Mais do que posse, Santos de Sampaoli mostra eficiência e objetividade
Clube lidera algumas estatísticas importantes neste início de temporada
O Santos não é o time que mais troca passes no Paulistão, esse ranking é liderado pelo Corinthians. Até o Red Bull Brasil tem trocado mais toques que o Peixe. O time de Fabio Carille é também o primeiro no quesito posse de bola, dominando 64% das ações, segundo o Footstats. Então, porque o trabalho de Sampaoli, que tem nestes fundamentos suas principais características, vem sendo tão elogiado? A resposta é simples: pela eficiência, variação e objetividade que o time tem demonstrado.
A equipe do técnico argentino não é a quem mais troca passes, mas é a que mais cria através de jogadas trabalhadas entre os seus jogadores. São 39 assistências para finalização em três jogos - sete resultando em gol -, dez a mais que o Corinthians, segundo entre os grandes e apenas o 4º no ranking geral. São Paulo, com 22, e Palmeiras, com 21, ocupam 8ª e 9ª posição, respectivamente.
A varição de jogadas também é um dos trunfos de Sampoli. Com laterais abertos e avançados, zagueiros e volante participativos, e meias bem próximos da área, o time utilizou 11 jogadores para dar os 39 passes decisivos, a maior marca do campeonato. Seis deles deram três ou mais assistências para finalização, mantendo uma média igual ou superior a uma por partida.
No Corinthians e no São Paulo, apenas quatro atletas tiveram uma participação mais ativa no último passe, com os times concentrando suas jogadas principalmente em seus meias centrais - Jadson, com nove, e Nenê, com seis. No Palmeiras, somente dois deram mais de três passes para conclusão: Gustavo Scarpa e Dudu, ambos com cinco.
No Peixe, apesar de Carlos Sánchez liderar o fundamento, Victor Ferraz (6), Jean Mota (5), Felipe Cardoso (5) e os volantes Alison (4) e Diego Pituca (4) também se mostram participativos na criação. Uma variação que faz do Santos também o maior finalizador do Paulistão até agora. São 50 tentativas, com um aproveitamento de 40%, a maior entre os quatro grandes.
Apesar do jogo coletivo, de aproximação e viradas rápidas ser o grande diferencial de Sampaoli - o Santos é o terceiro que mais acerta inversões, perdendo apenas para o São Paulo e Red Bull Brasil -, o time não abre mão das jogadas individuais. Com o campo ampliado pelas presenças ofensivas dos laterais, aumenta a chance de duelos um contra um e abrem-se espaços para o drible já próximo da área adversária. A equipe santista é a que mais usa o artifício, com 27 tentativas. Destaque para Derlis González, autor de seis fintas, todas com sucesso. O paraguaio é o líder do fundamento no Paulistão.
O Santos não lidera nenhum fundamento de controle de bola - passes, desarmes, inversões e posse -, mas é o único que figura no top 3 em todas as listas. Ofensivamente, na hora de concluir e criar, é o primeiro em quase todos os rankings. O que mostra que um time homogêneo em todas as ações do jogo.
A força do Santos de Sampaoli está na capacidade de agredir quando tem a bola, e não apenas no controle dela. É um domínio ofensivo, sem timidez. Essa objetividade e intensidade é que chamam a atenção neste início de trabalho.
NÚMEROS DO SANTOS NO PAULISTÃO
- Dados do Footstats
3 jogos
7 gols marcados (melhor ataque)
0 gols sofridos (melhor defesa)
7 passes para gol (1º)
39 assistências para finalização (1º)
50 finalizações tentadas (1º)
20 finalizações em gol (1º)
27 dribles tentados (1º)
17 dribles acertados (1º)
85 cruzamentos tentados (1º)
23 cruzamentos certos (2º)
65 desarmes certos (2º)
13 viradas de jogo certas (3º)
1107 passes certos (3º)
60% de posse de bola (2º)