Estudo analisa impacto para países que receberam uma edição de Jogos Olímpicos na conquista de medalhas
O estudo da Sports Value analisa os investimentos realizados pelos países ao longo dos tempos para receber as Olimpíadas e o retorno efetivo em medalhas em Jogos posteriores
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A Sports Value, empresa especializada em marketing esportivo, concluiu um estudo que mostra o impacto esportivo após a realização de uma edição dos Jogos Olímpicos no país sede. Assim, a Sports Value analisou os investimentos que foram realizados pelos países ao longo dos tempos para receber o evento e o "retorno efetivo" em medalhas em Olimpíadas posteriores.
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Dessa forma, o estudo constatou que, embora tenha sido a melhor marca do Brasil no quadro de medalhas (21), o resultado é, na verdade, "um grande fracasso". Isso porque a Sports Value destaca que o Brasil não conseguiu, a exemplo de outros países, usar os Jogos Olímpicos casa como "impulsionador".
- As medalhas são resultado do sucesso de um plano ambicioso de prática massiva de esporte pela população e detecção de jovens talentos. Países usaram o evento para impulsionar um projeto esportivo de país - diz um trecho do estudo da Sports Value.
O estudo ainda lembra que no Brasil há mais de 200 milhões de habitantes e revela que metade da população é 100% sedentária. E, segundo a empresa, os que praticam, estão mais concentrados entre os mais ricos e entre homens, Assim, a Sports Value frisa que a prática esportiva da população, com ênfase à população mais carente, com baixo acesso a clubes e academias, seria o único caminho para o Brasil mudar.
Inclusive, para sustentar a posição, o estudo traz a tona a fala do presidente do Conselho Superior de Esportes (CSD), da Espanha, José Manuel Franco. Em entrevista à Revista Capital, ele disse que para cada um euro investido em atividade física da população, se economiza outros 15 euros em gastos públicos de saúde.
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Por fim, o estudo conta que o projeto esportivo de uma nação produz um resultado em medalhas quando o país "investe pesado na detecção de talentos, dentre estes milhões de novos praticantes". Portanto, é destacado que modelos de centro de excelência não resolveriam os problemas.
De acordo com a Sports Value, pelas dimensões do Brasil, seria necessário a capacitação de profissionais de educação física e sistema de detecção de talentos de forma regionalizada.
ATLETAS NO ESPAÇO DE MÍDIA
Ainda dentro do tema do "Impacto dos Jogos Olímpicos", a Sports Value joga luz sobre a importância dos atletas na economia. Segundo a empresa, as medalhas produzem ídolos, que seriam "o combustível do negócio do esporte".
Dessa maneira, o estudo afirma que cada vez mais ídolos vão dominar os espaços na mídia, em especial no digital. Inclusive, a projeção da "Nielsen", empresa global de informação, é de que os ídolos esportivos ampliem em quatro vezes até 2023 seu valor atual de mídia.
Como exemplo, depois da medalha de prata conquistada por Rayssa Leal em Tóquio, a venda de skates na Netshoes subiu em 80%. Outro exemplo é a série sobre ex-jogador da NBA Michael Jordan, que causou um aumento de vendas dos produtos do Chicago Bulls no Brasil.
IMPACTOS EM CONQUISTA DE MEDALHAS
A Sports Value também analisou os investimentos realizados por cada país sede para receber os Jogos Olímpicos. Para isto, o estudo considerou investimentos esportivos, sem considera infraestrutura das cidades como ruas, rodovias, portos e aeroportos. Veja a seguir o investimento em infraestruturas esportivas:
Tóquio 2020 - 25 bilhões de dólares;
Londres 2012 - 15 bilhões de dólares;
Rio 2016 - 14 bilhões de dólares;
Barcelona 1992 - 10 bilhões de dólares;
Pequim 2018 - 8 bilhões de dólares;
Sidney 2000 - 5 bilhões de dólares;
Atlanta 1996 - 4 bilhões de dólares;
A partir disto, a análise cruzou os investimentos realizados com os quadros de medalhas em Olimpíadas seguintes. O estudou destacou que "ficou claro" que países como Austrália, Coréia do Sul, China, Inglaterra e agora o Japão "foram impulsionados com investimentos realizados para sediar os Jogos".
