102 anos de Verdão, 30 anos de porco: relembre como mascote foi adotado
Antes usado pelos rivais para provocar os palmeirenses, animal juntou-se ao periquito como símbolo do clube em 1986. LANCE! conta esta história
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O Palmeiras comemora nesta sexta-feira o seu 102º aniversário. Durante boa parte desta rica história, o periquito foi a única mascote do clube, mas há quase 30 anos veio um novo xodó da torcida: o porco.
Seja nos gritos da arquibancada, no túnel de entrada dos jogadores no Allianz Parque, ou no Air Pork One, o porco verde que sobrevoa a arena no intervalo dos jogos, o palmeirense sabe da relação afetiva com o animal. Mas o mascote, adorado pelo presidente Paulo Nobre, não foi sempre abraçado pela torcida. Criado como xingamento dos rivais, o animal foi adotado pelas arquibancadas só em 1986.
Antes disso, foram 17 anos ouvindo principalmente corintianos gritando “porco” de forma pejorativa. Até um leitão chegou a ser solto em um Dérbi, recorda o ex-meia Jorginho Putinatti, um dos responsáveis pela adoção do porco.
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- Soltaram e o leitãozinho ficava correndo nos cantos do Morumbi, demoraram para pegar. Era gozação das outras torcidas - conta, ao LANCE!.
João Roberto Gobbato, então diretor de marketing do Palmeiras, começou em 1983 a cogitar assumir o porco. Foi detonado pelos conselheiros mais conservadores, mas as torcidas uniformizadas passaram a ver com bons olhos o novo mascote.
A data do primeiro grito de “porco” pelos palmeirenses é desencontrada. Alguns dizem ter sido dia 27 de agosto de 1986, data que completa 30 anos neste sábado, na vitória por 3 a 0 sobre o Corinthians. Outros no 1 a 0 em cima do Santos, no fim de outubro do mesmo ano, e até no 0 a 0 com o São Paulo, em novembro. Foi neste mês que Putinatti, então camisa 10 do time, posou para a revista Placar na histórica capa com o porco no colo. Dali para frente o Palmeiras, enfim, assumiu o apelido. Desde então, a ofensa virou motivo de orgulho. Dá-lhe porco!
A ORIGEM
Os palmeirenses passaram a ser chamados de porcos em 1969. Naquele Paulista, Lidu e Eduardo, dois dos destaques do Corinthians, morreram em um acidente de carro. Quando ocorreu isto, as inscrições já estavam encerradas, mas a diretoria corintiana tentou inscrever dois atletas no lugar. Para isso, todos os clubes deveriam ser a favor. O único contra foi o Verdão, por meio do voto do diretor de futebol José Gimenez. Um jornalista o chamou de “porco” após isso e os rivais adotaram o apelido. Na época, o Palestra Itália era o ‘Pururucão’ ou ‘Torresmão’.
CONFIRA UM BATE-BOLA COM JORGINHO PUTINATTI:
Lembra como foi a decisão de assumir o porco como mascote?
Tinha a gozação, a diretoria perguntou o que a gente achava e na época eles escolheram a Placar, que era muito popular, para aderir, ver se a torcida aceitava e fizeram a matéria comigo segurando o porco. Eu achava bom, porque para nós jogadores não era uma preocupação. Quando saiu a matéria, no jogo seguinte mesmo a torcida gritou “dá-lhe porco”. Ficou legal, virou grito de guerra do time.
Como se sente por ter sido um dos responsáveis pela adoção?
Ficou legal, uma coisa que iniciou com cisma, que achavam que não daria certo e todo mundo abraçou. Fico feliz de estar no começo do “dá-lhe porco”, porque todos aderiram.
Por que foi escolhido para fazer a foto com o porco na Placar?
A Placar foi no Palmeiras e me convidou porque já tinha falado com a diretoria, para eu ir tirar fotos no estúdio. Fizemos várias fotos, o porquinho gritava, era difícil de segurar, mas ficou legal.
Como a torcida do Palmeiras quando era chamada de porco?
Antes era porco de um lado, aí eles respondiam com gambá de outro. Depois da matéria isso acabou. Para nós jogadores não atrapalhava, mas era uma coisa chata, porque a gente sabia que era briga de torcida.
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