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La Porta questiona candidatura de Paulo Wanderley à presidência do COB: ‘Questão moral’

Candidato, que foi vice-presidente do seu oponente, também explica cisão

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imagem cameraMarco La Porta foi vice-presidente do Comitê Olímpico do Brasil (Foto: Divulgação / COB)
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Marcio Dolzan
Rio de Janeiro (RJ)
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Pedro Werneck
Rio de Janeiro (RJ)
Dia 27/09/2024
17:51
Atualizado em 27/09/2024
21:03

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Marco La Porta concorrerá à presidência do Comitê Olímpico do Brasil (COB) contra o atual mandatário, Paulo Wanderley. O candidato foi vice-presidente do seu oponente entre 2018 e 2024, deixando o cargo no prazo estipulado pelo estatuto para lançar a sua candidatura. Em entrevista exclusiva ao Lance!, ele contou detalhes da cisão com Paulo Wanderley e questionou a moralidade de um possível novo ciclo do presidente à frente do COB.

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– Não vamos (tentar a impugnação). Isso é uma coisa que a gente conversou muito, e a gente entende (que um novo mandato de Paulo Wanderley) é contrário ao Estatuto. Acho que é bem claro, o Estatuto tem essa limitação. A gente entende que o esporte mudou, e a limitação do mandato é uma conquista para que fosse no máximo oito anos. Se ele conseguisse a eleição, seriam onze anos. A gente entende que, moralmente, hoje, onze anos já não cabem mais. Não é só uma discussão legal, é uma discussão moral também. De qualquer forma, eu acho que isso é um problema que tem que resolver a parte jurídica, o governo, o Conselho de Ética do COB – finalizou.

Marco La Porta explicou como se deu o afastamento dele de Paulo Wanderley e do próprio comando do COB, confirmado no primeiro trimestre desde ano por uma exigência do Estatuto.

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– Começamos a discordar de algumas coisas ali da gestão, que eu participava como vice-presidente. E eu entendia também que era uma sucessão natural; quando você chega num posto de vice-presidente, a ascensão profissional que você deseja é a presidência. Em março deste ano, cumprindo o que o Estatuto prescreve, tivemos que nos afastar 120 dias antes dos Jogos Olímpicos – iniciou.

– Eu disse ao presidente Paulo Wanderley os motivos e o meu desejo de buscar (a presidência). Coloquei para ele que eu não tinha a certeza, realmente, de que eu iria ser candidato (da Situação). Até aquele momento, ele não tinha declarado a sua candidatura. A partir dali, eu fui procurar a Yane (Marques) para convidá-la para ser a minha vice-presidente. Construímos, dentro da Comissão de Atletas, essa aproximação, essa conversa. Alinhamos os projetos, alinhamos as ideias – explicou.

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➡️ Conselho de Ética do COB vê conflito de interesses em eleição presidencial

Segundo La Porta, o presidente do COB tratava-o como sucessor no início da última gestão, em 2020. Em determinado momento, porém, Paulo Wanderley decidiu concorrer novamente.

– Quando nós tivemos a eleição em 2020, as conversas que a gente tinha, eu e ele, apontavam para isso (La Porta como sucessor). Ele até comentava, brincando: “vamos conviver quatro anos com o meu sucessor”. Depois, naturalmente, ele começou a parar, não tocou mais no assunto, nunca mais falamos sobre esse assunto. Comecei a perceber que ele estava com a intenção de seguir para mais um mandato – disse.

– Uma vez eu cheguei a conversar com ele e deixei claro que não gostaria (que ele concorresse novamente). Na minha opinião, ele teria muitos problemas, seria muito questionado em relação a essa questão do terceiro mandato, e ele não teria o apoio da Comissão de Atletas. Não tendo apoio da Comissão de Atletas seria difícil vencer a eleição, são muitos votos na Assembleia – completou La Porta.

Marco La Porta e Paulo Wanderley
Marco La Porta, à esquerda, e Paulo Wanderley, à direita (Foto: Divulgação / COB)

➡️ Presidente do COB quer se manter no cargo após sete anos e gera protestos; entenda

Paulo Wanderley é presidente do COB desde 2017 e, se reeleito, cumprirá 11 anos como dirigente máximo da entidade. No entanto, a Lei Geral do Esporte e o próprio estatuto do COB — aprovado já com Paulo Wanderley como presidente — estabelecem período máximo de oito anos.

➡️ ‘No COI, são 12’, diz presidente do COB, que quer ficar 11 anos no cargo

Como funciona a eleição do COB?

Paulo Wanderley era vice-presidente do COB em 2017, mas assumiu a gestão máxima da entidade em outubro daquele ano após renúncia do então presidente, Carlos Arthur Nuzman. O dirigente completou o mandato em 2020 e foi reeleito para mais um quadriênio, que se encerra agora. O candidato entende que tem direito a concorrer novamente sob o argumento de que esteve à frente do COB inicialmente para um mandato tampão.

O presidente do Comitê Olímpico do Brasil (COB) é eleito através de votação da Assembleia Geral, que é composta por: pessoas jurídicas associadas à entidade, representantes da Comissão de Atletas do COB e membros brasileiros do Comitê Olímpico Internacional (COI).

A eleição acontecerá no próximo dia 3 de outubro, no Centro de Treinamento da entidade, no Parque Olímpico, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. O edital de convocação foi publicado no Diário Oficial da União no dia 3 de setembro.

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Entrevistas exclusivas dos candidatos ao Lance!

As entrevistas completas com os dois candidatos à presidência serão publicadas no site e redes sociais do Lance! na próxima semana.

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