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‘Não tirei a vaga de ninguém’, afirma havaiana-brasileira aposta do surfe

Tatiana Weston-Webb, que optou pela nacionalidade brazuca para tentar ida a Tóquio-2020, estreia com a bandeira verde e amarela na etapa de Saquarema do Circuito Mundial (WCT)<br>

Tatiana Weston-Webb defenderá o Brasil no Circuito Mundial e tentará vaga em Tóquio-2020
imagem cameraWSL / KellyCestari
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Lance!
Rio de Janeiro (RJ)
Dia 08/05/2018
20:05
Atualizado em 09/05/2018
07:05

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Ao fim da terceira etapa do Circuito Mundial de surfe (WCT), em abril, em Margaret River (AUS), o Brasil tinha como único resultado no ranking feminino o décimo lugar de Silvana Lima. Nenhuma bateria foi disputada desde então, mas, às vésperas do Oi Rio Pro, quarto evento do ano, o país já pode exibir uma estrela no top 4.

A novidade se chama Tatiana Weston-Webb, que completa hoje 22 anos. Nascida em Porto Alegre, a jovem se mudou quando tinha dois meses de idade para a ilha de Kauai, no Havaí, e representava o estado americano até o mês passado. Mas foi seduzida pela chance de disputar os Jogos Olímpicos de Tóquio-2020, que marcarão a estreia do surfe, pelo país natal.

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Diante da falta de talentos no Brasil no naipe feminino, a decisão já era estudada pela Confederação Brasileira de Surfe (CBS) desde 2016, mas só foi sacramentada no início deste ano.

A surfista, que tem dupla cidadania, terá na etapa de Saquarema (RJ), que começa nesta sexta-feira e pode ir até o dia 20, a sua primeira oportunidade de defender a “nova” nação, após concluir o processo de mudança de nacionalidade no esporte.

Ela nega ter sentido qualquer desconforto por tirar a esperança de outras brasileiras que já atuavam no país. Embora o Havaí tenha sua bandeira no mundo do surfe, o mesmo não vale para as Olimpíadas. Neste caso, os surfistas têm de vestir o uniforme dos Estados Unidos.

Além da falta de identificação, Tatiana teria uma disputa muito mais acirrada por lá. Se o ranking olímpico fechasse hoje, ela estaria atrás da americana Lakey Peterson, vice-líder do WCT, e da havaiana Carissa Moore, a terceira da lista.

– Não senti nenhum desconforto, pois não tirei a vaga de ninguém. Sou brasileira de nascimento e estou na disputa por uma das vagas para representar o Brasil em Tóquio. Nada está definido sobre quem vai – disse Tatiana, que será anunciada nesta quarta como atleta do time da Oi, ao LANCE!.

As palavras em português ainda são um desafio. Mas a ligação com o Brasil cresce no dia a dia. A gaúcha, que pratica o esporte desde os oito anos, é filha da ex-bodyboarder gaúcha Tanira Guimarães e do surfista inglês Doug Weston-Webb, radicado no Havaí. Desde 2016, seu técnico é o paranaense Leandro Dora, o mesmo de Adriano de Souza. E ela namora o paulista Jessé Mendes.

Tatiana só virá ao Brasil para treinos seguirá morando no Havaí. Mas diz que, se depender dela, a história com o país não acabará tão cedo.

– Já existe uma geração de surfistas jovens sendo lapidadas para o futuro. O feminino vai crescer bastante nos próximos anos no Brasil. Só precisamos de mais competições – afirmou Weston-Webb, vice-campeã da etapa de Bells Beach, na Austrália, em março deste ano.

CBS diz que 'as melhores' irão a Tóquio

Com Tatiana e Silvana Lima praticamente certas nos Jogos de 2020, a Confederação Brasileira de Surfe (CBS) ainda tem de trabalhar para suprir a falta de mulheres em alto nível na modalidade no país. Tainá Hinckel, de 14 anos, é o terceiro nome hoje. A entidade mantém a briga aberta.

– A torcida é que apareçam mais atletas de alto nível e que possam disputar com elas. Porque quem vai representar o Brasil em 2020 são as melhores – disse o presidente da CBS, Adalvo Argolo.

BATE-BOLA
Tatiana Weston-Webb Surfista, ao LANCE!

‘Quero disputar o máximo de Jogos pelo Brasil’

Quando foi a primeira vez que você ouviu falar sobre a possibilidade de defender o Brasil e quanto tempo demorou o processo?
A primeira vez que ouvi falar sobre a possibilidade de defender o Brasil foi dois anos atrás, no Rio. As pessoas COB estavam me recrutando e eu não pensava muito nisso. Estava focada no surfe e nos resultados. Depois, quando o esporte na Olimpíada foi anunciado, eu tinha que decidir, mas não pensei muito e no começo deste ano tomei a decisão.

Você está em quarto no ranking. Como avalia o momento da sua carreira? Já se sente preparada para disputar um título mundial?
Agora, eu acho que estou muito bem em minha carreira e evoluindo bastante. Não estou ainda a ponto de disputar o título, mas por enquanto penso em melhorar o meu surfe dia após dia e focando nas Olimpíadas.

O quanto acredita que a parceria com o Leandro Dora te ajudou a chegar entre as melhores?
Comecei a trabalhar com o Leandro no final de 2016. Consegui bons resultados antes dele, mas ele está me ajudando muito a evoluir no surfe.

Quem aponta como a surfista a ser batida nesta edição?
Com certeza é a Stephanie Gilmore, que está bem à frente da gente na pontuação. Precisamos descontar essa diferença o quanto antes.

Seu objetivo é representar o Brasil só até 2020 ou continuar mesmo depois dos Jogos?
Meu objetivo é disputar o máximo de Jogos Olímpicos e competições representando a bandeira brasileira.

Como brasileira, sua rotina terá mudanças? Você vai morar no Brasil quando não estiver competindo pelo Circuito Mundial? Sentirá falta do Havaí?
Não vou sentir falta do Havaí, pois continuarei vivendo lá. Só passarei a vir mais vezes ao Brasil para treinar durante o ano.

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