Presidente do COB demite diretor que estava há 17 anos na entidade e liderava preparação olímpica
Profissional estava na entidade desde a gestão de Carlos Nuzman e tinha força entre atletas e equipes técnicas. Campeão olímpico Rogério Sampaio assume como interino
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O presidente do Comitê Olímpico do Brasil (COB), Paulo Wanderley, demitiu nesta terça-feira o Diretor de Esportes Jorge Bichara, que estava na entidade há 17 anos e era o principal nome à frente da preparação do país para os Jogos Olímpicos de Paris-2024. Campeão olímpico no judô e Diretor Geral, Rogério Sampaio assume o ponto interinamente.
"O Comitê Olímpico do Brasil comunica que Jorge Bichara deixa seu quadro de colaboradores nesta terça-feira. A entidade agradece ao profissional pelos serviços prestados ao longo de sua trajetória", informou o COB, em nota oficial.
Bichara chegou ao COB em 2005 e ganhou força com o passar dos anos. Antes gerente de planejamento, ele assumiu a função de diretor no momento em que Marcus Vinícius Freire deixou o COB, após a Olimpíada do Rio. Em 2017, Carlos Arthur Nuzman renunciou ao cargo de presidente em meio a uma investigação sobre possível compra de votos para o Rio sediar os Jogos.
Wanderley, que era vice, assumiu a presidência e acabou reeleito em 2020. Apesar de diversas mudanças terem ocorrido no COB no período, Bichara foi um dos poucos que permaneceu durante todo o tempo na entidade.
Conhecido pelo bom relacionamento com atletas e equipes técnicas de diversas modalidades, como a ginástica e a canoagem, Bichara teve papel de destaque na campanha histórica no Japão, quando o Brasil bateu o recorde de medalhas conquistadas (21) e garantiu pódios em 13 modalidades, outra marca inédita. O país terminou em 12º lugar, melhor colocação no quadro de medalhas (sete ouros, seis pratas e oito bronzes).
A demissão acontece em meio a uma disputa interna, mais especificamente uma queda de braço com o médico Christian Trajano, gerente de Educação e Controle Antidoping do COB.
Um dos pontos de conflito é a intenção de Wanderley de separar a área de esportes da entidade da área médica, que tem Trajano como liderança atualmente. A discussão sobre a falta de autonomia deste setor em relação à área técnica esportiva é motivo de desgastes há anos no Comitê.
Ao "O Globo", Bichara afirmou que houve divergências na forma de pensar com a de Wanderley.
- Eu e o presidente temos pensamentos diferentes sobre a condução do esporte no COB. Ele, como presidente, tem o direito de tomar as decisões que achar cabíveis. Eu tenho o plano esportivo montado, entendo que tem que ser de uma forma, e ele entende que tem que ser de outra. Sobre o motivo da demissão cabe a ele explicar - contou Bichara.
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