Praia Clube conta com embalo de dominicana de dois metros por troco no Minas na final da Superliga

No top 6 de maiores pontuadoras, Brayelin Martínez sobra no quesito altura e diz que vinda ao Brasil foi crucial para evoluir em quadra. Jogo 1 da decisão acontece nesta sexta, às 21h

imagem cameraBrayelin Martínez é a jogadora mais alta da Superliga feminina de vôlei (Foto: Nadine Oliver/Inovafoto/CBV)
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Lance!
Rio de Janeiro (RJ)
Dia 21/04/2022
22:10
Atualizado em 22/04/2022
08:05
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A dominicana Brayelin Martínez está nas alturas. Tanto pelo desempenho arrasador na Superliga feminina de vôlei quanto pelos 2,01m de estatura, que a colocam na condição de jogadora mais alta do torneio e uma das mais destacadas no quesito no cenário mundial.

Mas esse é só um dos fatores que evidenciam a oposta do Dentil/Praia Clube na decisão "caseira" contra o Itambé/Minas. O primeiro jogo da série melhor de três acontece nesta sexta-feira, às 21h (de Brasília), no Ginásio Nilson Nelson, em Brasília. As outras partidas estão marcadas para os dias 29 de abril e 3 de maio, no mesmo local.

O Praia Clube, de Uberlândia, luta pelo seu segundo título de Superliga (o primeiro veio na temporada 201/2018 contra o Sesc RJ) e para dar o troco no rival, que o derrotou nas últimas duas decisões, em 2020/2021 e 2018/2019, além de ter na galeria o troféu de 2001/2002. A Superliga 2019/2020 não foi encerrada devido à pandemia.

A atacante de 25 anos é a sexta maior pontuadora da competição, com 321 pontos, e a marca só não é maior porque ela precisou se afastar por algumas rodadas para tratar uma lesão no ombro direito. Das jogadoras que estão na final, ninguém pontuou mais do que Martínez.

A ligação da atleta com o esporte vem de família. Sua irmã, Jineiry, joga como central e é outra atração do time de Uberlândia na decisão. O irmão, Brayan, foi jogador de beisebol e hoje defende a seleção de basquete de seu país.

Eles são filhos de Agripina Martinez, gerente das seleções de base do vôlei da República Dominicana e incentivadora da carreira de Brayelin. Outro nome importante da família é o tio da oposta, Soterio Ramírez, que jogou na NBA pelo Atlanta Hawks, foi capitão da seleção de basquete e chegou ao cargo de vice-ministro de esportes na República Dominicana.

- Desde novinha eu sempre gostei muito de vôlei e qualquer outro esporte, pois a minha família sempre praticou esporte. Meu tio e meu primo foram da seleção nacional de basquete da República Dominicana e meu irmão Brayan Martínez joga basquete, e está na seleção. Mas a principal responsável foi minha mãe Agripina Martínez, que me guiou no caminho do vôlei e até agora continua me guiando a mim e meus irmãos - contou a dominicana ao LANCE!.

Nos playoffs, Martínez fez um bom primeiro jogo na semifinal, na derrota para o Sesc RJ Flamengo por 3 a 0, com 18 pontos. Não repetiu o embalo no segundo confronto, em que acabou substituída por Tainara, e o Praia Clube venceu por 3 a 2. Mas sobrou na classificação para a final, ao marcar 21 pontos no jogo 3, vencido pelo Praia por 3 a 1. Nas quartas, se destacou nas duas partidas contra o Pinheiros.

A atacante chegou ao time mineiro na temporada 2019/2020, aos 23 anos, para jogar como ponteira passadora. Em busca de títulos e da oportunidade de se testar entre algumas das melhores do mundo no momento em que a República Dominicana se classificava para os Jogos de Tóquio, foi tratada com cuidado especial pelo técnico Paulo Coco, assistente de José Roberto Guimarães na Seleção Brasileira.

Martínez é arma do Praia Clube (Foto: Nadine Oliver/Inovafoto/CBV)

- As dominicanas são muito jovens e estão passando por uma experiência de pressão grande aqui no Brasil. Elas estão crescendo com isso. Em alguns momentos, o desempenho oscila, mas é normal. A força da nossa equipe está prevalecendo e espero que se mantenha assim na final - disse Paulo Coco.

A atleta ajudou a República Dominicana, comandada por outro brasileiro, Marcos Kwiek, a se qualificar aos Jogos de Tóquio com 67 pontos em apenas três jogos do Pré-Olímpico da Norceca, disputado entre seleções das Américas do Norte, Central e do Caribe. O desempenho ofensivo era inquestionável, mas ainda havia muito a se trabalhar na recepção, na defesa e no domínio de bola.

Depois da Superliga encerrada precocemente sem campeão, devido à pandemia, Martínez mudou para a função de oposta, em que a maior responsabilidade é colocar a bola no chão. Ficou com o vice-campeonato em 2020/2021, novamente com destaque, após o Praia perder para o mesmo Minas. Agora, quer dar o troco e celebrar seu primeiro título da competição.

- Estou muito feliz de estar em mais uma final com esse time. Eu vou fazer o que eu sei fazer melhor que é ajudar o time e jogar em conjunto - disse a atleta, que é agenciada pela Pro Sports e já tem contrato renovado com o Praia Clube para a próxima temporada, assim como Jineiry.

- O vôlei brasileiro tem sido muito importante para o meu desenvolvimento, tanto profissional como pessoal. Consegui melhorar muito meu volume de jogo em todos os aspectos. As minhas companheiras de equipe me ajudaram a descobrir o quanto é importante é jogar como uma equipe - afirmou Brayelin, que tem como inspiração a ponteira coreana Kim Yeon-koung.

- Admiro muito a Kim. É uma jogadora completa, muito humilde e transmite felicidade na quadra.

Atrações brasileiras e 'gringas' na decisão

O Minas precisará ter atenção especial às irmãs Martínez, mas não só. O estrelado elenco mineiro conta ainda com a central Carol, vice-campeã olímpica em Tóquio e maior bloqueadora da Superliga, a ponteira Anne Buijs, da seleção holandesa, e nomes de expressão no cenário brasileiro, como a levantadora Claudinha, a ponteira Kasiely e a líbero Suelen.

No clube de Belo Horizonte, comandado pelo italiano Nicola Negro, uma novata tentará "rivalizar" com Martínez. Trata-se de Kisy, oposta que disputa sua primeira decisão de Superliga, aos 22 anos. Ela assumiu a titularidade devido à lesão da americana Danielle Cuttino e brilhou na semifinal, contra o Sesi Vôlei Bauru.

A novata terá ao seu lado um grupo estrelado, com a levantadora Macris, vice-campeã olímpica em Tóquio, as centrais Thaisa (ouro em Pequim-2008 e Londres-2012) e Carol Gattaz (prata em Tóquio), as ponteiras Pri Daroit e Neriman Ozsoy, ex-integrante da seleção da Turquia, e a líbero Leia.

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