Frédéric Vasseur já havia previsto que a Red Bull cometeria erros uma vez que estivesse sob pressão, e foi exatamente o que aconteceu na classificação do GP de Mônaco, na opinião de Carlos Sainz. O piloto da Ferrari afirmou que os taurinos ainda estão em vantagem, sobretudos nos circuitos ditos permanentes, mas o atual progresso das principais rivais vai exigir performances irretocáveis de Max Verstappen.
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Sainz foi o terceiro colocado em Mônaco, num fim de semana dominado por Charles Leclerc. O único momento em que o neerlandês surgiu mais forte foi na classificação, ainda que não tenha dominado nenhuma das seções que antecedem o Q3. Na parte final, contudo, cometeu um erro na última tentativa de volta rápida e bateu de leve com o carro na Sainte-Dévote — o suficiente para largar apenas em sexto.
O fato, na verdade, já era esperado pelo tricampeão, que chegou a avisar pelo rádio no TL3 que acabaria “abraçando o guard-rail” se continuasse indo ao limite para impedir a pole de Leclerc.
O circuito de rua também foi um ponto a favor da Ferrari, na visão de Sainz. À imprensa após a prova, o #55 lembrou que os italianos também foram fortes em Singapura, portanto é uma tendência a se repetir em traçados do tipo. “Meu bom senso me diz que em pistas normais, a Red Bull ainda deve ser favorita. Dominação, como estávamos vendo, não acredito. Mas favoritos, sim.”
“Será uma briga muito acirrada entre nós e a McLaren. Acho que nós três estamos em um nível muito semelhante. Nossas últimas referências de pista normal são Ímola e Miami, e analisando esses locais, parece que estamos 0s05 atrás da McLaren e cerca de 0s1 ou 0s2 atrás da Red Bull”, continuou.
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“Isso ainda quer dizer que qualquer pequeno progresso, qualquer pequena atualização, qualquer pequena coisa que trouxermos para o carro pode se transformar em uma potencial vitória na corrida ou em um carro vencedor. Sempre fomos fortes em Mônaco. Circuitos de rua, como Singapura, no ano passado, mostram os pontos fortes da Ferrari”, completou Sainz.
A bandeira vermelha logo na primeira volta transformou a corrida em uma procissão, com todos andando em um ritmo muito mais lento que o normal para levar a borracha até o fim. A Red Bull até tentou um pulo do gato por ter margem suficiente e deixou Max com pneus novos para as voltas finais, na esperança de mais uma parada também para os cinco primeiros, o que não aconteceu.
Verstappen terminou em sexto. Em corridas completadas — houve o abandono na Austrália, esse ano —, foi o pior resultado do tricampeão desde o quinto lugar em Singapura 2023. O que chama a atenção, alertou Sainz, foi o raro erro do rival na classificação.
“Com 24 pontos atrás da Red Bull no Mundial de Construtores, vimos que quando estiveram sob pressão, Max cometeu um erro na segunda volta do Q3, Checo [Sergio Pérez] caiu no Q1. Nós só precisamos estar lá para mostrar que essas coisas também podem acontecer com a Red Bull. Sábado foi o melhor exemplo”, salientou.
“Acho que a Ferrari terá oportunidades nesse tipo de pista. Canadá é bastante específico, mas em Barcelona ou qualquer pista europeia que considero normal, ainda acho que a Red Bull será a favorita, mas não acredito que eles vão dominar como costumavam fazer”, continuou.
“Isso é uma boa notícia para o campeonato. Vale a pena ficar a 0s1 ou 0s2 na classificação, já que, mesmo sendo favoritos, não poderão cometer erros. É aí que podemos capitalizar, tanto Ferrari quanto McLaren — algo que, na primeira corrida, ninguém estava lá”, concluiu Sainz.
A Fórmula 1 retorna de 7 a 9 de junho com o GP do Canadá, nona etapa da temporada 2024.