Piastri bate Norris e ganha pela 1ª vez na F1 em patacoada da McLaren no GP da Hungria
Britânico ficou na segunda posição e Hamilton fechou o pódio
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A McLaren dominou o GP da Hungria deste domingo (21), porém a vitória de Oscar Piastri trouxe um sorriso amarelo em todos que acompanharam mais uma interferência da McLaren para favorecer o piloto mais experiente da dupla. O australiano tinha o controle da corrida nas mãos quando tomou mais um undercut na temporada, só que a manobra foi tão descarada que Lando Norris devolveu o posto a duas voltas do fim, após discussões intermináveis pelo rádio.
Finalmente o time de Woking aproveitou a chance gritante de vencer com autoridade depois de pegar a primeira fila no grid. Só que ao contrário do que se esperava, foi Piastri quem partiu com muito mais ação e saltou para o primeiro lugar, enquanto Norris viu Max Verstappen assumir o segundo posto, mas devolver a posição por ter passado pelo lado de fora da pista.
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Dali em diante, o #81 teve a corrida praticamente nas mãos, mantendo sempre a diferença ente 3s e 5s para o companheiro de equipe. Só que uma escapada de Piastri antes da última parada fez a distância entre ambos cair para menos de 2s. Ainda assim, Lando não conseguia se aproximar para brigar pela vitória na pista.
Foi quando, sem o menor pudor, a McLaren deu a ordem para o #4 fazer a segunda parada na volta 46, enquanto Piastri entrou somente dois giros depois. Com pneus melhores e tendo duas voltas para colocar a borracha em janela ideal de temperatura, a ultrapassagem quando o australiano enfim entrou no pit-lane foi natural.
O que se viu depois foi um constrangimento absurdo do lado da McLaren, pedindo a Norris para gerenciar os pneus, enquanto Piastri questionava o time quanto à devolução da posição. Em dado momento, o engenheiro chegou a pedir para Lando deixar Oscar chegar sob argumento de estar “protegendo-o”, só que o veterano rebateu e disse que não havia pedido para vencer. No fim, a duas voltas, Norris freou e deixou o companheiro passar.
Bate-cabeça à parte, o GP da Hungria de 2024 também será lembrado pelo maravilhoso pega entre Hamilton e Verstappen. Enlouquecido sem conseguir passar o #44, muito combativo nas manobras de defesa, Max chegou a acertar o #W15 do britânico e quase abandonou, mas cruzou a linha de chegada em quinto, atrás ainda de Leclerc. Carlos Sainz, Sergio Pérez, George Russell, Yuki Tsunoda e Lance Stroll fecharam o top-10.
Confira como foi a corrida da F1 em Hungaroring:
Com 29°C de temperatura ambiente, 44°C de asfalto e 46% de umidade relativa do ar, os pilotos alinharam no grid com os seis primeiros colocados calçados com os pneus médios — tática convencional da Pirelli, que projetou para a corrida duas paradas e um uso ideal combinado com os duros. Levando em conta o alto desgaste e a gama mais macia levada para Hungaroring, C3, C4 e C5, era de se esperar que fosse, de fato, a melhor opção tática.
Os carros da Aston Martin, em sétimo e oitavo, no entanto, escolheram os macios para o primeiro stint, já buscando ganhar alguma posição na largada, o que funcionou para Alonso, pegando o sexto lugar de Sainz, que partiu mal e ainda tomou do companheiro de equipe, Leclerc.
Na frente, em compensação, Norris foi surpreendido por Piastri, aproveitando o lado de dentro para disputar freada, enquanto Verstappen colocou-se por fora. O australiano levou a melhor e pulou para a ponta, enquanto Max ficou sem espaço e deu um passeio na área de escape, só que voltou à frente de Lando.
Imediatamente, a reclamação do #4 da McLaren começou. A direção de prova, então, colocou o lance sob investigação, enquanto Gianpiero Lambiase instruiu Verstappen a abrir passagem a Norris para evitar a punição. Proferindo palavrões pelo rádio, o #1 acatou e passou a estudar o melhor momento para contra-atacar o amigo.
Enquanto isso, Hamilton sustentava o quarto lugar, à frente de Leclerc, ao que Sainz recuperava o sexto posto e jogava Alonso para sétimo. Stroll, Albon (macios) e Magnussen (macios) fechavam o top-10. Na volta 7, porém, a janela para o pessoal dos compostos de faixa vermelha foi aberta justamente pelos pilotos de Williams e Haas, que retornaram de duros em 18º e 19º, respectivamente.
No giro seguinte, Alonso também entrou para a troca e colocou os médios, porém Ricciardo e Zhou, que largaram com os C4, seguiram a estratégia, dando indícios de que o desgaste da borracha estaria mais elevado que o previsto para as 70 voltas da corrida magiar. Stroll, por sua vez, resistia com a borracha C5 em sétimo, apesar dos mais de 7s para Sainz.
Volta 10, Piastri levava 2s9 de vantagem sobre Norris, que tinha mais de 2s de distância para Verstappen. Hamilton, Leclerc, Sainz, Stroll, Tsunoda, Bottas e Russell, já em décimo depois de largar em 17º, na sequência. Cinco giros depois, a Aston Martin enfim parou o #18 para colocar os médios, só que o pit-stop em 4s1 fez o canadense voltar atrás de Albon e Magnussen.
Volta 17, e Hamilton foi o primeiro dos ponteiros a parar, calçando os duros e retornando em sétimo. Norris foi na sequência, assim como Piastri, sem grandes surpresas. Na liderança momentânea, Verstappen começou a chiar por causa dos freios. “Não consigo entrar nas curvas, tá muito ruim”, disse o neerlandês, que levava 3s5 de vantagem sobre Leclerc, com Sainz em terceiro.
Mas a Red Bull deixou o #1 na pista para esticar a primeira parada até o final do giro 21 — e troca lenta para o padrão Red Bull, em 3s. Sainz também veio junto e viu um trabalho melhor nos boxes ferraristas, em 2s5, porém o espanhol retornou atrás de Pérez, enquanto Max voltou em quinto, atrás de Hamilton.
A parada de Leclerc veio na sequência, com o monegasco na quinta colocação. Na frente, Verstappen começou a tirar significativamente a diferença para Hamilton, passando de 6s9 a 4s6 em três giros. Enquanto isso, Piastri seguia firme na ponta, 3s4 à frente de Norris.
Volta 27, e os únicos ainda sem paradas eram os que partiram de duros no primeiro stint (Russell, Pérez e Gasly) e Tsunoda, em sétimo, ainda resistindo com a borracha média. Enquanto isso, o pega entre Hülkenberg e Stroll era frenético pelo 12º lugar, enquanto Alonso ficava a menos de 0s5 de Gasly no embate pelo último degrau da zona de pontos. Na abertura do giro seguinte, o #18 foi bem-sucedido e deixou o veterano da Haas para trás.
Pérez entrou para a troca obrigatória com 29 voltas completadas. Tsunoda enfim veio na seguinte, com mais 40 giros pela frente de duros para obter a façanha de parar apenas uma vez — difícil, mas não impossível, considerando o tanque mais vazio na reta final.
Na volta 34, Verstappen colou de vez em Hamilton e tentou a manobra sobre o eterno rival, só que o #44 não deu brecha e sustentou o terceiro posto. Max, então, foi para o ataque novamente no giro seguinte e chegou a colocar o carro lado a lado com Hamilton no contorno da curva 2 depois de Hamilton fritar tudo na 1, mas espalhou e perdeu contato com o carro prateado. Lewis conseguiu um respiro de mais de 1s ali, no momento em que Verstappen novamente reclamou dos freios do RB20.
A perseguição recomeçou na volta 37, com Hamilton deixando Verstappen enlouquecido com as manobras de defesa. Não foi por falta de tentativa, porém Max só conseguiu passar quando a Mercedes chamou o #44 para a segunda parada. Curiosamente, Leclerc também foi no embalo, para desespero de Verstappen, que reclamou horrores do desenho do undercut. “Impressionante como permitimos isso, simplesmente acabou com a minha corrida!”
Enquanto isso, a direção de imagens recuperou o momento em que Piastri escapou e viu a diferença para Norris de quase 4s despencar para 1s5, mas o australiano não perdeu rendimento e manteve-se à frente. A McLaren, então, chamou o #4 aos boxes na volta 46 e, sem o menor pudor, só parou Piastri só dois giros depois — o clássico undercut para novamente favorecer descaradamente Norris.
Foi fácil para Lando passar à frente e já colocar 3s5 sobre o #81. Verstappen parou novamente antes da abertura do giro 50 e colocou os médios, retornando em quinto e tendo ainda Leclerc e Hamilton adiante.
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