Thiago Braz recebeu visibilidade muito rapidamente no Rio em 2016, mas essa notoriedade sumiu na mesma velocidade que apareceu. Além de ser o atual campeão olímpico do salto com vara também conquistou o recorde olímpico há quase cinco anos, com um salto de 6m03cm.
Agora ele espera conquistar o ouro novamente, desta vez em Tóquio, na final que vai acontecer na terça-feira (3), às 7h20, (de Brasília). Mas já faz mais de um ano que o brasileiro não dá entrevista, e mesmo com a carreira gerenciada junto à de Neymar, Thiago não conseguiu se destacar no meio do marketing. Ainda por cima o atleta não tem clube, já que ele não compete no Brasil.
HERÓI NAS OLIMPÍDAS E ESQUECIDO PELO PAÍS
Na época em que ganhou o ouro no Rio, Thiago Braz fazia parte da equipe da BM&F, que depois se tornaria B3. Mas ela encerrou, em 2018, o apoio ao atletismo. Mais tarde foi contratado pelo Pinheiros, mas deixou o principal clube poliesportivo do país em abril de 2020, pois foi demitido durante a pandemia:
- Não tenho clube, decidiram deste jeito e não posso fazer nada. É triste. Mas, não sei se esperaram o tempo das Olimpíadas, não sei o que aconteceu. Também fiquei bem chateado... é triste. Não vou criticar, mas foi triste. -declarou em entrevista ao "Uol".
Atualmente ele não recebe apoio de nenhum patrocinador brasileiro. E mesmo com carreira gerenciada pela mesma empresa da família da Neymar, a N&N, ele não despontou. Com apenas 300 mil seguidores no Instagram, Thiago
recebe patrocínio de apenas três empresas: a Nike, uma empresa de fones de ouvido e uma de produtos de limpeza:
- Não depende só do marketing nosso, da empresa. Depende dos clubes terem interesse em ajudar o esporte. Não só a mim. O esporte está carente e precisa de mais apoio. Eu sofri e muitos atletas sofreram. Eu desejo que isso melhore depois dos Jogos. - continuou o atleta em entrevista ao "Uol".
O CAMINHO ATÉ TÓQUIO
Na tentativa de quebrar o próprio recorde em Tóquio, o brasileiro treinou para aumentar a força no braço para que pudesse carregar uma vara mais comprida e pesada sem perder velocidade. Mas o seu técnico na época, o ucraniano Vitaly Petrov, percebeu que o resultado não foi o esperado.
Ao voltar para o Brasil, a fim de passar mais tempo com a família, ele também acabou retornando para seu ex-treinador Elson Miranda. Só que então ele decidiu voltar para Fórmia, na Itália, e concluiu a preparação de ano e meio comandada por Petrov.
Porém só conquistou dois bons saltos nesse período. Um 5,90m na França em 2018, na competição indoor e outro de 5,92m em Mônaco, em 2019. Porém ao que parece, Thiago se destaca apenas quando os Jogos Olímpicos estão envolvidos. Ele conquistou a vaga em Tóquio após se tornar oitavo colocado do ranking mundial em dois saltos de 5,80m e um de 5,82m:
- Foi um ano bom, é claro que não foi um 6m, um 5,90m, que me colocaria perto dos líderes. Mas eu acho que se formos olhar na minha trajetória, fui bem constante, uma trajetória sólida. Espero manter essa constância na final, reduzir as falhas para chegar perto das medalhas. - contou Thiago ao "Uol".
DESAFIANTES FORTES
Thigo tem pela frente grandes oponentes. O maior deles é o favorito ao ouro, Armand Duplantis, que superou Sergei Bubka ao se tornar recordista mundial e que na temporada tem 6,10m.
Outro possível candidato ao pódio é o francês Renaud Levillenie, com 5,92m no ano. Além do atleta Christopher Nilsen, dos Estados Unidos, também com 5,92m na temporada. Apesar dos adversários, um dele estará fora de cena, pois o americano Sam Kendricks e pegou covid e se despediu da disputa.
O amigo de treino de Thiago, Ernest Obiena, que tem 5,87m na temporada, também vai competir contra o brasileiro. O americano KC Lightfoot (5,85m) e o polonês Piotr Lisek (5,82m) também integram a disputa. Mas as eliminatórias em Tóquio foram interrompidas depois que apenas onze atletas conseguirem avançar.
Veja abaixo o quadro de medalhas dos Jogos Olímpicos de Tóquio: