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Semana de Ilhabela tem regatas com mar pesado e frio

Temperatura cai de quase 30º para 14º em Ilhabela (SP) mudando o cenário da tradicional competição de vela oceânica<br>

Semana de Ilhabela tem regatas com mar pesado e frio (Foto: Divulgação)
imagem cameraSemana de Ilhabela tem regatas com mar pesado e frio (Foto: Divulgação)
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Ilhabela (SP)
Dia 29/07/2021
00:33

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A entrada da frente fria com muita chuva no litoral norte paulista marcou o terceiro dia de regatas da 48ª edição da Semana Internacional de Vela de Ilhabela. As 81 equipes que disputam o maior evento da modalidade na América Latina enfrentaram na água a mudança brusca de temperaturas e de condições em Ilhabela (SP).

Na véspera, sol de 30 graus e mar calmo, mas 24 horas depois tudo mudou: a força dos ventos com mais de 20 nós e 14 graus, com sensação térmica de menos de 10 graus, deram o tom das provas disputadas no Canal de São Sebastião. A comissão de regatas montou as boias na raia localizada na frente do Yacht Club de Ilhabela (YCI) e fez até duas regatas para algumas categorias.

Com muito vento, as regatas foram rápidas e molhadas, testando equipamentos e preparo dos veleiros inscritos nas oito classes da Semana Internacional de Vela de Ilhabela. Alguns barcos tiveram avarias e não conseguiram completar as provas de percurso médio. Outros também ficaram com dificuldades de se livrar do baixio.

- Já esperávamos isso, um vento mais forte e o mar mais grosso! Os veleiros precisam estar preparados para essas situações. Ontem, por exemplo, definimos as velas para ventos fracos e hoje cedo foi um novo setup. Mas nosso barco está preparado para esse tipo de regata com mais intensidade de vento - explicou Miller Lazur, proeiro do Rudá, uma das 18 equipes que medem na classe ORC.

A equipe do Rudá ficou em terceiro lugar no tempo corrigido na regata de hoje, que teve vitória na ORC do Xamã-Matrix Energia, mesmo veleiro que venceu a Alcatrazes por Boreste Marinha do Brasil. O Phoenix ficou em segundo no dia e começou sua recuperação no campeonato.

Velejadores de outros estados, como Rio Grande do Sul e Santa Catarina, além dos estrangeiros que participam ano após ano da Semana de Vela de Ilhabela, estão mais habituados a velejar com o frio nessa época do ano. Mas as temperaturas estão mais baixas nessa temporada, fazendo com que os competidores utilizem suas roupas de tempo.

- Friozinho gostoso, né? Quem é lá do Sul está acostumado com isso. Florianópolis estava 2º essa madrugada com 30 nós de vento. Acho que essa chuva vai passar e limpar o tempo para os próximos dias - disse Andreis Castro, integrante do veleiro Zeus.

Até quem mora e veleja na Espanha foi pego de surpresa com essas condições de frio no litoral norte de São Paulo.

- Estava bastante frio aqui, hoje. Muito úmido, chovendo e ventando o tempo inteiro. A percepção é muito grande com essas condições. Quando velejamos fora do Brasil é diferente. Mas foi mais divertido do que gelado em Ilhabela - contou Fabio Bruggioni, leme do Phytoervas 4Z.

A mudança de tempo é uma característica da Semana de Vela de Ilhabela. As regatas podem ter vento forte num dia e 'merreca' no outro. Por isso, a organização faz uma variedade de percurso para atender a todos os gostos.

- Durante os sete dias de regatas sempre vemos provas com mais ou menos vento. A competição testa o velejador desde o início. A regularidade faz a diferença nesse campeonato. As equipes precisam mostrar habilidade para vários tipos de condição de vento e mar - disse Walter Boddner, organizador da Rio 2016 e integrante da comissão de protestos durante a Semana de Vela de Ilhabela.

O barco Atrevida, um dos que mais chama atenção na raia de Ilhabela (SP) teve problemas na regata desta quarta-feira e foi obrigado a parar para um pit-stop de um dia. Mas nada que os tire da Semana de Vela.

- Estávamos velejando e perdemos o governo do barco, o leme trancou e não sabíamos a causa, achamos que era algum problema hidráulico aqui do quadrante do leme e depois, quando tentamos ligar o motor próximo do baixio pra poder retornar, vimos que não era possível - explicou André Gick, tático do Atrevida, barco de 1923, o mais antigo do evento.

- Constatamos que tinha soltado o eixo do flange do motor, que desconectou o hélice. A princípio está tudo certo para velejar amanhã - finalizou o tático. 

Na quinta-feira (29), as temperaturas devem continuar baixas com ventos de médio para forte intensidade. a competição vai até sábado (31). Participam 81 veleiros das classes HPE25, C30, Clássicos, Bico de Proa, RGS, ORC, Mini Transat e Multicascos.

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