Em meio à grandes nomes da vela na Semana de Ilhabela, uma jovem chama a atenção. Com apenas 13 anos, Brenda Furlim faz sua estreia na competição a bordo do Itajaí, da classe IRC. Buscando aprendizado, a única velejadora do sexo feminino da tripulação conta que o pai foi o responsável por levá-la ao mundo da vela.
- Eu comecei no remo e uma introdução à vela em Itajaí. Quando o meu pai entrou para a equipe, eu comecei a acompanhar junto com a minha família e me interessei - conta.
Apesar do jeitinho tímido, Brenda busca adquirir experiência na competição. Com função definida no barco, a velejadora mirim que defende que ' as mulheres podem fazer o que quiserem' vê na modalidade a chance testar limites.
- Quero ver até aonde eu consigo ir. Tento prestar bastante atenção, conversar bastante e adquirir cada vez mais experiência e aprendizado para me torna uma boa velejadora.
Sobre a vivência na Semana de Vela, o sorriso revela toda a diversão.
- Eu estou gostando bastante. É um evento maravilhoso, eu nunca tinha vindo para cá e é uma grande experiência.
Comandante de peso
Se é experiência que Brenda procura, ela está no lugar certo. O comante da jovem é ninguém menos do que Marcelo Gusmão, representante brasileiro nos Jogos de Atlanta-1996 na classe Soling. Com experiências em competições tanto de regatas oceânicas - como a de Ilhabela - quanto olímpicas - em circuíto de boias - ele deixa um conselho para os jovem que sonham em representar o país em uma edição olímpica.
- Olimpíada é uma coisa extremamente séria, não é simplesmente uma medalha, ela é uma cultura de vários povos. Se algum atleta tiver realmente interesse de disputar, que se dedique muito e quando ele achar que ele é o melhor do mundo, ainda falta muito para ele conquistar uma medalha.
O projeto que levou o Itajaí aos mares, como conta Gusmão deve-se a Volvo Ocean Race.
- A equipe de Itajaí surgiu por causa da Volvo Ocean Race. Quando a Volvo chegou pela primeira vez em Itajaí (SC), ela viu a necessidade dentro da cidade de buscar meios que fizesse com que a vela se mantivesse, que as crianças e jovens participassem mais ativamente.
Presente no processo de planejamento da vela na Rio-2016, além de ter sido arbitro de algumas regatas - incluindo das campeãs olímpicas Martine e Kahena - Marcelo afirma que a modalidade conquistou um legado após a Olimpíada brasileira.
- O principal legado foi tudo o que foi criado dentro da Confederação Brasileira (CBVela) e das federações nacionais. As federações estavam um pouco desequilibradas em termos técnicos e políticos e a Olimpíada trouxe credibilidade maior para a vela e para os estados que compõem a CBVela - explica Gusmão, que completa:
- Tudo o que foi usado nas Olimpíadas, botes, boias, entre outros, ficou. O presidente Marco Aurélio fez questão de dividir este material em todas as federações estaduais, que estão muito mais bem equipadas, com maiores condições de fazer eventos.