José Neto revela sonho olímpico com a Seleção: ‘O caminho é longo, mas o Brasil tem história no basquete’
Treinador comandará a equipe feminina no Pré-Olímpico das Américas na luta por uma vaga no torneio Mundial que definirá os classificados para a Olimpíada de Tóquio, em 2020
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Multicampeão no NBB e eleito o melhor treinador do basquete brasileiro na década, José Neto marcou história em todos os lugares que trabalho e ficou conhecido por implantar mudanças e deixar legados. Em junho deste ano, o técnico aceitou um novo desafio na carreira: comandar a seleção brasileira feminina de basquete.
José Neto assumiu o comando com um único objetivo: resgatar a tradição do basquete feminino. Com apenas dois meses de trabalho, o treinador acabou com um jejum de 28 anos ao conquistar o título dos Jogos Pan-Americanos de Lima, no Peru. Em entrevista ao LANCE!, Neto contou sobre o trabalho e o comprometimento das atletas em resgatar a tradição brasileira.
- O Brasil tem uma história no basquete feminino. Pouquíssimas equipes no mundo foram campeãs mundiais. E o Brasil é uma dessas. Esse é o propósito. O basquete internacional possui diferenças muito estreitas desde a conquista de uma medalha até o ficar fora de alguma competição. Passei para as meninas que elas têm essa missão de ser referência de uma transformação e elas entenderam muito bem, estão muito comprometidas nisso - disse.
No próximo dia 14 de novembro, o Brasil inicia a caminhada rumo aos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020. O Pré-Olímpico Continental dará três vagas para o Pré-Olímpico Mundial, que definirá os classificados para as Olimpíadas. A Seleção Brasileira chega com moral após o título no Pan-Americano e o bronze na Copa América, e o técnico José Neto demonstra confiança na classificação.
- No Pan-Americano, Estados Unidos e Canadá foram com times que não eram os melhores, mas fica o recado. Ou eles vão com as melhores equipes ou vão perder - avisou Neto, que ressaltou estar ciente da dificuldade que terá pela frente em busca de uma vaga em Tóquio-2020.
- O caminho para a Olimpíada é longo. Começamos no Pan-Americano, como processo de trabalho, depois a Copa América, que somente eliminou duas equipes do Pré-Olímpico das Américas. E é nesse campeonato que queremos garantir uma vaga no Pré-Olímpico Mundial. Queremos ter a chance de brigar por uma dessas vagas de estar em Tóquio. É muito difícil, sabemos disso. Algumas equipes já trabalham há quatro anos. Mas estamos trabalhando para isso - concluiu o treinador.
SUPORTE E CONFIANÇA DA CONFEDERAÇÃO
Buscando resgatar a tradição do basquete feminino, José Neto já conseguiu dois grandes resultados em apenas cinco meses de trabalho: ouro nos Jogos Pan-Americanos de Lima e bronze na Copa América. Ao LANCE!, o treinador contou sobre a liberdade que recebeu para trabalhar também em conjunto com as categorias de base e sobre os planos para o futuro.
- Quando falamos em tentar transformar uma situação, não podemos esperar chegar lá na frente para ver o que vai acontecer. E essa foi a minha primeira conversa com a confederação, se teria liberdade de trabalhar também nas categorias de base. Me deram total liberdade e apoio, e junto com a comissão técnica estamos fazendo esse paralelo. São só cinco meses de trabalho, mas acredito que daqui para frente vamos intensificar isso, como também o contato com os clubes, que é onde as meninas mais passam o tempo - explicou Neto, que completou destacando os resultados conquistados nos primeiros meses de trabalho.
- São resultados que motivam muito a continuar esse trabalho. Sabemos como é difícil ter resultados tão expressivos num início de trabalho. É um gás muito forte que temos para continuar trabalhando. Na Copa América deixamos de ser surpresa após o Pan-Americano. E era preciso mudar alguma coisa para seguir surpreendendo. Foi isso que aconteceu. Agregamos novos valores e deu certo. Considerado que o bronze numa Copa América foi uma campanha de êxito sim. Agora temos que pensar na próxima etapa e seguir buscando novas conquistas - frisou.
Por fim, Neto explicou a diferença entre o basquete masculino e feminino. O treinador, que obteve sucesso com o Paulistano e Flamengo no NBB, aceitou trabalhar com a seleção feminina que enfrenta diariamente mais dificuldades que o masculino. Para o comandante, o conteúdo é o mesmo, mas a diferença é a maneira de lidar.
- Muita gente me pergunta isso e eu sempre falo que não é melhor e nem pior. É diferente. O masculino e o feminino são dois grupos em que a maneira de lidar é diferente. O conteúdo é o mesmo, mas a maneira como você passa as informações, como você interage, que é distinto. Estamos querendo colocar uma proposta nova e, para isso, precisamos fazer de uma forma que elas aceitem e entendam. E acho que isso está acontecendo. Elas estão evoluindo bastante e, mesmo com as curtas etapas de treinamento, o contato com elas é contínuo. Isso é muito importante também - finalizou Neto.
O Brasil estreia no Pré-Olímpico Continental no próximo dia 14 de novembro contra os Estados Unidos, em Bahía Blanca, na Argentina. Depois, a seleção brasileira enfrenta a Colômbia, no dia 16, e encerra a participação contra a Argentina, no dia 17.
Confira a entrevista, na íntegra, com José Neto:
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