Papo com Helio Castroneves: ‘Indy 500: 2001, 2002, 2009 e 2021’
Piloto brasileiro conta em sua coluna no LANCE! os detalhes do feito histórico obtido no último final de semana e brinca: 'É um sinal de que os velhinhos ainda dão para o gasto'
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Amigos, tudo bem?
Hoje é quinta-feira, 3 de junho, e vocês acreditam que até agora não consegui ler todas as mensagens que recebi pela vitória de domingo na Indy 500? Para falar a verdade, a ficha está caindo aos poucos. Eu desejei tanto essa quarta vitória e bati tantas vezes na trave que parece um sonho. Estar ao lado do AJ Foyt, Al Unser e Rick Mears como o maior vencedor da maior prova do mundo é um orgulho muito grande. Sou abençoado e tenho de agradecer muito a Deus, minha família, a equipe, patrocinadores e a meus fãs no Brasil, aqui nos Estados Unidos e espalhados pelo mundo.
Estão me perguntando bastante se esta foi minha vitória mais emocionante em Indianapolis. Tenho dito que é mais ou menos como ter de escolher o preferido entre os filhos. Você ama todos da mesma forma. A Indy 500 é mais ou menos isso, não tenho como dizer eu prefiro essa ou aquela. Cada uma é especial do seu modo.
Em 2001 eu cheguei aqui como estreante e venci pela Penske. Eu fiquei na Penske de 2000 até o ano passado e agora, fiz minha estreia por uma equipe nova, a Meyer Shank Racing, que nunca tinha corrido com dois carros, que nunca tinha corrido em Indianapolis e nesse contexto todo veio essa vitória maravilhosa. Especial nesse caso é que é um novo começo, sinal de que os velhinhos ainda dão para o gasto. O que aconteceu comigo no ano passado parecia o fim, mas na verdade foi um começo maravilhoso de uma nova fase na minha carreira.
Meu carro estava muito bom no tráfego, mas quando eu ficava de cara para o vento, saía um pouco de frente, o balance não estava ideal. Por causa disso, andei muito próximo do Palou nas últimas voltas, meio que comboiando. Tinha de acertar o ponto da ultrapassagem de modo que ele não pudesse dar o troco. Como a gente se aproximou de um grupo grande de carros, mesmo assumindo a ponta, continuei no tráfego, então, deu para fazer certinho como eu tinha planejado.
Mas isso foi mérito de todo um grupo, fruto de muito trabalho e união. Foi a minha primeira corrida pela Meyer Shank Racing e a primeira deles e Indianapolis e também a primeira vez com dois carros. Era muita novidade junta e a gente precisou trabalhar com dedicação, humildade e crescendo aos poucos. É um time de pessoas maravilhosas, a começar pelo Mike Shank e o Jim Meyer. Os problemas foram sendo resolvidos com objetividade e tranquilidade, sem atropelo. É uma fórmula vencedora.
Outra coisa especial foi a volta da galera nas arquibancadas. Mesmo não sendo a lotação completa, 135 mil ingressos foram vendidos e já deu para sentir aquela coisa boa novamente. É tanta gente, é tanto carinho, é tanta energia boa que vem do público que é demais.
Quero agradecer demais os votos de saúde para minha mãe, que está se recuperando da Covid-19 em Ribeirão Preto. A semana toda liguei três, quatro vezes por dia para saber como estava, com o coração na mão. Graças a Deus, está tudo bem agora.
É isso, amigos. Muito, muito feliz e grato por tudo. Vamos que vamos. Abração e até semana que vem.
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