Leclerc rouba cena e vence GP dos Estados Unidos; Verstappen supera Norris e é 3º
Monegasco puxou a dobradinha da Ferrari com Carlos Sainz
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Contrariando todas as expectativas, Charles Leclerc se intrometeu no embate Lando Norris e Max Verstappen e venceu o GP dos Estados Unidos, realizado neste domingo (20), em Austin. O monegasco se valeu de ótima largada e comandou a dobradinha da Ferrari com Carlos Sainz. Verstappen, por sua vez, resistiu ao frenético ataque de Norris nas dez voltas finais e terminou no pódio.
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O duelo esperado entre os principais postulantes ao título, lado a lado na primeira fila, ficou totalmente em segundo plano quando Leclerc achou espaço e mergulhou por dentro na curva 1 para tomar a liderança e por em prática o ‘plano C’ — que só fez sentido quando a turma que largou com pneus duros mostrou que era possível esticar bastante o stint e entrar nos boxes uma vez só.
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E foi exatamente o que o monegasco fez — aliás, todos fizeram, porque a pista se mostrou muito menos desgastante para a borracha do que o esperado pela Pirelli, que projetara duas paradas em todas as combinações de médios, duros e macios disponíveis. Muito mais emborrachada e ainda com um safety-car no começo, ajudou a aumentar a vida útil dos compostos.
A prova, portanto, ficou nas mãos da Ferrari, repetindo o ótimo ritmo de corrida visto na sprint e impedindo qualquer tentativa de aproximação de Verstappen. Nas dez voltas finais, o neerlandês se viu em confronto direto contra Norris pelo pódio, e a batalha foi intensa até o instante em que Norris passou na marra, com os dois indo para fora da pista. O lance, claro, ficou sob investigação.
Oscar Piastri terminou em quinto. George Russell apostou nos duros para o primeiro stint e arrancou um bom sexto lugar depois de largar do pit-lane, com Sergio Pérez e Nico Hülkenberg em sétimo e oitavo, respectivamente. Os novatos Liam Lawson e Franco Colapinto fecharam o top-10.
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Confira como foi a corrida da F1 em Austin:
Com 28°C de temperatura ambiente, 47°C de asfalto e umidade relativa do ar em 36%, o grid do GP dos Estados Unidos alinhou com uma mudança importante: Russell teve de partir do pit-lane depois de voltar com as especificações usadas em Singapura no carro. Como de costume, a Mercedes achou por bem calçar o inglês com os pneus duros, ainda que esta fosse a única alternativa em momento algum considerada pela Pirelli para o stint inicial.
Lewis Hamilton, apenas em 17º, também largou com os pneus de faixa branca, assim como Lawson, Colapinto e Stroll. Todos os demais apostaram na bola de segurança e colocaram os médios para a primeira parte da corrida texana, com Norris tomando a posição de honra e tendo Verstappen ao lado.
Luzes apagadas, e Norris até tentou bloquear o iminente ataque de Verstappen na curva 1, só que o ‘abafo’ sobre o neerlandês deixou a porta escancarada para Leclerc mergulhar e assumir a liderança. Sainz quase fez o mesmo, porém Max prevaleceu sobre o espanhol. Norris fechou a volta 1 em quarto, à frente de Piastri.
Na volta 2, Sainz foi para o ataque e chegou a tocar roda com Verstappen, que escapou na curva 12, mas voltou à frente. A pressão continuou quando o DRS foi liberado, só que o safety-car entrou em ação depois de Hamilton perder o controle do carro na curva 19 e atolar na brita — coincidentemente, a mesma da batida de Russell na classificação.
“Desculpe, pessoal”, limitou-se a dizer um frustrado Hamilton. Com o carro de segurança na pista, Leclerc, Verstappen, Sainz, Norris, Piastri, Gasly, Magnussen, Tsunoda, Pérez e Alonso completavam os dez primeiros. O replay ainda mostrou momento em que Alexander Albon acertou a roda traseira esquerda e catapultou Esteban Ocon na largada.
A bandeira verde veio na abertura do giro 6. Verstappen, esperto, acompanhou o movimento de Leclerc, que teve de fazer um traçado totalmente defensivo para tirar o #1 do vácuo. O monegasco conseguiu resistir e logo colocou mais de 1s de vantagem na ponta. O cenário, portanto, voltou a se desenhar para uma perseguição de Sainz ao piloto da Red Bull.
Enquanto isso, no meio do pelotão, Pérez, em nono, vinha a 0s5 atrás de Tsunoda, que via Magnussen 0s6 à frente, em briga contra Gasly. O francês da Alpine, aliás, foi o responsável pela formação do trem do DRS até Albon, em último.
Volta 9, e Sainz surgiu no rádio para relatar falta de potência e cheiro de combustível no carro. De fato, a pressão imposta a Verstappen não existia mais, com o neerlandês mais de 1s à frente, na segunda colocação. A Ferrari, então, instruiu o #55 a mexer na configuração para tentar resolver o problema. “Vimos agora que melhorou. Continue assim”, avisou o time.
Na briga pelo 11º lugar, Alonso, depois de uma péssima largada, encontrava-se novamente em pista contra Lawson. E, mais uma vez, o neozelandês superou o bicampeão, que chegou a colocar as rodas na grama na curva 12. Pouco mais atrás, em 14º, Russell buscava aproximar-se de Colapinto e trazia Bottas muito próximo, a menos de 1s, porém a disputa anterior contra o finlandês acabou rendendo ao #63 uma punição de 5s por forçá-lo para fora da pista.
