duplas e colecionou medalhas de ouro, prata e bronze em circuitos mundiais. Ela ainda é jogadora e continua entre as melhores do mundo.
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POSICIONAMENTO POLÍTICO
Recentemente, Isabel foi convidada para fazer parte da equipe técnica de esportes da transição do Governo Lula, ao lado do ex-jogador de futebol Raí e da também ex-atleta de vôlei Ana Moser. Durante o último período eleitoral, ela foi bastante ativa na campanha a favor de Luiz Inácio da Silva e contra a reeleição do presidente Jair Bolsonaro.
A filha de Isabel, Carol Solberg, chegou a se posicionar contra Bolsonaro em transmissão após uma partida. Ela chegou a ser julgada e absolvida pelo STJD. Na ocasião, Salgado defendeu a filha.
Em 2020, Isabel se envolveu em uma discussão com outra ex-jogadora de vôlei, Ana Paula Henkel. Após Henkel ser acusada de fala racista, ela chegou a dizer que a ex-atleta tinha "ideias que destilam muito preconceito".
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