Vinícius Rodrigues, paratleta que participou da última edição do programa “Big Brother Brasil”, da TV Globo, concedeu entrevista ao portal UOL, nesta quarta-feira (27). O paulista revelou que se tivesse conseguido chegar tão longe quanto Paulo André — participante da 22º edição do reality show — não voltaria ao esporte.
— Se eu já tivesse estourado do jeito que ele estava, não voltava pro esporte, não. A realidade entre esporte olímpico e paralímpico é totalmente diferente. Tem atleta que faz a vida numa Diamond League, mas a gente não tem isso. A maior chance de ganhar dinheiro é nas Paralimpíadas, mas precisamos estar entre os tops do mundo e manter o nível — disse Vinícius.
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O ex-BBB revelou o motivo de ter aceitado o convite de participar do reality. Segundo o paulista, dinheiro que julga que nunca conseguiria com o atletismo, visibilidade ao esporte paralímpico e a oportunidade de uma nova vida foram o que motivaram a entrar na casa mais vigiada do Brasil. No entanto, ele acabou sendo eliminado do programa em duas semanas, o que lamenta:
— O cenário seria outro se eu não tivesse saído tão rápido. Eu teria bem mais alcance, mais números e as marcas estariam correndo atrás de mim, coisa que não está acontecendo muito. O esporte paralímpico é um projeto anual, tenho que correr bem para ganhar nos 12 meses. Se não mantiver o nível, esquece o próximo ano. E aí se tudo acabar, eu iria me virar em outras coisas — disse.
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Vini também destacou a marginalização do esporte paralímpico. O paratleta comparou os números de Petrúcio Ferreira, multimedalhista e recordista mundial da classe T47 nos 100m, aos de um tiktoker.
— Petrúcio é o paralímpico mais rápido do mundo. Você pega qualquer pessoa que está dançando, balançando o corpo num TikTok, em qualquer coisa, ele está estourado com um milhão [de seguidores], número longe do Petrúcio [que tem 52 mil fãs no Instagram]. O Brasil tem uma inversão de valores muito grande. O nosso campeão paralímpico, que é o nosso atleta mais rápido do mundo, não tem a janela que uma pessoa qualquer tenha. Então, isso me deixa um pouco triste — declarou o paulista.
Os Jogos Paralímpicos de Paris se iniciam no dia 28 de agosto e vão até 8 de setembro.