Guanyu Zhou abriu a janela de pit-stops no giro 14. Pelo rádio, Ferrari combinava com Leclerc a estratégia para a prova, uma vez que levava mais de 6s de vantagem para Verstappen. O monegasco, então, avisou que a escolha seria “plano B ou C”.
Na volta 17, Pérez enfim se livrou de Tsunoda e subiu para sétimo. Mais dois giros, e a Alpine chamou Gasly para impedir o undercut de Magnussen, que entrara antes, mas a parada de 7s facilitou a vida do dinamarquês e ainda deixou o #10 4s atrás, em 16º.
Volta 22, e Sainz entrou para a primeira troca, uma parada de 2s6 par calçar compostos duros novos. No retorno à pista, ficou em quinto, à frente de Pérez, e com pista limpa para tentar a ultrapassagem sobre Verstappen no undercut. A Red Bull, aliás, não reagiu ao movimento da Ferrari e manteve o líder do Mundial na pista.
Com a volta mais rápida no giro 24, Sainz já se colocava em posição para efetuar a ultrapassagem. Enquanto isso, Leclerc pedia à Ferrari para não ficar na pista por tanto tempo. “Não quero ficar sob pressão”, avisou. Em seguida, a equipe pediu feedback a Leclerc sobre o ritmo com os jogos de pneus e ouviu de volta que queria “o plano C”.
Volta 26, Verstappen entrou para a troca e, como esperado, voltou atrás de Sainz. No giro seguinte, foi a vez do líder, Leclerc, efetuar a parada, mas não houve novidades, com a Ferrari colocando os compostos duros no carro #16. Com isso, Norris e Piastri pularam para primeiro e segundo, respectivamente.
Com 29 de 56 voltas completas, os únicos carros com pneus médios sem paradas eram os da McLaren. Para se ter uma ideia, Russell, Lawson e Colapinto, os que começaram com duros, apareciam em sétimo, oitavo e nono, em sequência. De repente, a possibilidade totalmente descartada pela Pirelli, de apenas uma parada, começou a ganhar corpo e trazer um artifício interessante para a reta final.
A questão, todavia, era que os carros já com os pneus trocados rendiam muito mais, tanto que Leclerc chegou muito rápido em Piastri. A possibilidade de uso da asa móvel veio na volta 31, e o australiano não teve o que fazer. A ultrapassagem, aliás, foi a deixa para a McLaren chamar Norris para os boxes.
Norris entrou no giro 31 e colocou os pneus duros em ótima troca, 2s2. Piastri entrou na próxima, e o trabalho da McLaren foi um pouco mais lento, em 2s6, porém nada capaz de comprometer uma possível estratégia de uma parada. Na frente, Leclerc e Sainz ocuparam as duas primeiras colocações, com Verstappen em terceiro.
Na 34, Norris fez valer a impressionante subida de produção da McLaren no segundo stint ao precisar apenas de duas voltas para fazer o melhor giro da prova com os pneus duros. A distância para Verstappen era de 5s9, mas começou a cair gradativamente, com Norris emendando voltas mais rápidas sequenciais.
Na turma do fundão, Gasly, com a corrida destruída pelo pit-stop, e Tsunoda, em 13º, tomavam 5s cada de punição por incidentes de pista. Pelo rádio, Verstappen reclamava do jogo de pneus dizendo que não conseguia “frear ou atacar” as zebras. Norris já vinha a 3s de distância.
Lawson enfim entrou na volta 37 e colocou um jogo de médios novos, confirmando a estratégia de uma parada. Colapinto fez a troca na 40 e retornou em 12º, com os punidos Gasly e Tusnoda à frente, ou seja, em ótima situação para beliscar um pontinho novamente.
Nas voltas finais, com a tática de uma parada já definida para todos, Norris grudou em Verstappen e deu início a uma intensa perseguição ao piloto da Red Bull pelo pódio. De todas as maneiras, Lando buscou espaço, porém Max deixou claro que se o amigo realmente quisesse a posição, teria de passar por onde não deveria.
E foi exatamente o que aconteceu, em lance muito semelhante ao que envolveu o mesmo Verstappen contra Sainz no início da corrida. Para evitar punição, o espanhol recolheu, portanto a Red Bull já estava ligada que se Norris não devolvesse posição, seria punido. Dito e feito, e Verstappen consolidou a primeira vitória sobre Norris em tempos na F1 2024.
F1 2024, GP dos EUA, 19ª Etapa, Austin:
1 C LECLERC Ferrari 56 voltas
2 C SAINZ Ferrari +8.562
3 M VERSTAPPEN Red Bull Honda +19.412
4 L NORRIS McLaren Mercedes +20.354
5 O PIASTRI McLaren Mercedes +21.921
6 G RUSSELL Mercedes +56.295
7 S PÉREZ Red Bull Honda +59.072
8 N HÜLKENBERG Haas Ferrari +1:02.957
9 L LAWSON RB Honda +1:10.563
10 F COLAPINTO Williams Mercedes +1:11.979
11 K MAGNUSSEN Haas Ferrari +1:19.782
12 P GASLY Alpine +1:30.558
13 F ALONSO Aston Martin Mercedes + 1 volta
14 Y TSUNODA RB Honda + 1 volta
15 L STROLL Aston Martin Mercedes + 1 volta
16 A ALBON Williams Mercedes + 1 volta
17 V BOTTAS Sauber Ferrari + 1 volta
18 E OCON Alpine + 1 volta
19 G ZHOU Sauber Ferrari + 1 volta
20 L HAMILTON Mercedes NC
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