Kartódromo e área de preservação ambiental: os detalhes do plano para autódromo do RJ
Audiência pública teve apresentação do projeto do novo autódromo do Rio de Janeiro, com promessa de replantio de áreas desmatadas e preservação ambiental
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Nesta quarta-feira (29), durante uma audiência pública na Câmara Comunitária da Barra da Tijuca, o Projeto de Lei Complementar 162/2024, que trata da construção do Autódromo Parque de Guaratiba, no bairro com o mesmo nome, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, teve seus detalhes apresentados.
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A Câmara do Rio de Janeiro começou a discutir o PLC na semana passada, um mês após o mesmo ter sido publicado no Diário Oficial e enviado ao Legislativo pelo prefeito da cidade, Eduardo Paes (PSD). De acordo com o projeto, o local destinado à construção do autódromo ficou delimitado entre a Avenida Dom João VI, a Estrada da Capoeira Grande, a Estrada da Matriz e a Rua 74 do PAL 18.529, correspondendo a uma área de aproximadamente 2.210.025 m².
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Outras intervenções também serão necessárias, como a chegada de estações do BRT e incentivo a shows e atividades culturais no espaço durante as lacunas do calendário de corridas, o que, de acordo com o presidente da Câmara dos Vereadores, Carlo Caiado (PSD), levará desenvolvimento não só à região, mas à cidade do Rio como um todo.
De acordo com Sérgio Dias, engenheiro que apresentou a proposta, além de eventos esportivos e de outras naturezas, o projeto também prevê uma série de compensações ambientais, incluindo um plano de replantio e preservação de áreas verdes existentes no entorno — principalmente uma área de manguezal que abrange cerca de 43.000 m².
- Todas as áreas que atualmente não estão implantadas de vegetação serão revegetadas, com a manutenção de uma área de preservação permanente e do manguezal por obrigação da iniciativa privada. O projeto ocupa apenas 2% da taxa de ocupação de todo o empreendimento, ou seja, você poderia construir 260.000 m² de área sobre o terreno, mas passa a construir apenas 50.000 m², que é uma compensação urbanística e ambiental de grande importância - explicou Dias.
Com base nas informações técnicas que também foram apresentadas, o traçado da pista teria uma extensão de pouco mais de 5 km, além de uma área de 3.981 m² destinada ao paddock, outra de 5.090 m² para os boxes — total de 23 garagens —, uma terceira de 644 m² para sala de imprensa e, por fim, 450 m² para salão nobre. O local ainda teria capacidade de receber 18.600 espectadores, com 1.922 vagas de estacionamento, além de kartódromo e pista de motocross.
O Rio de Janeiro não tem autódromo desde o fechamento de Jacarepaguá, em 2012. Apesar da pista ter recebido a Fórmula 1 na década de 1980, o famoso circuito acabou desativado para a construção de obras para os Jogos Olímpicos de 2016. Uma promessa de construir uma nova pista na cidade surgiu, mas não se concretizou até hoje.
- É uma proposta, um compromisso de muito tempo da cidade. O Autódromo de Jacarepaguá sediou inclusive competições de F1 e foi demolido para a implantação do Parque Olímpico. A proposta é exatamente de reconstituir o desenho do Autódromo de Jacarepaguá, para trazer de volta as curvas e o trajeto de tantos campeões, como Nelson Piquet, Ayrton Senna e (Emerson) Fittipaldi - destacou o engenheiro.
De acordo com o projeto, a iniciativa, se aprovada, deve ser uma Operação Urbana Consorciada, assim como foi feito no Rio de Janeiro com o Parque Olímpico e o Porto Maravilha. A realização de audiências é prevista no Estatuto das Cidades e no Plano Diretor, recentemente aprovado, para que haja transparência e controle maior sobre toda a operação.
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