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Leclerc brilha com parada única e enlouquece torcida da Ferrari com vitória no GP da Itália

Quem disse que santo de casa não faz milagre? A Ferrari brilhou com uma tática ousada no escaldante asfalto de Monza e levou o monegasco à vitória no GP da Itália

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Leclerc cruzando a linha de chegada em Monza, na Itália (Foto: Andrej ISAKOVIC / AFP)

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Nunca despreze a força que a Ferrari tem quando é a mandante de campo. Neste domingo (1º), contra qualquer prognóstico frente a uma McLaren mais uma vez soberana ao longo de todo o fim de semana, Charles Leclerc resistiu com maestria com apenas uma parada e levou os apaixonados tifosi à loucura ao vencer o GP da Itália. Oscar Piastri e Lando Norris completaram o pódio.

O roteiro da corrida se confirmou desde a primeira volta, pois teve Norris de novo perdendo a liderança no giro inicial, embora tenha contornado enfim a curva 1 na liderança. Teve também a Red Bull sofrendo muito com ritmo de corrida abaixo de Ferrari, Mercedes e McLaren, com Max Verstappen chegando a socar o volante de raiva diante de mais um erro em estratégias.

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E teve a McLaren mais uma vez se embananando e perdendo uma dobradinha que era obrigatória por todo o domínio que já vem sendo apresentado na temporada. E se Norris não conseguiu sustentar o primeiro posto, sumindo de uma briga certa pela liderança, eis que a Ferrari mostrou quem é que manda em casa.

Diante da apaixonada torcida, a Ferrari deu o bote com apenas uma parada e colocou Leclerc na liderança. Carlos Sainz, na mesma tática, ainda tentou resistir, porém era dificílimo contra aos pneus novos do MCL38 de Norris. Foi, contudo, uma belíssima atuação de uma equipe que jamais pode ser ignorada no Templo da Velocidade.

À McLaren, restou o resto do pódio, derrota talvez das mais doídas. E não teve inversão de posições entre Piastri e Norris, ainda que o time tenha soltado um “papaya rules” na metade da prova, indicando um possível favorecimento ao inglês.

Sainz ficou em quarto, com Lewis Hamilton, Verstappen, George Russell, Sergio Pérez, Alexander Albon e Kevin Magnussen — mesmo tomando 10s de punição — fechando a zona de pontos.

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Charles Leclerc em Monza, na Itália (Foto: Andrej ISAKOVIC / AFP)

Os pilotos partiram para a volta de apresentação com o asfalto ainda mais quente que o visto nos dias anteriores: 54°C, com termômetros em 34°C e umidade relativa do ar em 33%. Já prevendo o alto desgaste, a Red Bull optou pela estratégia alternativa da Pirelli, calçando os carros de Verstappen e Pérez, em sétimo e oitavo, respectivamente, com os pneus duros. Os seis à frente, no entanto, partiram com os médios para o stint inicial.

Com todos devidamente alinhados, as luzes vermelhas se apagaram, e Norris enfim completou a primeira curva de uma corrida na liderança, enquanto Russell colocou pelo lado de fora para disputar a freada da 1 com Piastri. Só que o #63 da Mercedes tomou um fecho do australiano e não viu alternativa a não ser cortar a chicane.

A alegria de Norris, todavia, durou até a chicane seguinte: pelo lado de fora, Oscar contornou a primeira perna lado a lado com o companheiro de equipe e ganhou vantagem na tomada seguinte, efetuando belíssima ultrapassagem e assumindo a liderança. De quebra, Leclerc ainda se aproveitou e deixou Norris para trás.

Enquanto isso, Verstappen ganhava uma posição com a largada comprometida de Russell, mas começava as reclamações pelo rádio, acusando Hamilton, à frente, de tê-lo forçado para fora da pista em disputa por posição. Na ponta, Piastri tentava escapar de Leclerc, porém o monegasco ainda se mantinha dentro da zona de DRS. Já Norris vinha a mais de 2s na terceira posição.

No pelotão intermediário, na volta 6, enrosco entre Nico Hülkenberg e Yuki Tsunoda, com o alemão tendo de ir aos boxes para trocar a asa dianteira, agora o detalhe foi que a Haas simplesmente esqueceu de levar a peça no momento da parada. Resultado: todo o esforço feito na classificação foi pelo ralo, com Nico retornando em último.

Volta 11, e Piastri anotava a mais rápida, colocando 1s1 sobre Leclerc, que agora levava 1s5 para Norris. No giro seguinte, a Mercedes chamou George para efetuar não somente a troca de pneus, como também do bico do carro, devolvendo o inglês à pista em 16º com os pneus duros.

