Antes da bola rolar em São Januário, era sabido que Vasco x Fluminense seria um duelo de opostos. Pelo lado dos donos da casa, um time reativo, um dos mais verticais do campeonato - na relação passes e finalização -, que se fecha atrás e tenta sair em velocidade. Do outro, uma equipe de muito apreço pela bola, de posse, troca de posições e busca constante pelo gol.
Sem Rossi para puxar o contra-ataque - recebeu o terceiro cartão amarelo contra o Grêmio -, Vanderlei Luxemburgo decidiu subir as linhas e pressionar a saída de bola tricolor ainda perto de sua área. Assim, não precisaria correr tanto com a redonda. E funcionou.
O Fluminense de Diniz, tão avesso ao chutão, foi obrigado a tentar 20 bolas longas para fugir desse avanço cruz-maltino. Foi a sua terceira maior marca no campeonato. Antes, apenas o Santos de Sampaoli (21) e o Athletico de Tiago Nunes (41) forçaram tantos lances desse tipo saindo da defesa do Flu. O goleiro Agenor, com dez tentativas de lançamento - apenas uma certa -, foi quem mais precisou trabalhar nesse fundamento no clássico.
Foi assim, pressionando os zagueiros, que Valdívia e Raul desperdiçaram boas chances ainda na primeira etapa. Desta maneira também o time conseguiu chegar ao empate após Pedro fazer 1 a 0 no fim do primeiro tempo. Já na etapa final, Marrony roubou a bola no ataque e Pikachu sofreu falta. Bruno César cruzou, o jovem atacante cabeceou e Castan deixou tudo igual na sobra.
Acuado em seu campo, o Flu errou demais e pouco atacou. Com dificuldades para sair, finalizou apenas quatro vezes em toda a partida. Poucas com real perigo. Foi o seu pior volume nestas 11 rodadas de Brasileirão já decorridas. O Vasco, por sua vez, arrematou em 13 oportunidades, segundo dados do Footstats.
Um desempenho fruto de uma estratégia eficiente do time. No duelo de estilos e gerações, Luxemburgo dessa vez levou a melhor sobre Diniz.