Richarlison ‘voa’ junto com time, mas Seleção ainda encara turbulências em seu início na Olimpíada
Após início avassalador, equipe de André Jardine esbarra na ansiedade ao concluir jogadas e oscila defensivamente. Mas 4 a 2 sobre Alemanha mostra-se bom teste de nervos
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Um torcedor desavisado se surpreenderia ao ver o técnico André Jardine dizer que a Seleção Brasileira merecia uma vitória mais dilatada do que o 4 a 2 sobre a Alemanha no duelo desta quinta-feira, no Estádio Yokohama International. Porém, por mais que a estreia da equipe nos Jogos Olímpicos de Tóquio mostre um arsenal ofensivo relevante, é inegável que ainda há alguns pontos para os canarinhos aperfeiçoarem na competição. E que o teste de nervos traz um passo importante nesta busca pela medalha.
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♫ No Rio de Janeiro geral já tá dançando
— CBF Futebol (@CBF_Futebol) July 22, 2021
Eu quero ver geral fazendo a dança do pombo ♫
📸: Lucas Figueiredo / CBF pic.twitter.com/3DGWLCxNEn
A personalidade de Richarlison foi essencial para nortear em especial os 30 minutos iniciais irrepreensíveis da equipe. Honrando o posto de "Pombo", não quis alçar voo solo, ao propor jogadas com Matheus Cunha, Antony e Claudinho.
Diante de uma Alemanha que ficou atordoada com a força brasileira, Richarlison marcou seu primeiro hat-trick da carreira com todos os gols de maneira diferente. Abriu 1 a 0 em jogada que nasceu de Matheus Cunha e desembocou em lançamento de Antony até ele. Já o segundo gol veio da perspicácia de Bruno Guimarães ao enxergar Guilherme Arana solto na esquerda, pronto para arriscar cruzamento que o "Pombo" cumprimentou.
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No seu terceiro, Matheus Cunha abriu caminho no qual o camisa 10 podia descer pela esquerda até marcar o terceiro, e deixar a impressão de que uma goleada estava à caminho. Contudo, por mais que houvesse ímpeto ofensivo de sobra, uma ansiedade desnecessária começou a perturbar.
O próprio Richarlison chegou a ser vítima dela ao receber o passe e, ao tentar driblar Müller, perder a passada. Com o jogo controlado, Claudinho e Matheus Cunha encontraram brechas para chutar e esbarraram no goleiro. E, no fim do primeiro tempo, o camisa 9, que vinha em uma atuação incansável, cobrou pênalti nas mãos do camisa 1.
O bom potencial ofensivo ficou nítido, uma vez que as oportunidades continuaram a ser empilhadas pelos brasileiros na retomada do jogo. Antony, Matheus Cunha e Claudinho chegavam à área alemã. Só que o Brasil começou a dar sinais de preocupação logo depois.
- A energia estava muito forte, muito alta. Como o professor falou, a gente fez um grande primeiro tempo, tivemos ainda mais chances, podíamos ter feito mais gols, como disse o professor - declarou o volante Bruno Guimarães, em entrevista coletiva.
Por mais que Santos tenha falhado no gol de Amiri, a Alemanha vinha do intervalo em uma crescente. O goleiro brasileiro tinha chegado a ficar apreensivo em chute de Ritcher e o meio de campo estava mais equilibrado.
A liberdade com a qual o próprio Ritcher finalizou em lance salvo por Nino antes da jogada parar nos pés de Amiri expôs uma frouxidão de marcação semelhante a momentos no amistoso com os Emirados Árabes (onde o Brasil lidou com agruras, mas venceu por 5 a 2).
Mesmo assim, sobravam chances da equipe de Jardine diante de Müller, em especial com a expulsão de Arnold. Antony, Diego Carlos e Nino tentaram na mesma jogada. Bruno Guimarães e Matheus Cunha também se desdobraram para superar o goleiro.
Só que, em nova jogada marota, o triunfo que parecia encaminhado quase escorreu pelos dedos e alertou para outra desconfiança. Da liberdade para os alemães avançarem pelo lado direito à forma como Ache encontrou um espaço nas costas de Diego Carlos, o desentrosamento da zaga assombrou outra vez.
Aos trancos e barrancos, em Yokohama a Seleção olímpica teve de passar por um controle de emoções. Afinal, mesmo em vantagem, a equipe em alguns momentos tropeçava nas pernas para concluir jogadas e precisava de atenção redobrada às investidas alemãs.
- O que ficou foi um êxtase inicial, de um início bem feito, acima do esperado. Depois uma certa preocupação, a equipe não encaixar a marcação, gerou muita preocupação e agir rápido para neutralizar e o alívio da grande estreia - disse o técnico André Jardine.
A vitória na estreia foi grandiosa e, sim, merecia um placar mais dilatado pelo que o Brasil apresentou em especial na meia hora inicial. Mas as turbulências não devem ser deixadas de lado até o duelo com a Costa do Marfim.
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