O comportamento da borracha, de fato, começou a exigir atenção. A McLaren, por exemplo, indagou Piastri quanto à performance do carro e qual seria a estratégia ideal, só que o ritmo do carro #81 subiu significativamente comparado ao da Ferrari. Norris também precisou de mais duas voltas para encostar de vez em Leclerc, mas logo trouxe para os boxes na 15 para tentar o bom e velho undercut — e fritando pneu e até atropelando placa de limite de velocidade.

Leclerc e Hamilton foram na sequência, no giro 16, enquanto Piastri recebeu o chamado da McLaren para fazer a parada na volta 17 — dois giros depois de Norris, porém conseguiu retornar à frente do #4.

Enquanto Charles brigava com a Ferrari pelo rádio por não ter arriscado um stint maior com os médios e Sainz avisava que seria difícil sustentar apenas uma parada, Albon fazia o pit-stop obrigatório, retornando atrás de Alonso, em 13º. Com as posições restabelecidas, o #55 assumia a liderança, com os carros da Red Bull (Verstappen e Pérez) logo atrás. Piastri, portanto, era o primeiro da fila dos já com paradas.

Antes de Sainz fazer a parada na volta 20, veio uma misteriosa mensagem no rádio de Lando não tão difícil de ser decifrada: “Talvez tenhamos de cobrir o outro carro. São as regras papaias”, disse o engenheiro, dando claramente a deixa de que, dessa vez, o #4 seria priorizado no confronto.

Sainz retornou em sexto. No giro 21, Leclerc era o carro mais rápido, emendando sequência de voltas mais rápidas na luta para salvar o pódio da Ferrari em casa, mas logo viu Norris e, depois, Piastri roubar a marca.

Volta 22, e a Red Bull foi a primeira a deixar claro que viria para duas paradas ao colocar novamente pneus duros no carro de Verstappen. O problema foi a troca totalmente comprometida pela roda traseira direita que demorou a sair. Sem conter a fúria, Max saiu da área de parada socando o volante.

Novamente grid realinhado, Piastri, Norris, Leclerc, Sainz, Hamilton, Verstappen, Pérez, Russell, Alonso e Ocon formavam o top-10. Na volta 31, belíssimo pega entre Pérez e Russell pelo sétimo lugar, com o mexicano prevalecendo. Enquanto isso, Charles já surgia com DRS para ameaçar a posição de Norris, ao que Piastri colocava 3s de vantagem no colega de time.

E a previsão de Albon estava correta. No giro 33, Norris foi chamado para nova troca de pneus, parada não tão boa, em 3s3, voltando novamente com o jogo de duros. Russell veio na sequência, e a Mercedes também se enbananou na troca, devolvendo o #63 apenas em 11º, ainda atrás de Albon.

Volta 37, e Norris, em sexto, levava cerca de 28s para Piastri na liderança. Pela frente do vice-líder do campeonato, no entanto, ninguém menos que Verstappen, que logo perguntou se poderia defender livremente a posição. “Sim, por favor”, ouviu de Gianpiero Lambiase.

Enquanto Russell enfim batia Pérez na pista, a McLaren chamava Piastri para a segunda troca, devolvendo-o exatamente à frente de Verstappen, que já optava pelo traçado defensivo. Seria, porém, muito difícil, uma vez que o MCL38 rendia absurdamente melhor que o RB20. Max até tentou ao dar o lado de fora na reta principal, só que Lando rapidamente pegou o traçado limpo e ganhou a posição antes da curva 1. A diferença entre Piastri e Norris era de 4s7.

Dali em diante, havia duas possibilidades, com a primeira sendo a mais óbvia, ou seja, a McLaren pegando o 1-2 assim que a Ferrari parasse mais uma vez. Só que, surpreendentemente, não foi o que aconteceu, e os laranjas se deram conta de que teria de ser uma vitória conquistada no braço, na pista.

Sainz foi a primeira presa e realmente não teve pneu para segurar o time de Woking. Mas Leclerc seguiu, seguiu firme, seguiu soberano e num ritmo que nem mesmo a Ferrari imaginou que seria capaz de manter com somente uma troca. Festa da Itália e, de certa forma, também da Red Bull, que deixou Monza no lucro ao ver a rival perder mais uma dobradinha certa.

A Fórmula 1 volta de 13 a 15 de setembro em Baku, para a disputa do GP do Azerbaijão, 17º da temporada 2024.

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