Caio Bonfim concedeu uma entrevista simbólica após a medalha de prata histórica que conquistou nas Olimpíadas de Paris. Na marcha atlética, o brasileiro ficou em segundo após quase 1h20 de prova, e se tornou o primeiro atleta do país a subir no pódio nos Jogos nesta modalidade.
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Emocionado, Caio soltou o verbo após passar pela linha de chegada, e relembrou as dificuldades que passou para chegar à medalha já em sua quarta Olimpíada.
- Foi difícil desde o dia que eu fui marchar na rua pela primeira vez e fui xingado, e falei para o meu pai que havia decidido ser marchador. E ali eu larguei para esse dia. São quatro Olimpíadas. Terminei carregado em uma cadeira de rodas em 2012. E agora sou medalhista olímpico. Esse momento é eterno. Tem que ter muita coragem para viver de marcha atlética, não é fácil. Mas valeu a pena pagar o preço. Hoje eu pude falar para os meus pais "nós somos medalhistas olímpicos" - afirmou o esportista.
Além da fala sobre sua trajetória dentro da modalidade, Caio Bonfim também apontou um certo favorecimento dos árbitros ao aplicar punições para os atletas nascidos na América do Sul. Vale apontar que, na marcha atlética, em caso de um atleta erguer os dois pés ao mesmo tempo, pode ser advertido; em caso de três punições, precisa ficar parado por dois minutos, o que pode tirar um grande número de posições.
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Na reta final da corrida, o brasiliense havia sofrido sua segunda punição, o que fez com que não apertasse o passo para tomar a ponta da corrida do equatoriano Brian Pintado.
- Eu brinco que o Brasil tem dois esportes. Um é o futebol e o outro é "o que está ganhando". Se você quer aparecer, tem que estar nesse outro que está ganhando. Eu sempre sofri com o preconceito. Você vê que, na câmera de chamada, eles chamam cinco atletas, quatro são europeus. Querem uma prova europeia. E aí tem dois sul-americanos liderando a prova, algum deles tinha que tomar a punição. Mas eu sou brasileiro, não desisto, é na raça - disse Caio.