A poucos dias de sua estreia em seu quinto Mundial, dessa vez em Montreal, no Canadá, Arthur Zanetti relembra conquistas nas edições passadas. Ao todo, foram três medalhas, sendo uma de ouro (Antuérpia-2013) e duas pratas (Tóquio-2011 e Nanning-2014). A competição se inicia nesta segunda-feira e termina no próximo domingo (8).
Assim como no Canadá, o primeiro Mundial de um ciclo olímpico é o termômetro de um trabalho que se desenvolverá ao longo de quatro anos para alcançar o auge nos Jogos Olímpicos. Arthur vive essa situação pela terceira vez, já que Tóquio-2020 será a sua terceira, e talvez última, Olimpíada.
- Estou começando meu terceiro ciclo olímpico. Pequim foi inesperado. Eu fiquei sabendo que seria reserva umas duas semanas antes da viagem. Então, não considero que havia treinado um ciclo. Foi em 2009 que tudo começou, que foi para valer - lembra Zanetti, que foi aos Jogos de Pequim-2008 como reserva de Diego Hypólito
No Mundial de Londres,em 2009, Arthur tinha como objetivo ficar entre os 24 primeiros.
- Eu estava naquela gana de querer estar entre os melhores, ainda estava buscando resultados. Mas acabei pegando uma final nas argolas e ficando em quarto lugar, um bom resultado.
O início promissor do ciclo em Londres culminou com a inédita medalha olímpica de ouro nas argolas, na mesma cidade, em 2012. No ano anterior à Olimpíada, o brasileiro já tinha alcançado um resultado muito relevante, a prata no Mundial de Tóquio. Por isso, a busca por resultados no primeiro Mundial do ciclo do Rio de Janeiro, em 2013, na Antuérpia, na Bélgica, foi bem diferente do que havia ocorrido quatro anos antes.
- Em 2013, cheguei ao Mundial como campeão olímpico. Era um Mundial em que eu queria ter resultado, fui para ganhar mesmo, não tinha outra coisa para mim a não ser ganhar - conta.
Na ocasião, o ginasta sagrou-se campeão mundial. No ano seguinte, em Nanning, na China, ele também chegou cotado ao pódio, mas, dessa vez, ficou com a medalha de prata.
A comparação com o Mundial de quatro anos atrás pode parecer inevitável, mas Arthur afirma que são inícios de ciclos completamente diferentes.
- Em 2013, eu entrei com uma cobrança muito alta para ser campeão. Era um dos resultados que eu não tinha, junto com o título dos Jogos Pan-Americanos (que conquistou em Toronto-2015). Agora consegui e posso dizer que chego para esse Mundial bem mais tranquilo. Já tenho uma certa idade e mais experiência - afirma Zanetti.
Depois de três medalhas, o especialista das argolas disputou ainda o Mundial de 2015, em Glasgow. Não foi à final das argolas, mas atingiu o seu objetivo, que era ajudar o Brasil a classificar o time masculino para sua primeira disputa olímpica. Agora, em Montreal, o foco volta a ser a competição individual.
- O que vale é o resultado particular. A gente nunca entra em uma competição já pensando na medalha, mas sempre em fazer o melhor. Então é somar o maior número de pontos possíveis e tentar repetir o que eu fiz nas Copas do Mundo, nas avaliações da seleção e tentar superar os 15.000 pontos - ambiciona Zanetti.
O Mundial de Montreal, que será realizado no local que recebeu os Jogos Olímpicos de 1976. No sorteio feito pela organização, o Brasil está na subdivisão 4 - a equipe masculina, formada por Arthur Zanetti, Arthur Nory Mariano e Caio Souza, estreia no segundo dia de competições, às 11h (horário de Brasília).