No entanto, o Brasil não segue esta linha. Segundo a Sports Value, o Brasil investiu muito, mas o desempenho em Tóquio 2020 mostra que o país não conseguiu seguir a boa performance de outros mercados. O estudo afirma que nunca houve um projeto concreto de nação esportiva para o Brasil. Rio 2016, conforme explica a empresa, consumiu quase R$ 60 bilhões e não alterou o cenário.
- A entrada de modalidades novas como skate e surfe ajudaram muito. Poderíamos ter ido pior. Brasil vai muito mal ou aquém do potencial em modalidades fundamentais como natação, atletismo, basquete, handebol, judô, lutas, polo aquático, futebol feminino e muitas mais - diz um trecho do estudo da Sports Valeu.
Inclusive, é lembrado que quase sempre os medalhistas olímpicos do Brasil carregam com si histórias de superação, muito empenho e custeio da própria carreia a partir do dinheiro tirado do próprio bolso. Dessa maneira, a Sports Value frisa que "não há um sistema que contribua para a massificação de novos talentos e estrutura para treinamento em larga escala".
O QUE A SPORTS VALUE DIZ SOBRE CADA PAÍS SEDE DESDE ATLANTA 1996?
Estados Unidos (investimento de 4 bilhões de dólares em Atlanta 1996):
- Sempre investiram pesado em esporte, Jogos de Atlanta 1996 não foram decisivos para este crescimento, É a nação com modelo mais sólido do mundo, com uma pluralidade de modalidades esportivas.
Austrália (investimento de 5 bilhões de dólares em Sidney 2020):
- Melhorou o desempenho como nação olímpica a partir dos Jogos de Sidney 2000. Projeto esportivo posicionou o país no mapa global do esporte.
China (investimento de 8 bilhões de dólares em Pequim 2008):
- Embora o país mais populoso do mundo, nunca tinha conseguido se transformar em uma potência olímpica. Os Jogos de 2008 permitiram que o país consolidasse seu projeto estratégico de esporte.
Reino Unido (investimento de 15 bilhões de dólares em Londres 2012):
- Não era potência olímpica e construiu seu projeto estratégico com foco em consolidar essa nova posição em Londres 2012.
Brasil (investimento de 14 bilhões de dólares em Rio 2016):
- Mesmo com todo investimento público em esporte no Brasil, país está muito atrasado como potência olímpica. Investimentos pesados na Rio 2106 já mostram não terem resultado em melhor performance esportivas nos Jogos.
Japão (investimento de 25 bilhões de dólares em Tóquio 2020):
- Assim como outras nações, (o Japão) mostra que Tóquio 2020 é um divisor de águas, posicionando o país como nova potência olímpica emergente.
CONCLUSÕES
Para fechar o estudo, a Sports Value apresenta quatro conclusões. A primeira é de que os países que construíram um projeto estratégico para o esporte, conseguiram colher "benefícios esportivas". Em seguida, é observado que investimentos públicos em esporte precisam impactar em mais prática esportiva da população, o que, conforme diz o estudo da empresa, resulta em mais medalhas.
Também é dito que a redução do sedentarismo e modelo estruturado de captação de talentos são os caminhos para a transformação de países em potências olímpicas.
Além disso, a Sports Value frisa que o Brasil emprega mais de R$ 750 milhões em recursos públicos anuais no esporte, investiu 14 bilhões em infraestrutura esportiva para os Jogos de 2016, mas tem "a população mais sedentária do planeta e sempre tem desempenho fraco nas Olimpíadas".
> Gostou do estudo da Sports Value? O LANCE! a destrinchou, mas você pode conferi-lo na íntegra ao clicar aqui.
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