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Revezamento 4x100m do Brasil tenta se prevenir de ‘zebras’ em Tóquio-20

Desafio Raia Rápida, no domingo, liga motores do quarteto verde e amarelo para 2020 em prova considerada incógnita, mas que traz boas perspectivas ao país na próxima Olimpíada<br>

Revezamento 4x100 - Atletismo
imagem cameraBrasileiros do 4x100m são candidatos ao pódio em Tóquio (Foto: Wagner Carmo/CBAt)
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Lance!
Rio de Janeiro (RJ)
Dia 07/02/2020
16:44
Atualizado em 08/02/2020
15:08

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O Campeonato Mundial de atletismo de Doha (QAT), em outubro do ano passado, derrubou parâmetros e reforçou uma nova mentalidade para os brasileiros nas provas de velocidade. Os oponentes estão em plena ascensão e quem não quiser ficar atrás nos Jogos Olímpicos de Tóquio, em agosto, tem de seguir o mesmo embalo.

Marcas antes consideraras "absurdas" são derrubadas com frequência cada vez maior. Cada detalhe importa. Por isso o Desafio Mano a Mano, neste domingo, contra os Estados Unidos, na Escola de Educação Física do Exército (EsEFEx), no Rio de Janeiro, é visto pela equipe verde e amarela como uma oportunidade de ligar os motores para a próxima Olimpíada. As baterias individuais começam às 11h, com final às 11h35. A disputa por equipes, grande atração, acontece às 12h.

Com 37s72 na final do último Mundial, o Brasil quebrou o recorde sul-americano e conquistou a classificação para Tóquio. Até então, a marca era suficiente para garantir um lugar no pódio de uma competição deste porte. Mas ninguém contava que o Japão fosse aprontar.

O tempo de 37s43s deu aos asiáticos um bronze surpreendente e deixou os brasileiros em um amargo quarto lugar. O pódio ainda teve os americanos, que confirmaram o favoritismo e levaram o ouro, e a Grã-Bretanha, em segundo.

As lições são valiosas para Paulo André Camilo e Rodrigo Nascimento, que integraram o quarteto verde e amarelo em Doha, ao lado de Vitor Hugo dos Santos e Derick Silva. Agora, eles puxam os jovens Luis Gabriel Silva e Felipe Bardi e o veterano Aldemir Gomes em uma batalha contra Michael Rodgers, Rodney Rowe, Elijah Hall, Remontay McClain e Kenzo Cottone.

O público não deve esperar marcas de grande expressão no evento por dois motivos. O primeiro é que os times não terão força máxima. Enquanto o Brasil compete sem Vitor e Derick, os americanos não trouxeram os astros Christian Coleman, Justin Gatlin e Noah Lyles. O segundo é que os velocistas estão em início de preparação na temporada e projetam chegar ao ápice quando a Olimpíada estiver próxima.

De qualquer forma, a disputa será uma boa oportunidade para ajustar detalhes que podem ser decisivos em agosto.

– A prova do revezamento é uma incógnita. Em Doha, não contávamos tanto com o Japão, pois sabíamos que podíamos batê-los e eles obtiveram o recorde do continente, uma marca absurda para eles, de 37s43. Individualmente, ninguém esperava tanto do (Justin) Gatlin, mas ele foi lá e fez 9s89. O atletismo tem dessas. Temos de estar preparados para todas as situações. Lá no Mundial, esperamos no telão alguém queimar, mas não aconteceu. Então, entendemos que temos de ser medalhistas por conta própria – avalia Paulo André, de 21 anos, que defende o Pinheiros.

A conquista dos Estados Unidos no Mundial do Qatar foi obtida com 37s10, recorde do Campeonato Mundial e terceira melhor da história. Na era Usain Bolt, a Jamaica chegou a fazer 36s84 (2012) e 37s04 (2011).

– Esse desafio contra uma potência do 4x100m como os Estados Unidos, nosso principal adversário, é uma grande chance na minha carreira e para darmos um start em 2020. Temos uma nova geração muito forte para esta prova e precisamos focar nos detalhes – diz Bardi, de 21 anos, do Sesi, que ainda busca índice para Tóquio-2020 nos 100m.

A entrada do Raia Rápida é gratuita, mediante doação de uma lata de leite em pó, até que seja atingida a capacidade de 500 pessoas.

Para medalhista, elite mundial tem de ser parâmetro

O Brasil se apega a alguns fatores para acreditar em bons frutos no revezamento 4x100m. A passagem de bastão do país é referência e os atletas estão hoje entre os 20 primeiros no ranking mundial em suas provas individuais.

Em maio do ano passado, o quarteto formado por Rodrigo Nascimento, Derick Silva, Jorge Vides e Paulo André faturou o ouro no Mundial de Revezamentos, em Yokohama, no Japão, deixando os Estados Unidos, com Michael Rodgers, Justin Gatlin, Isiah Young e Noah Lyles, em segundo, por uma diferença de dois centésimos.

– Vejo um diferencial em relação ao que acontecia anteriormente. Além disso, esses atletas estão em fase de aprimoramento de suas performances. Todos têm uma projeção de resultados muito boa para 2020 – afirma a técnica Vânia Valentino Silva.

Para Robson Caetano, medalhista de bronze nos 200m em Seul-1988 e no 4x100m em Atlanta-1996, as chances de o Brasil alcançar o pódio no Japão são expressivas.

– Em Doha, faltou consistência e um pouco de consciência de que ganhar o Mundial de Revezamentos é bem diferente de ganhar um Mundial de atletismo, em que há uma outra composição dos adversários. Os brasileiros chegaram com status de campeões, o que é muito bom, mas eles têm de buscar os caras de referência, que são o Rodgers e o Colleman – avaliou o ex-atleta, que dá a receita para o Brasil chegar a Tóquio em sua melhor condição:

– A turma está voltando a competir. É o pontapé inicial de uma jornada que vai até o início da Olimpíada. Tem de conciliar para não apurar rápido demais. Se entrar em forma muito cedo, vai chegar em Tóquio morto. Agora, é passar o bastão como se fosse treino e dar uma apurada em junho.

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