Imagina a felicidade e a realização de um atleta em ser campeão brasileiro no seu esporte, em ser o melhor do país naquilo que se propôs a fazer. Pois é... Agora, imagina repetir esse feito 54 vezes. Sim, é para poucos, mas o remador do Botafogo, Lucas Verthein, teve esse sabor no fim de semana, ao disputar quatro provas no Campeonato Brasileiro Unificado de Remo, na Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio de Janeiro, e vencer todas elas – no Single, no Double e no Four Skiff, além do Oito Com. Performance de um verdadeiro atleta olímpico.
A primeira final foi a do Single Skiff, sua especialidade, a mesma em que representou o Brasil nos Jogos de Tóquio e trouxe o 12º lugar, melhor resultado do remo brasileiro na história olímpica. Na sexta, mesmo com as adversidades climáticas, levou seu primeiro ouro. No sábado, ao lado de Marcelo Almeida, outro título, agora no Double. E subiria no lugar mais alto do pódio algumas provas depois, no Oito Com, num barco misto que tinha dois remadores do Corinthians. Por fim, no domingo, a conquista no Four Skiff com Marcelo Almeida, Pedro Ferreira e Diego Nazário.
Sexta (30/06) – SINGLE SKIFF – campeão – 7’26”94
- Fiz um tempo bem alto, bem acima do normal, porque a Lagoa estava virada, muito difícil para remar. Só no início, ainda assim com muito vento, consegui largar bem e ir pra frente, numa batida boa. Mas, antes dos 1.000m (metade da prova), já estava entrando um vento que vinha do saco da Lagoa, um vento lateral, da direita pra esquerda, com muita onda. Até brinquei que estava mais pra Medina do que pra Lucas Verthein. Faz parte. O importante foi que venci, controlei bem ali no final, porque não adiantava eu subir o ritmo, senão podia me complicar e até virar nas ondas. Então, fiz uma prova pra vencer - disse o remador.
Sábado (01/07) – DOUBLE SKIFF – campeão – 6’36”03
- Meu parceiro habitual nesta prova, o Uncas, teve um problema de saúde e não conseguiria competir todas as provas em que estava inscrito. E fizemos um esforço em conjunto para que tivesse com a gente no Oito Com e deu tudo certo. Então, tive ao meu lado o Marcelo, que teve só 30 minutos de intervalo da prova dele no Double peso leve, em que saiu vitorioso com o Pedro Henrique. Foi só o tempo deles cruzarem a prova, encostarem aqui na rampa e irmos direto para o pontão de largada para um novo tiro, dessa vez comigo. Largamos bem e viemos dominando a prova o tempo todo, abrindo uma boa vantagem. Sabíamos que o final da prova era uma parte em que as águas da Lagoa estavam bem mexidas, com muita marola. Não foi um fim de semana de Brasileiro com as condições ideais de remo. Então, viemos controlando porque ainda voltaríamos para disputar o Oito Com mais tarde - alegou Lucas.
Sábado (01/07) – OITO COM – campeão – 5’49”71
- Foi um barco misto com seis atletas do Botafogo e dois do Corinthians que não tivemos tempo para remar. Só dois dias antes colocamos o barco na água para ajustar a questão do ‘finca-pé’, que é onde colocamos nossos pés no sapato no barco e vemos a altura. Remamos apenas seis quilômetros e sabíamos que, no dia da prova, teríamos que ter muita atitude. Nossos adversários já estavam treinando há um mês, já tinham montado o barco e vinham trabalhando com bastante afinco. Então, o que contou muito foi a nossa determinação e a nossa atitude. Remamos até o partidor, fizemos uma ótima prova, viemos ali brigando no início, mas começamos a abrir diferença depois dos 500m iniciais, e assim foi o tempo todo, vencendo com uma vantagem de um barco. Pelo que os nossos GPS do barco captaram, de 5’46”, foi um dos tempos mais rápidos que guarnições brasileiras já fizeram. O tempo oficial da competição pegou 5’49”, mas tudo bem. Vencemos e saímos felizes demais - afirmou o brasileiro.
Domingo (02/07) – FOUR SKIFF – campeão – 7’08”43
- De todos os dias de competição, o domingo foi o pior em relação à clima, com muito vento e muitas ondas. Nosso barco ficava muito dentro da marola e não conseguia sair. E só nos últimos 750m que abrimos uma boa diferença. Realmente, estava bem difícil de remar. Tivemos que fazer um esforço tremendo para se manter bem dentro da prova. Porque prova de barco grande, se você deixa o adversário abrir muita vantagem, é difícil de pegar no final. Num Single Skiff, ainda dá para virar. Num Double Skiff, às vezes. Quando vai para quatro a oito pessoas, já é muito difícil tirar vantagem quando seu adversário coloca mais de um barco na sua frente. Viemos juntos com o União e com o Flamengo e, como disse, começamos a abrir nos 1.250m porque a condição da água deu uma melhorada. É isso. Cheguei aos 54 títulos brasileiros e estou muito feliz. É seguir treinando forte visando o Campeonato Mundial e os Jogos Pan-Americanos - queixou-se o o vencedor da etapa da Lagoa Rodrigo de Freitas.
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