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Psicóloga de Rebeca Andrade explica preparação mental da ginasta: ‘Exemplo de autocuidado’

Aline Wolff deu entrevista ao Lance! em Paris

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Rebeca Andrade mostra a medalha de ouro conquistada nas Olimpíadas de Paris (Foto: Gabriel Bouys / AFP)

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Rebeca Andrade, que se tornou nos Jogos de Paris a maior medalhista olímpica do Brasil, faz questão de reforçar em entrevistas a importância da preparação mental para enfrentar as competições. E por trás desse trabalho está a psicóloga Aline Wolff, coordenadora de preparação mental do Comitê Olímpico do Brasil (COB) e que acompanha a ginasta há mais de 10 anos. Em entrevista a Matheus Batista, enviado do Lance! a Paris, Aline explicou como é o trabalho feito com Rebeca.

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Lance!: A Simone Biles enfrentou problemas psicológicos nas Olimpíadas de Tóquio. Com é a preparação da mente de um atleta de alto desempenho para uma competição tão importante como essa?

Aline Wolff: Esse é um trabalho de muitos anos. É um trabalho de preparação como qualquer outra preparação. O esporte é repleto de estressores, de dificuldades. Então, o atleta precisa aprender a conviver com isso tudo e, ainda assim, extrair o máximo de seu potencial. Então, o mais importante sobre esse trabalho é que não existe uma fórmula mágica, não existe uma frase de efeito. Existe um trabalho consistente, de apoio, de acompanhamento profundo, para que o atleta se conheça, saiba o que ele precisa para dar o que tem de melhor na hora que importa.

Lance!: Das últimas Olimpíadas para cá, você acha que tem tido uma atenção maior dos atletas para esse preparo?

Aline Wolff: Sem dúvida, porque grandes atletas começaram a falar sobre isso. Problemas de saúde mental sempre existiram porque atletas são pessoas, não são máquinas. Eles sentem, têm as suas dificuldades. Mas no momento que grandes atletas começaram a falar 'eu sou humano', 'eu sinto','eu sofro', 'eu preciso cuidar da minha saúde mental', isso legitimou que outros atletas também pudessem falar sobre isso e, assim, cuidar da sua saúde mental como um instrumento para melhora do desempenho. Quando o atleta está saudável, física e mentalmente, ele vai render melhor, não tem como ser diferente.

Lance!: E no dia a dia da competlção, tem alguma preparação diferente?

Aline Wolff: No dia a dia da competição é muito sobre presença e disponibilidade. Não é uma coisa que aumenta a intervenção, tem coisas específicas, é sobre estar junto. O psicólogo está junto no processo, de mãos dadas com o atleta. E são nesses momentos que surgem uma oportunidade de dividir um sentimento. É muito sobre uma finalização de um trabalho muito bem construído. Não existe um trabalho que só é feito na competição. Isso não funciona. Existe um trabalho de ajustes finais que a presença e disponibilidade facilitam.

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Lance!: Quando a gente fala em saúde mental, o público em geral pensa em preparação para um momento negativo. Como você prepara uma pessoal mentalmente para a vitória, para ganhar uma medalha?

Aline Wolff: O trabalho é sempre orientado para o objetivo do atleta. Toda preparação é para que ele conquiste o que ele quer conquistar. Então, o foco não é naquilo que pode dar errado, e sim no que pode dar certo, no que o atleta precisa fazer, e a partir desse autoconhecimento como ele vai se acessar para fazer aquilo o que ele quer. A saúde mental ainda é vista como algo que se relaciona a doença mental. Mas saúde mental é algo que todos nós deveríamos cuidar. É uma grande mensagem que o esporte leva para a sociedade como um todo: cuidemos todos de nossa saúde mental de um jeito que não precisa ser quando eu fico mal, quando eu deprimo, quando eu tenho uma estafa. Cuida sempre para ficar bem sempre.

Lance!: Atletas de alto rendimento são vistos como exemplos para a sociedade. Como a gente pega o exemplo da Rebeca, tratando a saúde mental e levando essa mensagem para o público em geral?

Aline Wolff: Eu acho que é um grande exemplo de autocuidado, de zelo, no aspecto que tudo o que a gente for fazer vai passar pela nossa mente. Ela é brilhante, ela faz coisas incríveis, mas isso passa também por um cuidado com a mente dela. Então, que todas as pessoas recebam essa mensagem, isso faz toda a diferença. A gente vai ter um mundo bem melhor.

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