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Rio-2016 segue viva para Chibana: ‘Sonhava com a medalha olímpica’

Após eliminação precoce nos Jogos Olímpicos, o judoca busca, nesta terça-feira, a conquista inédita no Mundial de Budapeste, na Hungria

Judoca - Charles Chibana (66kg)
imagem cameraCharles Chibana conquistou a medalha de ouro no Pan de Toronto-2015 (Foto: Reprodução/Facebook)
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São Paulo (SP)
Dia 27/08/2017
15:27
Atualizado em 28/08/2017
15:02

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Pouco mais de um ano se passou, e a imobilização sofrida pelo japonês Masashi Ebinuma (tricampeão mundial) ainda na primeira fase da Rio-2016 segue na memória do judoca Charles Chibana. Participando do Mundial de Budapeste (HUN), que inicia nesta segunda-feira, o paulista de 27 anos relembra a tristeza após o resultado negativo no Brasil. Chibana entra no tatame nesta terça, às 5h (horário de Brasília) para as eliminatórias da categoria até 66kg, a final será às 11h.

- Acho que é bem complicado, porque não são quatro anos. A gente sonha em disputar uma Olimpíada, ainda mais aqui dentro de casa, treina bastante para o resultado vir e quando não vem, é bem impactante e bem triste. Acho que só quem estava ali sabe qual a sensação. Para você se reerguer, dar a volta por cima, é bem complicado - comenta Charles, que completa:

- Eu não sonhava em só disputar uma Olimpíada, eu sonhava com a medalha olímpica. Qualquer coisa que você almeja muito, batalha, abdica de um monte de coisa e o resultado não vem, é bem chocante.

Esta não foi a primeira vez que o japonês atrapalhou os planos do paulista. No Mundial de 2013, também no Rio de Janeiro, paulista foi, novamente por imobilização, derrotado nas semifinais. Participando de seu terceiro Mundial, o nono colocado no ranking mundial busca, diferentemente de sua primeira Olimpíada, um 'bom resultado'.

- Fiz várias competições este ano, eu medalhei em quase todas. Acho que este é o caminho. Vamos subindo de pouquinho em pouquinho. Estou pensando no Mundial, onde quero buscar um bom resultado - afirma.

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'Eu não sonhava em só disputar uma Olimpíada, eu sonhava com a medalha olímpica'

Apesar da dificuldade em deixar o resultado da Rio no passado, Chales iniciou 2017 com bons resultados. Das cinco competições que disputou com o kimono da Seleção, o descendente de japoneses subiu ao pódio quatro vezes (um ouro, duas pratas e um bronze). Apenas no Grand Prix Dusseldorf (ALE), o paulista não medalhou.

Ao comparar o Mundial com os Jogos Olímpicos, Chibana vê o primeiro como mais competitivo, já que, além de mais competidores, é permitida a participação de mais de um judoca por país.

- Este ano é a principal competição do judô. Podem ter mais atletas do mesmo país, dois japoneses, dois russos...Querendo ou não, é uma competição mais forte do que as Olimpíadas. É bem mais difícil. Este ano é a competição chave. Estou fazendo tudo para poder chegar bem - explicou.


Buscando o melhor rendimento possível, a Confederação Brasileira de Judô (CBJ) enviou atletas para aclimatações em países como Japão e França. Neste período, os brasileiros convocados treinam com locais dessas potências mundiais da modalidade. Chibana destaca a passagem pelas cidades japonesas de Hamamatsu (base da modalidade em Tóquio-2020) e Tóquio.

- Se cresce muito, ainda mais sendo no Japão, que é o berço do judô. A massa de treino lá é muito grande. Lá o pessoal faz judô como aqui o pessoal joga bola. São várias pessoas boas em cima do tatame - diz.

O Brasil também está entre as potências da modalidade, atraindo a atenção de estrangeiros para realizar suas aclimatações aqui. Contudo, juntamente com o mérito e respeito dos adversários pelos resultados já obtidos, um outro ingrediente vem de brinde, a pressão. Para Charles, porém, isso é algo natural que os judocas verde e amarelos devem aprender a conviver.

- Pressão tem em todo lugar, basta saber lidar com ela. A gente faz um trabalho para poder blindar. Acho que vai de cada um, mas pressão sempre vai existir.

O Mundial de Budapeste se inicia nesta segunda-feira e tem seu último dia de competições no domingo (três de setembro). Os primeiros brasileiros a pisar no tatame serão Eric Takabatake (60kg) e Stefannie Arissa Koyama (48kg). As eliminatórias serão às 5h (horário de Brasília), com as finais às 11h.

A delegação brasileira contará com 18 atletas, nove em cada naipe: Stefannie Arissa Koyama (48kg); Érika Miranda (52kg); Sarah Menezes (52kg); Rafaela Silva (57kg); Ketleyn Quadros (63kg); Maria Portela (70kg); Mayra Aguiar (78kg); Samanta Soares (78kg); Maria Suelen Altheman (+78kg); Eric Takabatake (60kg); Phelipe Pelim (60kg) Charles Chibana (66kg); Marcelo Contini (73kg); Victor Penalber (81kg); Eduardo Yudi Santos (81kg); Luciano Corrêa (100kg); David Moura (+100kg), Rafael Silva (+100kg).

Confira a trajetória de Charles Chibana após a Rio-2016:


Grand Slam de Abu Dhabi (out/2016) - bronze
Grand Prix Dusseldorf (fev/2017) - fora do pódio
Open de Santiago (mar/2017) - prata
Open de Lima - (mar/2017) - campeão
Grand Prix Tbilisi (mar/2017) - bronze
Grand Slam Ekaterinburg (mai/2017) - prata

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