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Richarlison e Paulinho podem repetir pela Seleção Brasileira feito de medalhista de prata em Los Angeles

Ao LANCE!. Gilmar Popoca recorda gols marcados contra Arábia Saudita e Alemanha na edição de 1984. Equipe de Jardine tenta, contra árabes, segundo triunfo na Olimpíada

Gilmar Popoca - tour da tocha olímpica
Gilmar Popoca, artilheiro dos Jogos de 84, participou do tour da tocha para a Rio 2016  (Reprodução / Rede Globo)

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Já com a classificação encaminhada para as quartas de final dos Jogos Olímpicos, a Seleção Brasileira Olímpica, com quatro pontos, se prepara para medir forças com a Arábia Saudita nesta quarta-feira (28), em seu último desafio pelo Grupo D. Estar na mesma chave que os árabes e a Alemanha não é algo inédito na história olímpica brasileira: aconteceu justamente na edição de 1984, ano da primeira "geração de prata". 

Richarlison, que diante da Alemanha fez seu primeiro hat-trick, e Paulinho podem repetir o feito do camisa 10 da Seleção de 1984. Ao LANCE!, o artilheiro da competição, Gilmar Popoca, recordou as duas partidas e ressaltou que faz tempo que a Seleção olímpica lida com desafios até chegar à sua convocação final.

- A convocação foi muito complicada. Tinha uma lista de jogadores já formada, que inclusive jogou contra o Coritiba (na vitória por 2 a 0 do Brasil, no último amistoso antes dos Jogos Olímpicos de 1984). Aí os clubes começaram a vetar jogadores. Eu, que era do Flamengo, e mais dois, três jogadores continuamos. Aí na nova convocação, optaram por levar a base do Internacional, que tinha um grande time. O Gilmar e o Dunga, que foram campeões do mundo, o Mauro Galvão, André Luis, Ademir, Kita, Silvinho... E eu entrei e encaixei como uma luva nesse time! - recordou o ex-meia. 

Seu primeiro gol na competição ocorreu justamente na estreia, quando abriu caminho para a vitória por 3 a 1 do Brasil sobre a Arábia Saudita. 

- A estreia foi muito complicada. A marcação da Arábia era muito forte, e ainda vinha aquela ansiedade da gente fazer a primeira partida na competição. Só que eu recebi um passe maravilhoso, consegui um espaço e mandei para  a rede. Depois o Silvinho marcou e o Dunga fez um também, tirou um pouco a pressão da gente do início - recordou.

Aos seus olhos, a partida contra a então Alemanha Ocidental rendeu mais desafios à equipe brasileira, que era comandada por Jair Picerni. 

- A gente sabia que era o jogo que ia definir a primeira colocação do grupo (a Seleção olímpica estava no Grupo C). A Alemanha era uma seleção difícil de enfrentar, o que tornou a partida equilibrada e até deu a eles superioridade em algumas situações. Aí eu sofri uma falta em um momento da partida e fui para a cobrança, mas a bola carimbou a trave - e, em seguida, recordou seu gol:

- Faltavam poucos minutos para o jogo acabar quando o Dunga me passou uma bola, eu girei e sofri a falta. Eu pensei: "é agora ou agora". Uma coisa que eu fazia em cobrança de falta era esperar um pouco depois que o juiz apitava. Eu bati com tanta precisão que a bola entrou no ângulo, bateu naquele ferro e voltou. Foi um jogo tão difícil que logo depois o Gilmar fez uma defesa. Seguramos o máximo, mas somamos os quatro pontos (na época, cada vitória valia dois pontos). Depois, chegamos à terceira vitória ao vencer Marrocos por 2 a 0, em um jogaço do Kita - completou.


Artilheiro da Olimpíada de 1984, com quatro gols, Gilmar Popoca trabalha atualmente em um projeto no México. O ex-meia, que acompanha a Seleção Brasileira à distância, traça um paralelo entre o empate em 0 a 0 da equipe de André Jardine com a Costa do Marfim, na partida anterior, a uma situação que ele viveu em Los Angeles.

- Nosso jogo mais complicado foi contra o Canadá (nas quartas de final, em jogo que o Brasil venceu nos pênaltis). A gente era favorito, pegou uma seleção que se mostrou muito forte quando veio nos enfrentar. Olimpíada tem disso. Contra a Costa do Marfim, a Seleção teve um jogador expulso no início, o que complica muito. Além disto, cada vez mais as seleções estão bem treinadas, com seriedade - disse.

Popoca, que coleciona trabalhos como técnico de categorias de base, dentre eles o Flamengo, mostra otimismo em relação à atual geração brasileira.

- O André Jardine é um ótimo treinador, tem uma geração promissora nas mãos. Agora, a equipe precisa de cabeça fria, como tivemos, ao encarar adversários europeus. Fizemos um grande jogo na semifinal contra a Itália, que tinha Zenga, Tancredi, Fanna, eu fiz um gol e o Ronaldo foi decisivo na prorrogação... Contra a França, foi talvez nosso melhor jogo, mas em poucos minutos perdemos a medalha de ouro (no revés por 2 a 0). A Olimpíada é desafiadora, não permite deslizes  - declarou.

O Brasil vai a campo nesta quarta-feira (28), às 5h (de Brasília), em Saitama. 

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