Papo com Helio Castroneves: sistema de franquias da IndyCar não é um clube fechado

Mudanças na categoria agitaram os bastidores

imagem cameraHélio Castroneves em testes da Indy (Foto: Joe Skibinski | IMS Photo)
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Lance!
Rio de Janeiro (RJ)
Dia 22/11/2024
07:20
Atualizado em 17/11/2024
21:58
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Oi, pessoal, tudo bem? Espero que sim! A IndyCar, sob o comando de Roger Penske, está vivendo uma fase importante de transformações, desde que a Penske Entertainment comprou o Indianapolis Motor Speedway, na base da “porteira fechada”, e o nosso campeonato, o IndyCar Series, em janeiro de 2020. Mas agora, visando 2025, ocorre aquela que talvez seja a de maior vulto, que é o sistema de franquias.

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Foi inclusive pelo sistema de franquias que Bernie Ecclestone transformou a Fórmula 1, até então uma reunião de donos de pequenas oficinas em sua maioria, num negócio bilionário e com visibilidade mundial. O primeiro passo foi a adoção de vendas de direitos de transmissão. Logo a seguir, as equipes deixaram de ser mera participantes para ocupar lugar de destaque na estrutura da Fórmula 1.

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Como franqueadas, passaram a ser donas de vagas limitadas, elevando o valor de mercado para todas elas. Deixou de existir a concorrência de equipes novatas, que a qualquer momento poderiam entrar na categoria. Por causa disso, para uma equipe nova entrar na Fórmula 1, a organização tem de comprar uma equipe já constituída ou cumprir requisitos quase intransponíveis.

No caso da IndyCar, até recentemente, bastaria comprar um chassi da Dallara, alugar o motor da Honda ou Chevrolet, e enfrentar os desafios dos ovais, pistas de rua e mistos permanentes. Agora, com o sistema desenhado pela IndyCar, as equipes que já fazem parte do campeonato estarão mais valorizadas, da mesma forma que os novos integrantes terão de obedecer a algumas regras.

- Mas, Castroneves, isso não é ruim, afinal, não vai acabar impedindo a entrada de novas equipes?

Sem dúvida, essa é uma boa pergunta, o que me permite me aprofundar nesse tema. O grande diferencial do sistema adotado pela IndyCar é que, apesar de a maioria das vagas estarem reservadas para a franqueadas, como é o caso das duas da Meyer Shank Racing, há espaço para novas equipes. Portanto, não é um clube fechado. É aberto para novas organizações, mas a partir de um pacote de obrigações que não existiam.

Hélio Castroneves em testes da Indy (Foto: Joe Skibinski | IMS Photo)

Para falar a verdade, é um conceito simples de entender. Para um campeonato ter sucesso e ser sustentável e lucrativo por vários anos, há de haver um equilíbrio de forças. Isso quer dizer que campeonato, pilotos e equipes precisam ter equivalentes níveis de valorização. Não adianta nada um campeonato ser expoente se as equipes estão enfrentando dificuldades.

É para evitar que situações assim aconteçam que o sistema de franquias tem grande importância, mas foram mantidas vagas para novos integrantes. Ou seja, o grupo permanente, pela longa parceria, tem benefícios que as novatas não têm, mas a placa de boas-vindas continua vistosa na porta da IndyCar.    

 É isso aí, amigos. Abração e até semana que vem.

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